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Universidade Federal do Paraná - Departamento de História ...

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- sucurius - arabóia - taraibóia - jereracas - tiopurana( espécies <strong>de</strong> cobras) - ububoca (<br />

cobra coral ) - jacarés - sinimbus e tejuaçus (espécies <strong>de</strong> lagarto) - tubarões - peixes em<br />

geral - algumas espécies <strong>de</strong> formigas - peixe-boi e mariscos em geral.<br />

Agora observe que o autor quinhentista não <strong>de</strong>monstra, nenhum tipo <strong>de</strong><br />

estranhamento ou julgamento sobre os hábitos "pitorescos" da alimentação indígena, pelo<br />

contrário, compreen<strong>de</strong> como um hábito diferente <strong>do</strong> hábito alimentar europeu, e procura<br />

interpretá-lo <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> contexto da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> origem. 30<br />

Ajuruaçus são uns papagaios gran<strong>de</strong>s to<strong>do</strong>s ver<strong>de</strong>s, que têm tamanho corpo como um a<strong>de</strong>m, os quais<br />

se fazem mui <strong>do</strong>mésticos em casa, on<strong>de</strong> falam muito bem; estes, no mato, criam em ninhos, em<br />

árvores altas; são muito gor<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> boa carne, e muito saborosos; mas hão <strong>de</strong> ser cozi<strong>do</strong>s.<br />

Catolicismo X Protestantismo (Luteranismo) e suas repercussões na visão<br />

quinhentista portuguesa.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vemos nos resumir a ler a fonte, pois ela é autoexplicativa, e serve<br />

para <strong>de</strong>monstrar a existência <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> preocupação no cenário <strong>do</strong> Brasil português, <strong>do</strong><br />

século <strong>de</strong>zesseis, coisa que nos parece distante e que passa quase <strong>de</strong>spercebida nas análises<br />

sobre o perío<strong>do</strong>, on<strong>de</strong> o máximo que se encontra seriam alusões às tentativas <strong>de</strong><br />

protestantes, <strong>de</strong> origem francesa, em se estabelecer nas regiões <strong>do</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro e<br />

Maranhão (posteriormente). Contu<strong>do</strong> a fonte evidência a existência <strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong>ira<br />

"paranóia" - seja ela fundamentada ou não.<br />

Em que se <strong>de</strong>clara a muita quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouro e prata que há na comarca da Bahia. 31<br />

Dos metais <strong>de</strong> que o mun<strong>do</strong> faz mais conta, que é o ouro e prata, fazemos aqui tão pouca, que os<br />

guardamos para o remate e fim <strong>de</strong>sta história, haven<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> dizer <strong>de</strong>les primeiros, pois esta terra da<br />

Bahia tem <strong>de</strong>le tanta parte quanto se po<strong>de</strong> imaginar; <strong>do</strong> que po<strong>de</strong>m vir à Espanha cada ano maiores<br />

carregações <strong>do</strong> que nunca vieram das Índias Oci<strong>de</strong>ntais, se Sua Majesta<strong>de</strong> for disto servi<strong>do</strong>, o que se<br />

po<strong>de</strong> fazer sem se meter nesta empresa muito cabedal <strong>de</strong> sua fazenda, <strong>de</strong> que não tratamos<br />

miudamente por não haver para quê, nem fazer ao caso da tenção <strong>de</strong>stas lembranças, cujo<br />

fundamento é mostrar as gran<strong>de</strong>s qualida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Brasil, para se haver <strong>de</strong> fazer muita conta<br />

<strong>de</strong>le, fortifican<strong>do</strong>-lhe os portos principais, pois têm tanto cômo<strong>do</strong> para isso como no que toca à Bahia<br />

está <strong>de</strong>clara<strong>do</strong>; o que se <strong>de</strong>via pôr em efeito com muita instância, pon<strong>do</strong> os olhos no perigo cm que<br />

está <strong>de</strong> chegar à notícia <strong>do</strong>s luteranos parte <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> neste Trata<strong>do</strong>, para fazerem suas armadas, e<br />

se irem povoar esta província, on<strong>de</strong> com pouca força que levem <strong>de</strong> gente bem armada se po<strong>de</strong>m<br />

senhorear <strong>do</strong>s portos principais, porque não hão <strong>de</strong> achar nenhuma resistência neles, pois não têm<br />

nenhum mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> fortificação, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> os mora<strong>do</strong>res se possam <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r nem ofen<strong>de</strong>r a quem os<br />

quiser entrar. Se Deus o permitir por nossos peca<strong>do</strong>s, que seja isto, acharão to<strong>do</strong>s os cômo<strong>do</strong>s que<br />

temos <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> e muito mais para se fortificarem, porque hão <strong>de</strong> fazer trabalhar os mora<strong>do</strong>res nas<br />

30 SOUZA, op. cit. . p.231.<br />

31 SOUZA, op. cit. .pp. 351-352.<br />

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