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Universidade Federal do Paraná - Departamento de História ...

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si carrega o signo das relações coloniais <strong>de</strong> <strong>do</strong>minação. Dos tempos <strong>de</strong> Gilberto Freyre até<br />

os dias <strong>de</strong> hoje, po<strong>de</strong>-se constatar que o indígena continua a ser interpreta<strong>do</strong> como uma<br />

categoria colonial (Guilhermo Bonfil Batalla) 56 , que <strong>de</strong>signa aquele que representa o papel<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> na relação entre <strong>do</strong>minante x <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>, ou coloniza<strong>do</strong>r e coloniza<strong>do</strong>. O<br />

próprio conceito <strong>de</strong> indígena seria uma generalização que <strong>de</strong>spreza as idiossincrasias<br />

culturais <strong>do</strong>s vários grupos étnicos, ou ainda, <strong>de</strong> nações que habitavam o Continente<br />

Americano antes <strong>do</strong> advento <strong>de</strong> Cristóvão Colombo.<br />

O conceito <strong>de</strong> índio ou indígena <strong>de</strong> Gilberto Freyre não chega ser propriamente<br />

igual ao que se conceitua como indígena na atualida<strong>de</strong>, conforme se po<strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r através<br />

<strong>do</strong> texto <strong>de</strong> Paula Caleffi “O que é ser índio hoje?”: A questão indígena na América<br />

Latina/Brasil no início <strong>do</strong> século XXI. Neste texto caleffi 57 recorre a Pacheco <strong>de</strong> Oliveira<br />

que afirma que “por suas categorias e circuitos <strong>de</strong> interação, distingue-se da socieda<strong>de</strong><br />

nacional, e reivindica-se como indígena”. Segun<strong>do</strong>, ainda, Pacheco <strong>de</strong> Oliveira, esta<br />

conceituação “está baseada no critério antropológico <strong>de</strong> auto-<strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s grupos<br />

étnicos.”, o que <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Caleffi, 58 traz implícita a noção <strong>de</strong> respeito à alterida<strong>de</strong> e ao<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> auto-nomeação das coletivida<strong>de</strong>s. Que por sua vez, ”insere-se igualmente no<br />

conjunto <strong>de</strong> disposições internacionais, como a Convenção 169, da OIT (1989), que<br />

estabelece que” a consciência <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> indígena (...) <strong>de</strong>verá ser consi<strong>de</strong>rada como<br />

critério internacional para <strong>de</strong>terminar os grupos aos quais se aplicam as disposições da<br />

presente convenção”. Na mesma página 21, Caleffi afirma que “Ser índio no final <strong>do</strong> séc.<br />

XX e início <strong>do</strong> XXI, é mais que isso; é ser porta<strong>do</strong>r <strong>de</strong> um status jurídico que lhe garante<br />

uma série <strong>de</strong> direitos.”.<br />

56 BATALLA, Guilhermo Bonfil. I<strong>de</strong>ntidad y Pluralismo Cultural em América Latina. Porto Rico. Editorial <strong>de</strong> la<br />

Universidad <strong>de</strong> Puerto Rico. Capítulo: El concepto <strong>de</strong> índio em América: Una Categoria <strong>de</strong> la situacion colonial (pp. 25-45)<br />

57 CALEFFI, Paula. “O que é ser índio Hoje?” A questão indígena na América Latina/ Brasil no<br />

início <strong>do</strong> século XXI. Diálogos Latino Americanos, número 007, Universidad <strong>de</strong> Arhus, Latinoamericanisias<br />

p-21.<br />

58 CALEFFI, op. cit. pp. 20- 42.<br />

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