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Cabe a <strong>de</strong>vida relevância a maneira como ocorr<strong>em</strong> tais formas <strong>de</strong> associações,<br />
mobilizações, ações coletivas. Por essa via se articulam <strong>em</strong> ações reivindicatórias por<br />
garantia <strong>de</strong> direitos e cidadania, inclusão social (GOHN, 2003). D<strong>em</strong>andas que surg<strong>em</strong> sob<br />
a reivindicação <strong>de</strong> associações, movimentos sociais que encontram assim justificada sua<br />
existência a medida <strong>em</strong> que se relacionam com a melhoria nas condições <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>sses<br />
atores sociais.<br />
O termo “movimento social” ou “movimentos sociais” 108 importa aqui mais pelo<br />
sentido que t<strong>em</strong> para os sujeitos locais e po<strong>de</strong> expressar “ações coletivas” na comunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Santo Antonio, que por sua construção histórica, enquanto categoria <strong>de</strong> análise<br />
sociológica. Tal referência faz parte do uso local <strong>em</strong> especial nos momentos <strong>de</strong><br />
mobilização política. Assim sendo, a categoria é representativa para meu trabalho enquanto<br />
linha <strong>de</strong> mobilização e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação pelos próprios protagonistas sociais. E nesse<br />
aspecto se mostra interessante a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Gohn (2003). Para ela movimentos sociais<br />
são<br />
ações sociais coletivas <strong>de</strong> caráter sócio-político e cultural que<br />
viabilizam distintas formas da população se organizar e expressar suas<br />
<strong>de</strong>mandas. Na ação concreta, essas formas adotam diferentes estratégias<br />
que variam da simples <strong>de</strong>núncia, passando pela pressão direta<br />
(mobilizações, marchas, concentrações, passeatas, distúrbios à or<strong>de</strong>m<br />
construída, atos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobediência civil, negociações etc), até as pressões<br />
indiretas (GOHN, 2003, p. 13).<br />
Nas atuações <strong>em</strong> Santo Antonio e/ou que convergiram para lá, existe várias<br />
<strong>de</strong>mandas: a terra, direitos políticos e sociais ao trabalhador do campo. Po<strong>de</strong>-se dizer que o<br />
os “pequenos”, os pequeninos”, como na parábola do evangelho, muitas vezes<br />
mencionadas nas reuniões ou mais, recent<strong>em</strong>ente, os “pequenos agricultores” como nome<br />
108 O autor Luiz da Silva (1985), aborda “movimentos sociais” enquanto uma categoria que se coloca <strong>em</strong><br />
diversos momentos, e explica <strong>de</strong> acordo com a história do uso da expressão <strong>de</strong> que, “quando chegava a ser<br />
<strong>em</strong>pregada, não parecia ter maiores pretensões <strong>de</strong> rigor conceptual e <strong>em</strong> geral estava associada à análise das<br />
relações <strong>de</strong> classe e do movimento da socieda<strong>de</strong> como um todo”. Ele indica que mais precisamente, nos anos<br />
setenta houve um rompimento com a tradição anterior, quanto a “análise das mobilizações coletivas”. Dado<br />
esse rumo que assume <strong>em</strong> sua avaliação “A expressão “movimentos sociais” passa a <strong>de</strong>signar um conjunto <strong>de</strong><br />
estudos que continua a crescer, constituindo algo ass<strong>em</strong>elhável a uma especialida<strong>de</strong> acadêmica. A partir <strong>de</strong><br />
um recorte <strong>em</strong>pírico muito mais especifico e parcial, que implica um reor<strong>de</strong>namento ou adaptação da<br />
probl<strong>em</strong>ática teórica, cria-se um “novo” campo t<strong>em</strong>ático”. Luiz Silva observa que este campo t<strong>em</strong>ático por<br />
hora se encontra “relativamente sedimentado” como é possível constatar nos diversos “balanços crítico que<br />
implícita ou explicitamente, discut<strong>em</strong> esta produção como um paradigma <strong>de</strong> análise” (SILVA, 1985, p. 11).<br />
Já a autora Maria da Glória Gohn (1991), faz um estudo das teorias sobre os movimentos on<strong>de</strong> a partir da<br />
“contribuição <strong>de</strong> vários autores” traça um “leque dos quadros referenciais existentes” (COHN, 1991, p. 21).<br />
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