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pela herança 128 . Assim, conforme Almeida, os “<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes e her<strong>de</strong>iros constitu<strong>em</strong> os<br />

principais agentes sociais <strong>em</strong> diversas situações analisadas” (ALMEIDA, 2002, p. 62).<br />

Deste modo, o vínculo ancestral não se restringe a situações <strong>de</strong> ‘fugitivos’ e <strong>de</strong><br />

‘distantes’, mas pela <strong>de</strong>scendência <strong>de</strong> “um dos antigos do lugar” como afirmam os<br />

interlocutores, o que se incute na vivência das relações cotidianas. E, sobretudo, no<br />

presente, reforçando a mobilização com aporte na i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> política <strong>de</strong> quilombola,<br />

enquanto um coletivo que “se posiciona diante do estado para reclamar <strong>de</strong> uma condição,<br />

<strong>de</strong> uma consciência <strong>de</strong> seus direitos” 129<br />

Nesse aspecto, Almeida (2006) aponta a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> coletiva como um dos critérios<br />

<strong>de</strong> composição dos movimentos sociais que analisa e assinala este como um primeiro<br />

critério apresentado pelos grupos e que<br />

aponta para um movimento <strong>de</strong> características étnicas. O critério<br />

étnico prevalece, mesmo que a noção <strong>de</strong> ‘étnico’ não se atenha a uma<br />

língua, a laços <strong>de</strong> sangue ou a uma orig<strong>em</strong> comum. Esse critério étnico,<br />

construído a partir <strong>de</strong> mobilizações que expressam formas <strong>de</strong><br />

agrupamento político <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos comuns, compreen<strong>de</strong> o<br />

movimento quilombola e também os movimentos indígenas. Quer dizer, é<br />

um critério étnico diretamente atrelado a um fator político organizativo.<br />

Esse é o critério <strong>de</strong> composição que faz com que as pessoas se sintam<br />

pertencentes a uma mesma entida<strong>de</strong> <strong>em</strong> com laços solidários face a uma<br />

pauta <strong>de</strong> reivindicações que as aproxima <strong>de</strong> maneira profunda, porquanto<br />

referente a seu modo <strong>de</strong> existir e fazer (ALMEIDA, 2006, p. 60).<br />

No município <strong>de</strong> Concórdia do Pará, as primeiras comunida<strong>de</strong>s a se mobilizar e se<br />

posicionar <strong>de</strong> forma jurídica através da Associação <strong>de</strong> R<strong>em</strong>anescentes <strong>de</strong> Quilombos Nova<br />

Esperança <strong>de</strong> Concórdia (ARQUINEC) e com base <strong>em</strong> critérios étnicos, po<strong>de</strong>-se dizer<br />

como o que se referiu acima, foram Cravo, Igarapé Dona, Curuperé, Ipan<strong>em</strong>a, Campo<br />

Ver<strong>de</strong> e Santo Antonio conforme registra a Ata <strong>de</strong> fundação <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2001.<br />

Ata da Ass<strong>em</strong>bléia Geral da Fundação da Associação <strong>de</strong><br />

Comunida<strong>de</strong>s R<strong>em</strong>anescentes <strong>de</strong> Quilombos Nova Esperança <strong>de</strong><br />

Concórdia – ARQUINEC. Aos vinte e dois (22) dias do mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro<br />

(12) <strong>de</strong> dois mil e um (2001), precisamente as 09: 00 hs – nove horas da<br />

manhã no salão da Escola Municipal <strong>de</strong> Ensino fundamental Santo<br />

Antonio, neste município <strong>de</strong> Concórdia do Pará. Reuniram-se <strong>em</strong><br />

Ass<strong>em</strong>bléia Geral para a fundação da Associação das comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

128 Quilombolas do Pará. (CD-ROM). – Belém-Pará: Editora NAEA/UFPA, 2005.<br />

129 Esta foi uma observação da professora Rosa Acevedo Marin, com base <strong>em</strong> proposições levantadas por<br />

Alfredo W. B. <strong>de</strong> Almeida; e como estudiosa da questão e participante ativa (enquanto também elaboradora<br />

<strong>de</strong> laudos) do processo, como examinadora na qualificação <strong>de</strong> meu projeto <strong>de</strong> dissertação.<br />

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