Acessar Dissertação - Programa de Pós-Graduação em Ciências ...
Acessar Dissertação - Programa de Pós-Graduação em Ciências ...
Acessar Dissertação - Programa de Pós-Graduação em Ciências ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>de</strong>la tenha sido assegurado pela compra feita a her<strong>de</strong>iros diretos 52 , segundo a divisão dos<br />
bens, no passado. Pois, nos últimos anos o grupo t<strong>em</strong> procurado romper com a forma <strong>de</strong><br />
partilha que po<strong>de</strong> acarretar a concentração da terra <strong>em</strong> um único her<strong>de</strong>iro e, procura<br />
assegurá-la pelo uso “coletivo” como t<strong>em</strong> funcionado <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> medida, na prática,<br />
justificado-a na história das relações <strong>de</strong> usufruto e na <strong>de</strong>scendência que forma parte dos<br />
el<strong>em</strong>entos presentes na i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> quilombola assumida nos últimos anos. O que s<strong>em</strong><br />
dúvida constitui estratégias para dribla as regras legais <strong>em</strong> prevalência das normas locais<br />
(MOURA, 1978).<br />
Consi<strong>de</strong>rando autores como Almeida (2002), Acevedo (2004) há várias formas <strong>de</strong><br />
organização <strong>de</strong> um quilombo e que foge a características formais e antigas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fini-lo, que<br />
entre outras coisas postulava o “‘isolamento’ como fator <strong>de</strong> garantia do território”<br />
(ALMEIDA, 2002). Acevedo, por ex<strong>em</strong>plo, trata das comunida<strong>de</strong>s quilombolas<br />
“organizadas no pós-abolição da escravidão no Brasil que nasceram no interior <strong>de</strong> fazendas<br />
abandonadas ou terras <strong>de</strong>volutas” (ACEVEDO, 2004, p. 112). Esta argumenta que:<br />
Embora possam representar continuida<strong>de</strong> no modo <strong>de</strong> produção,<br />
com base no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> parentesco, nas relações entre trabalho, natureza<br />
e sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> organização social, não se tratam <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s idênticas,<br />
pois para esses homens e mulheres livres novos significados <strong>em</strong>ergiram<br />
da vida e das formas <strong>de</strong> integração à socieda<strong>de</strong> envolvente, portanto, s<strong>em</strong><br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> fazer parte <strong>de</strong> uma outra história (ACEVEDO, 2004, p. 112).<br />
No povoado, po<strong>de</strong>-se encontrar vários terrenos provenientes <strong>de</strong> compras<br />
formalizada e herança, entretanto, passam a fazer parte <strong>de</strong> regras locais (MOURA, 1978)<br />
imputadas nas relações parentais e sociais instituídas garantindo o usufruto dos grupos<br />
domésticos, presentes nesse espaço. É, por ex<strong>em</strong>plo que sítio Santo Antonio, à um dos<br />
terrenos estão as moradias e a produção <strong>de</strong> Oleia Valino como her<strong>de</strong>ira e seus filhos que<br />
constituíram famílias. B<strong>em</strong> como, <strong>em</strong> outra parte <strong>de</strong>sse território estar o Seu Tibúrcio<br />
Valino, e a casas dos filhos e a <strong>de</strong> uma <strong>de</strong> sua sobrinha, com as respectivas famílias, on<strong>de</strong><br />
todos usam a mesma terra e os recursos nela disponíveis.<br />
52 O que chamo <strong>de</strong> her<strong>de</strong>iros direto aquele herda <strong>de</strong> um pai ou mãe, nesse caso po<strong>de</strong>ria dizer que indireto são<br />
aqueles que herda via um tio ou primo. E nesse caso po<strong>de</strong> herdar ou adquirir por compra.<br />
56