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Acessar Dissertação - Programa de Pós-Graduação em Ciências ...

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que sob a ótica da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> t<strong>em</strong> mobilizado a maioria da população <strong>de</strong> Santo Antonio e<br />

uma gran<strong>de</strong> parcela <strong>em</strong> diversos povoados da região.<br />

Chamando atenção para a questão da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, observo como José Mauricio<br />

Arruti (2006) trata o processo <strong>de</strong> formação quilombola. Ele tece um panorama <strong>de</strong> sua<br />

abordag<strong>em</strong> e, <strong>em</strong> primeiro lugar, chama atenção para “alterida<strong>de</strong>”, colocada na própria<br />

constituição da Antropologia e sobre a <strong>em</strong>ergência da “i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>” para a disciplina.<br />

(ARRUTI, 2006, p. 25). Para esse autor, é importante <strong>de</strong>stacar a alterida<strong>de</strong> enquanto<br />

“probl<strong>em</strong>a fundador” da Antropologia que “<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> se expressar apenas <strong>em</strong> termos <strong>de</strong><br />

diferenças, para se expressar também por meio das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s”. E nesse aspecto, Arruti<br />

especifica que com a alterida<strong>de</strong> está interessado no que:<br />

diz respeito às chamadas comunida<strong>de</strong>s r<strong>em</strong>anescentes <strong>de</strong><br />

quilombos. Categoria social relativamente recente, representa uma força<br />

social relevante no meio rural brasileiro, dando nova tradução àquilo que<br />

era conhecido como comunida<strong>de</strong>s negras rurais (...) e terras <strong>de</strong> preto (...),<br />

que também começa a penetrar no meio urbano, dando nova tradução a<br />

um leque variado <strong>de</strong> situações que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> antigas comunida<strong>de</strong>s negras<br />

rurais atingidas pela expansão dos perímetros urbanos até bairros no<br />

entorno dos terreiros <strong>de</strong> candomblé (ARRUTI, 2006, p. 26).<br />

Para esse autor, a “noção <strong>de</strong> ‘r<strong>em</strong>anescentes’, pensada como uma categoria ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po etnológica e legal, surgiu como um marco fundamental” no contexto das<br />

discussões <strong>em</strong> torno da Constituição <strong>de</strong> 1988 e “<strong>em</strong> função <strong>de</strong> inegável referência à<br />

‘t<strong>em</strong>poralida<strong>de</strong>’ e ao jogo estabelecido entre continuida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s sociais”<br />

presentes nos <strong>de</strong>bates daquele momento. Termo que o “‘artigo 68’ estabeleceria para cobrir<br />

uma questão originalmente tão distinta como a das comunida<strong>de</strong>s negras rurais”. Aplicado<br />

“no trato <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> questões relativas aos indígenas e negros, sugeria uma<br />

probl<strong>em</strong>ática comum aos dois campos etnológicos e políticos, até então s<strong>em</strong> nenhuma<br />

comunicação” (ARRUTI, 2006, p. 29).<br />

José Arruti, além disso, passa a <strong>de</strong>finições do “Campo teórico” com que opera,<br />

criando um painel sobre i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>-etnicida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Roberto Cardoso <strong>de</strong> Oliveira o qual<br />

se compõe num quadro <strong>de</strong> referência e campo <strong>de</strong> exercício para a Antropologia. Desse<br />

modo, avalia tal influência e o quadro analítico mais recente, para formular sua perspectiva<br />

sobre i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e como procura abordá-la enquanto “ponto <strong>de</strong> vista teórico e como<br />

formulação nativa a ser objetivada”. Nesse sentido, afirma que “a noção <strong>de</strong> grupo étnico 125<br />

125 Esta noção <strong>de</strong> grupo étnico que é tratada por Roberto Cardoso <strong>de</strong> Oliveira (1976) e Fredrik Barth (1969).<br />

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