Acessar Dissertação - Programa de Pós-Graduação em Ciências ...
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As treze páginas <strong>de</strong> registros traz<strong>em</strong> noticias <strong>de</strong> mobilizações <strong>em</strong>preendidas na<br />
instituição da comunida<strong>de</strong>. O que leva a enten<strong>de</strong>r as interações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m social e religiosa;<br />
isso é referido pelos próprios participantes e a própria Sabá, relatora e participante<br />
daquelas ações.<br />
As <strong>de</strong>finições do início da década e as atuais reiteram a questão do uso do termo,<br />
tal como na fala <strong>de</strong> Gilberto na entrevista <strong>em</strong> 2007. Provavelmente, ele não fazia parte das<br />
discussões que se perpetravam naquele momento, pois até hoje participa das ativida<strong>de</strong>s<br />
religiosas <strong>em</strong> Santana. Contudo, elas vão se colocar <strong>de</strong> outra maneira a medida <strong>em</strong> que ele<br />
passa a participar da organização “no sentido social”, pois, se consi<strong>de</strong>ra da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Santo Antonio, porque é m<strong>em</strong>bro da Associação <strong>de</strong> R<strong>em</strong>anescentes <strong>de</strong> Quilombos Nova<br />
Esperança <strong>de</strong> Concórdia (ARQUINEC) da qual atua como tesoureiro.<br />
Enten<strong>de</strong>r a conceituação local, ajuda a compreen<strong>de</strong>r as mobilizações, as associações<br />
e o cotidiano <strong>de</strong> Santo Antonio, as representações jurídicas, territoriais, religiosas,<br />
i<strong>de</strong>ntitárias, político-sociais e i<strong>de</strong>ológicas. Assim sendo, elas se traduz<strong>em</strong> no cotidiano do<br />
início da década <strong>de</strong> 2000, mas, também anteriormente e são reiteradas e/ou resignificadas<br />
nas observações e nas falas atuais 69 .<br />
Nas reuniões dos Grupos <strong>de</strong> Evangelização, no culto dominical, reuniões e <strong>de</strong>mais<br />
discussões, são espaços on<strong>de</strong> o espiritual e o social, se somam, interag<strong>em</strong> e converg<strong>em</strong><br />
entre si no sentido <strong>de</strong> “comunida<strong>de</strong>”. Como o Seu Tibúrcio falou a maneira <strong>de</strong> se viver <strong>em</strong><br />
uma comunida<strong>de</strong> é realizando “projeto para o b<strong>em</strong> <strong>de</strong> todos né. Isso é o que s<strong>em</strong>pre reza o<br />
estatuto, e que o cara prega na reunião só que na teoria”. De tal modo, as reuniões são<br />
espaços on<strong>de</strong> se prega as ações teoricamente. Mas, também são espaços on<strong>de</strong> se reflete<br />
sobre as práticas e se <strong>de</strong>fin<strong>em</strong> as ações: auxílio aos doentes e mais necessitados; os<br />
trabalhos coletivos nas roças dos grupos <strong>de</strong> Evangelização e <strong>de</strong> Mulheres; na horta<br />
comunitária entre outros.<br />
Dessa dinâmica <strong>em</strong>erge uma configuração que é espacial, <strong>de</strong> pertencimento, mas<br />
que é, sobretudo um significado social, político e religioso. E, principalmente, como diz<strong>em</strong><br />
Mary Spink e Benedito Medrado.<br />
O sentido é uma construção social, um <strong>em</strong>preendimento coletivo,<br />
mais precisamente interativo, por meio do qual as pessoas – na dinâmica<br />
das relações sociais historicamente datadas e culturalmente localizadas –<br />
69 Ver Mary Spink e Benedito Medrado (2004), sobre os “contextos <strong>de</strong> sentidos” e <strong>de</strong> que “[o] sentido<br />
contextualizado institui o dialogo continuo entre sentidos novos e antigos”.<br />
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