Acessar Dissertação - Programa de Pós-Graduação em Ciências ...
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da, própria organização refere, ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), e do<br />
MST que teve a<strong>de</strong>ptos na comunida<strong>de</strong>, e t<strong>em</strong> <strong>em</strong> vista a garantia da terra e do trabalhador<br />
no campo.<br />
Hoje, o que se percebe entre os que pertenc<strong>em</strong> a Associação <strong>de</strong> R<strong>em</strong>anescentes <strong>de</strong><br />
Quilombos Nova Esperança <strong>de</strong> Concórdia (ARQUINEC) da qual tratarei no próximo<br />
capitulo, é a mesma propagação, pois traz <strong>em</strong> seu bojo a luta pela titulação coletiva das<br />
terras e garantias <strong>de</strong> permanência das gerações (das mais “antigas” as mais “novas”) no<br />
campo com condições produtivas e reprodutivas. Por essas pr<strong>em</strong>issas <strong>de</strong>senham uma série<br />
<strong>de</strong> articulações por essa maneira <strong>de</strong> atuar e se manter<strong>em</strong> <strong>em</strong> re<strong>de</strong>, como faz<strong>em</strong> fluir suas<br />
idéias e se mantém antenados com outros acontecimentos e lutas; como propõe Gohn<br />
(2003), exerc<strong>em</strong> um “agir comunicativo”.<br />
E, nessa linha reivindicativa, ainda, ou que tomam essa linha po<strong>de</strong> ser visto no caso<br />
do Movimento das Mulheres Transformadoras do Campo e da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bujaru, o<br />
MMTCCB, o que tratarei a seguir.<br />
5. De “Clube <strong>de</strong> Mães para “MMTCCB”, e ao “Grupo <strong>de</strong> Mulheres” <strong>de</strong> Santo<br />
Antonio<br />
Os anos <strong>de</strong> 1980 figuram <strong>em</strong> minha m<strong>em</strong>ória como filha <strong>de</strong> uma das participantes<br />
do Clube <strong>de</strong> Mães, que aos sábados se dirigiam a localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vila <strong>de</strong> Santana – aquela<br />
altura Santo Antonio inexistia enquanto CEB –, on<strong>de</strong> ocorriam os encontros. Era rotina<br />
para várias mães das localida<strong>de</strong>s no entorno <strong>de</strong> Santana, se reunir<strong>em</strong> para as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
costurar, fazer comida (doces e salgados), bordados, crochês, pinturas, tricô. Nestes<br />
momentos, compartilhavam as experiências ditas do domínio f<strong>em</strong>inino e como “donas <strong>de</strong><br />
casa” e mães. As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> venda dos produtos <strong>de</strong> seu trabalho <strong>de</strong> arte realizadas,<br />
serviam para aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s e funcionavam como ajuda mútua. Pois, segundo<br />
interlocutores, quando as mulheres se encontravam grávidas, preparavam todo o “enxoval”<br />
Assim, sendo, na fala <strong>de</strong> Dona Celina: “<strong>em</strong> Santana a gente participava, era Clube<br />
<strong>de</strong> Mães, não era movimento das mulheres”, e diz que “lá o objetivo era ensinar as<br />
mulheres a fazer alguma” ativida<strong>de</strong> relativa a “cozinhar”, “costurar”, confeccionar “bolsas”<br />
e “sacolas <strong>de</strong> neném”. Ela não <strong>de</strong>scarta esse aprendizado, pois muitas das mulheres não<br />
sabiam fazer, assim sendo, no caso <strong>de</strong> “bolo” era necessário encomendar na cida<strong>de</strong>, por<br />
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