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Acessar Dissertação - Programa de Pós-Graduação em Ciências ...

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2. Associações e cotidiano <strong>em</strong> Santo Antonio<br />

Nesse capitulo irei <strong>de</strong>ter-me sobre aspectos da vida cotidiana como espaço das<br />

práticas vivenciadas pelos atores sociais locais, mas que as vezes permit<strong>em</strong> observar<br />

interações mais amplas. Essas situações são trazidas aqui para <strong>de</strong>notar certos tipos <strong>de</strong><br />

associações que se expressam nesse viver dotado <strong>de</strong> experiências concretas e abstratas, no<br />

dizer Lévi-Strauss (1976). Vale dizer ainda, nas palavras <strong>de</strong>sse autor que essas<br />

experiências não resultam apenas <strong>de</strong> “necessida<strong>de</strong>s orgânicas ou econômicas” (LÉVI-<br />

STRAUSS, 1976, p.19), mas orientadas por uma relação <strong>de</strong> significados e interesses<br />

diversos.<br />

Assim sendo, ao se organizar<strong>em</strong>, cotidianamente e/ou <strong>em</strong> associações, as pessoas<br />

<strong>de</strong> Santo Antonio atualizam, imbrincadamente os dois tipos <strong>de</strong> experiência como também<br />

nos ensina Geertz (1998). Seguindo este autor, é importante “tentar i<strong>de</strong>ntificar como essas<br />

pessoas viv<strong>em</strong> nessa socieda<strong>de</strong>” e <strong>de</strong>scobrir como enten<strong>de</strong>m suas práticas (GEERTZ,<br />

1998, p. 89).<br />

Para tratar <strong>de</strong> associações, como se aborda nesse trabalho, é importante observar o<br />

sentido <strong>de</strong> “sociação” <strong>de</strong> Georg Simmel (1983). Através <strong>de</strong>le é possível traçar um<br />

referencial <strong>de</strong> inspiração 60 como sugere Malinowski (1976), a fim <strong>de</strong> apoiar as reflexões a<br />

respeito das relações e das práticas que se estabelec<strong>em</strong> no povoado <strong>em</strong> que propus estudá-<br />

las (MALINOWSKI, 1976, p. 27).<br />

As conjecturas <strong>de</strong> Georg Simmel, a respeito <strong>de</strong> “sociação” no âmbito da socieda<strong>de</strong><br />

é importante para <strong>de</strong>limitar conceitualmente o objeto <strong>de</strong>ste trabalho. Em vista das<br />

consi<strong>de</strong>rações que faz esse autor <strong>em</strong> sua amplitu<strong>de</strong> e análise para a sociologia, me interessa<br />

o que suas reflexões contribu<strong>em</strong> para enten<strong>de</strong>r a vivência <strong>de</strong> uma parcela da socieda<strong>de</strong> ou<br />

micro-socieda<strong>de</strong> <strong>em</strong> suas interações promovidas para e <strong>de</strong>corridas <strong>de</strong> distintas finalida<strong>de</strong>s.<br />

El<strong>em</strong>ento que aparece a medida que me <strong>de</strong>tenho <strong>em</strong> observar o modo <strong>de</strong> vida e das<br />

relações no interior do povoado.<br />

Para Georg Simmel (1983) “os grupos <strong>de</strong> homens, unidos para viver uns ao lado<br />

dos outros, ou uns para os outros”, constitu<strong>em</strong> sociações e essas ocorr<strong>em</strong> por diversos fins:<br />

“econômicos, religiosos, políticos” entre outros. Para lidar com isso, este autor propõe um<br />

método indutivo a fim <strong>de</strong> estabelecer “as formas e leis próprias da sociação”, “<strong>de</strong>stinadas<br />

60 Na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Bronislaw Malinowski (1976) as teorias serv<strong>em</strong> como inspiração para o etnólogo. Pois o<br />

trabalho teórico e do etnográfico são distintos, <strong>em</strong>bora possa ser “possível que ele próprio seja um pensador<br />

teórico, nesse caso, encontrará <strong>em</strong> si próprio todo estimulo à sua pesquisa” (MALINOWSKI, 1976, p. 27).<br />

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