02.06.2013 Views

Tireoidite linfocítica - Repositório Aberto da Universidade do Porto

Tireoidite linfocítica - Repositório Aberto da Universidade do Porto

Tireoidite linfocítica - Repositório Aberto da Universidade do Porto

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

DISCUSSÃO<br />

A - LIMITAÇÕES DO "MATERIAL E MÉTODOS" E DOS CRITÉRIOS UTILIZADOS<br />

O termo "tireoidite" é utiliza<strong>do</strong> para<br />

designar um grupo de <strong>do</strong>enças tireoideias com<br />

características clínicas, morfológicas e patogénicas<br />

muito distintas. Nuns casos a natureza inflamatória<br />

<strong>da</strong> <strong>do</strong>ença é imediatamente reconheci<strong>da</strong>, como<br />

na tireoidite tuberculosa, noutros tal natureza<br />

é muito provável, como na tireoidite subagu<strong>da</strong><br />

de De Quervain, cuja etiologia vírica é apoia<strong>da</strong><br />

pela evolução clínica e pelos aspectos epidemiológi­<br />

cos <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença (20, 239).<br />

Na forma mais comum de tireoidite,<br />

a tireoidite <strong>linfocítica</strong>, a natureza inflamatória<br />

<strong>da</strong> <strong>do</strong>ença é, porém, menos clara: o infiltra<strong>do</strong><br />

linfóide sugere processo inflamatório, mas é discutí­<br />

vel se a imunopatogénese <strong>da</strong> "<strong>do</strong>ença", cujos meca­<br />

nismos estão longe de ser conheci<strong>do</strong>s, justificará<br />

a sua inclusão no grupo <strong>da</strong>s tireoidites. Este proble­<br />

ma nosológico não nos parece contu<strong>do</strong> muito impor­<br />

tante, pois é pacífico que com a designação de<br />

tireoidite <strong>linfocítica</strong> se pretende identificar uma<br />

alteração tireoideia de natureza auto-imune que<br />

se acompanha de infiltra<strong>do</strong> linfóide <strong>da</strong> glândula.<br />

E comum identificar a tireoidite linfocí­<br />

tica com a tireoidite (<strong>do</strong>ença) de Hashimoto (124,<br />

187, 211, 239). Se atendermos à descrição efectua<strong>da</strong><br />

por Hashimoto, em 1912 (127), verificamos<br />

que na reali<strong>da</strong>de esta descrição só corresponde<br />

a alguns casos de tireoidite <strong>linfocítica</strong>. Por outro<br />

la<strong>do</strong>, o grau de infiltra<strong>do</strong> linfóide na glândula<br />

é muito variável: se nuns casos o envolvimento<br />

<strong>da</strong> glândula pelo infiltra<strong>do</strong> é quase total, noutros<br />

o infiltra<strong>do</strong> reduz-se a alguns folículos linfóides<br />

dispersos no parênquima tireoideu e entre estes<br />

<strong>do</strong>is extremos existem tantas situações que o<br />

seu conjunto quase forma um espectro continuo.<br />

Conforme referimos no capitulo de<br />

"Material e Méto<strong>do</strong>s", considerámos <strong>do</strong>is grupos:<br />

tireoidite iimfocítica difusa que, à semelhança<br />

de vários autores, identificámos com a tireoidite<br />

de Hashimoto, independentemente de as caracterís­<br />

ticas <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> tireoideu corresponderem ou não<br />

às descritas inicialmente por Hashimoto (187s 211,<br />

239) e tireoidite <strong>linfocítica</strong> focal. A separação<br />

entre estas duas formas foi defini<strong>da</strong> arbitrariamente<br />

77

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!