02.06.2013 Views

Tireoidite linfocítica - Repositório Aberto da Universidade do Porto

Tireoidite linfocítica - Repositório Aberto da Universidade do Porto

Tireoidite linfocítica - Repositório Aberto da Universidade do Porto

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

por não termos podi<strong>do</strong> estabelecer, nem tão pouco<br />

termos encontra<strong>do</strong> na literatura, critérios que<br />

possibilitassem uma distinção inequívoca.<br />

A glândula tireo.deia apresenta frequen­<br />

temente infiltra<strong>do</strong> linfóide focal, o que levanta<br />

o problema <strong>da</strong> sua interpretação. E discutível<br />

se a sua presença traduz sempre patologia auto-<br />

imune. Nestas situações é fun<strong>da</strong>mental, mais<br />

<strong>do</strong> que quan<strong>do</strong> o infiltra<strong>do</strong> linfóide é difuso, o<br />

conhecimento de outros <strong>da</strong><strong>do</strong>s, nomea<strong>da</strong>mente<br />

o título de anticorpos anti-tireoideus, para a formu­<br />

lação de um juízo diagnóstico no caso concreto.<br />

Na selecção <strong>do</strong> material para o presente<br />

estu<strong>do</strong> debatemonos com o problema <strong>da</strong> valorização<br />

<strong>do</strong> infiltra<strong>do</strong> linfóide focal, sobretu<strong>do</strong> porque<br />

não possuíamos informações sobre o título de<br />

B - TIREOIDITE UNFOClTICA<br />

No âmbito <strong>da</strong> relação entre a tireoidite<br />

<strong>linfocítica</strong> focal e a tireoidite <strong>linfocítica</strong> difusa,<br />

duas questões poderão ser levanta<strong>da</strong>s:<br />

ia— A tireoidite <strong>linfocítica</strong> focal<br />

e a tireoidite <strong>linfocítica</strong> difusa serão duas formas<br />

morfológicas de apresentação <strong>do</strong> mesmo processo<br />

auto-imune?<br />

2a— A tireoidite <strong>linfocítica</strong> focal<br />

será uma forma menos evoluí<strong>da</strong> <strong>da</strong> tireoidite linfocí­<br />

tica, com possibili<strong>da</strong>de de evoluir para tireoidite<br />

<strong>linfocítica</strong> difusa?<br />

A resposta que vamos procurar <strong>da</strong>r<br />

à primeira questão fun<strong>da</strong>menta-se em argumentos<br />

de ordem morfológica e de ordem imunológica.<br />

Sob o ponto de vista morfológico,<br />

a tireoidite <strong>linfocítica</strong> focal e a tireoidite <strong>linfocítica</strong><br />

difusa não diferem significativamente. As alterações<br />

citoarquitecturais que descrevemos na tireoidite<br />

<strong>linfocítica</strong> difusa foram observa<strong>da</strong>s no parênquima<br />

tireoideu envolvi<strong>do</strong> pelo processo de tireoidite<br />

anticorpos antitireoideus que nos orientassem<br />

nas nossas decisões. A<strong>do</strong>ptámos também aqui<br />

um critério arbitrário, dependente <strong>do</strong> número<br />

de folículos linfóides, o qual acabou por se revelar<br />

operacional, embora não tenha resolvi<strong>do</strong> de forma<br />

totalmente satisfatória o problema <strong>da</strong> classificação<br />

<strong>da</strong>s lesões nodulares. Como é bem conheci<strong>do</strong>,<br />

existem múltiplas situações em que o infiltra<strong>do</strong><br />

linfóide focal coexiste com outra patologia tireoi-<br />

deia, nomea<strong>da</strong>mente bócio multinodular e carcinoma<br />

papilar (187). Nos casos em que havia patologia<br />

nodular, e como tentativa para ultrapassar de<br />

forma coerente esta dificul<strong>da</strong>de, decidimos fazer<br />

a avaliação <strong>do</strong> infiltra<strong>do</strong> linfóide no parênquima<br />

tireoideu afasta<strong>do</strong> <strong>da</strong>s lesões coexistentes, segun<strong>do</strong><br />

os critérios que havíamos estabeleci<strong>do</strong> para os<br />

outros casos.<br />

"Versus" TIREOIDITE LINFOCÍTICA FOCAL.<br />

<strong>linfocítica</strong> focal, sen<strong>do</strong> as diferenças mais quantita­<br />

tivas <strong>do</strong> que qualitativas.<br />

Ain<strong>da</strong> sob o ponto de vista <strong>da</strong> caracteri­<br />

zação morfológica <strong>da</strong> tireoidite <strong>linfocítica</strong>, convém<br />

notar que o envolvimento <strong>da</strong> glândula pelo infiltra<strong>do</strong><br />

linfóide não é uniforme: em alguns casos o padrão<br />

de envolvimento pesou na decisão toma<strong>da</strong> sobre<br />

a classificação em forma difusa ou focal. Esta<br />

heterogenei<strong>da</strong>de <strong>da</strong> disposição <strong>do</strong> infiltra<strong>do</strong> linfóide<br />

justifica ain<strong>da</strong> que em 6 casos de tireoidite linfocí­<br />

tica difusa e em 4 casos de tireoidite <strong>linfocítica</strong><br />

focal tivéssemos considera<strong>do</strong> a existência de um<br />

envolvimento que denominámos de "segmentar".<br />

Mais importantes que os argumentos<br />

já aduzi<strong>do</strong>s são, contu<strong>do</strong>, os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />

ultrastrutural. As características ultrastruturais<br />

eliminares são sobreponíveis nas duas formas<br />

de tireoidite <strong>linfocítica</strong>, o que corrobora as informa­<br />

ções já forneci<strong>da</strong>s pelo estu<strong>do</strong> em microscopia<br />

de luz. Essa semelhança morfológica é, aliás,<br />

particularmente níti<strong>da</strong> na zona de fronteira epitélio-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!