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Tireoidite linfocítica - Repositório Aberto da Universidade do Porto

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desenvolvei—se na ausência de tireoidite <strong>linfocítica</strong><br />

(56, 62).<br />

O simples facto de os linfomas tireoideus<br />

estarem quase sempre associa<strong>do</strong>s a tireoidite<br />

linfocrtica não prova, só por si, que a tireoidite<br />

tenha evoluí<strong>do</strong> para linfoma (56). Existem, contu<strong>do</strong>,<br />

alguns <strong>da</strong><strong>do</strong>s que indicam dever ser esta a história<br />

natural para a maior parte destes linfomas. Efecti-<br />

F - ETIOPATOGENIA<br />

TIREOIDITE LINFOCÍTICA "versus" DOENÇA<br />

DE CRAVES<br />

Cs <strong>do</strong>entes com tireoidite <strong>linfocítica</strong><br />

sintomática consultam frequentemente o médico<br />

por bócio progressivo (239, 319). Na maior parte<br />

<strong>do</strong>s casos não existem manifestações de disfunção<br />

tireoideia, mas em alguns <strong>do</strong>entes podem ser obser­<br />

va<strong>do</strong>s sinais de hipotireoidismo aquan<strong>do</strong> <strong>da</strong> primeira<br />

consulta (91, 272, 319).<br />

Os <strong>do</strong>entes com <strong>do</strong>ença de Craves<br />

apresentam habitualmente um quadro clínico<br />

bem distinto, A um bócio difuso modera<strong>do</strong> associam-<br />

-se sinais de hipertireoidismo e, frequentemente,<br />

também exoftalmia (211).<br />

O mo<strong>do</strong> de apresentação destas duas<br />

enti<strong>da</strong>des tireoideias pode, porém, afastar-se<br />

destes quadros considera<strong>do</strong>s típicos.<br />

Na tireoidite <strong>linfocítica</strong> nem sempre<br />

existe bócio (91), assim como pode ser um nódulo,<br />

quase sempre frio, que chama a atenção (27, 91, 229,<br />

293, 298, 335). Em outros casos é o aumento recente<br />

<strong>do</strong> bócio, eventualmente acompanha<strong>do</strong> de sintomato­<br />

logia local, que perturba o <strong>do</strong>ente e leva o médico<br />

a suspeitar de neoplasia maligna (293, 335).<br />

Na maior parte <strong>da</strong>s situações os <strong>do</strong>entes<br />

com tireoidite <strong>linfocítica</strong> são eutireoideus (inclui-se<br />

neste esta<strong>do</strong> o hipotireoidismo compensa<strong>do</strong>: os<br />

valores de T4 são normais e os de TSH estão eleva­<br />

<strong>do</strong>s) (91, 240, 272), mas no decurso <strong>da</strong> evolução<br />

<strong>da</strong> <strong>do</strong>ença pode vir a estabelecer-se um quadro<br />

de hipotireoidismo (27, 91, 94, 112, 113, 272, 312).<br />

Porém, em alguns casos o esta<strong>do</strong> funcional <strong>da</strong><br />

glândula é bem diferente. As manifestações de<br />

vãmente, é conheci<strong>do</strong> que os linfomas desenvolvem-<br />

-se com uma relativa frequência em <strong>do</strong>enças<br />

auto-imunes, nomea<strong>da</strong>mente no síndrome de Sjogren<br />

(183). Também o facto de o linfoma tireoideu<br />

pre<strong>do</strong>minar no sexo feminino (56, 133, 334), como<br />

a tireoidite <strong>linfocítica</strong> e diferentemente <strong>do</strong>s linfomas<br />

em outros órgãos linfóides periféricos (183), aponta<br />

para a mesma conclusão.<br />

hipertireoidismo podem ser nota<strong>da</strong>s em cerca de<br />

3,7% a 896 <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes (91, 187, 234, 239, 319),<br />

ten<strong>do</strong>-se ain<strong>da</strong> verifica<strong>do</strong> que nem sempre estão<br />

dependentes <strong>da</strong> estimulação por TSH (37, 81, 84, 89,<br />

234, 240, 322). Estão também descritos casos de<br />

tireoidite <strong>linfocítica</strong> com "flutuação" <strong>da</strong> função<br />

tireoideia, de que destacamos alternância de esta<strong>do</strong>s<br />

de hipotireoidismo e de eutireoidismo, ou mesmo<br />

de hipertireoidismo (11, 38, 98, 173, 234, 287).<br />

São conheci<strong>da</strong>s situações de hipertireoi­<br />

dismo transitório, umas vezes ocorri<strong>da</strong>s após o<br />

parto mas outras vezes sem relação com a gravidez,<br />

que se acompanham de infiltra<strong>do</strong> linfóide na glându­<br />

la tireoideia (13, 108, 145, 169, 239, 270, 297, 305,<br />

332). Estas formas de tireoidite não <strong>do</strong>lorosa com<br />

hipertireoidismo transitório, também conheci<strong>da</strong>s<br />

por tireoidite silenciosa ou tireotóxica (169, 305),<br />

<strong>do</strong> ponto de vista clínico constituem um grupo<br />

relativamente homogéneo, mas é controversa a<br />

sua etiopatogenia: alguns autores admitem que<br />

estas formas de tireoidite estão relaciona<strong>da</strong>s com<br />

a tireoidite subagu<strong>da</strong> (145, 332), enquanto outros<br />

as consideram variantes <strong>da</strong> tireoidite <strong>linfocítica</strong><br />

(13, 108, 270) ou <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença de Craves (13).<br />

Como a tireoidite <strong>linfocítica</strong>, também<br />

a <strong>do</strong>ença de Craves pode apresentar-se sob formas<br />

que se afastam <strong>do</strong>s quadros típicos. São conheci<strong>da</strong>s<br />

situações de <strong>do</strong>ença de Craves com eutireoidismo<br />

(12, 211, 263, 282, 288) ou mesmo hipotireoidismo<br />

(55). De realçar são também os casos em que os<br />

<strong>do</strong>entes não apresentam exoftalmia (211), bem<br />

como aqueles em que, apesar de haver hipertireoi­<br />

dismo manifesto, os <strong>do</strong>entes não têm bócio (211).

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