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Manual de Especialidades em Saúde Bucal

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22 SECRETARIA DE ATENçãO à SAÚDE/MS<br />

1.2.5.4.4 Herpes labial<br />

<strong>de</strong>finição<br />

É uma infecção viral, recorrente e<br />

contagiosa relacionada à imunossupressão.<br />

manifestações clínicas<br />

As lesões mais comuns do herpes labial<br />

são caracterizadas pela formação <strong>de</strong> vesículas,<br />

úlceras e crostas recidivantes na região<br />

labial. Normalmente são autolimitantes e<br />

<strong>de</strong>saparec<strong>em</strong> s<strong>em</strong> que seja necessária qualquer<br />

intervenção terapêutica. As lesões do herpes<br />

ganham relevância clínica a partir do momento<br />

<strong>em</strong> que o paciente passa a manifestar lesões<br />

maiores, com franca extensão pela área peri<br />

e intrabucal, com episódios que passam a<br />

ocorrer <strong>em</strong> intervalos cada vez menores <strong>de</strong><br />

t<strong>em</strong>po. Tais características po<strong>de</strong>m estar<br />

relacionadas à imunossupressão e <strong>de</strong>v<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>spertar no clínico, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

exames mais aprofundados e principalmente<br />

correlação com <strong>de</strong>mais dados da anamnese.<br />

Não raro na Aids, o herpes passa a ser um<br />

agente etiológico freqüente <strong>de</strong> lesões bucais<br />

ulceradas duradouras e <strong>de</strong> sintomatologia<br />

intensa. Na clínica odontopediátrica são<br />

comuns os episódios <strong>de</strong> “primo-infecção”,<br />

on<strong>de</strong> a criança, ao primeiro contato com<br />

o vírus, manifesta lesões extensas por toda<br />

a mucosa bucal e do lábio com quadro<br />

sintomatológico típico das <strong>de</strong>mais viroses<br />

da infância (Gengivo-estomatite herpética<br />

primária).<br />

diagnóstico<br />

O aspecto clínico costuma ser suficiente<br />

para o diagnóstico da maioria dos casos <strong>de</strong><br />

herpes labial. História <strong>de</strong> prurido, incômodo<br />

ou dor prece<strong>de</strong>m a ocorrência <strong>de</strong> vesículas<br />

e estas, por sua vez, a ocorrência <strong>de</strong> úlceras.<br />

O paciente costuma procurar ajuda na fase<br />

<strong>de</strong> úlcera e, portanto, a história evolutiva da<br />

sintomatologia e das lesões fundamentais t<strong>em</strong><br />

muita significância diagnóstica. A avaliação<br />

do h<strong>em</strong>ograma, com ênfase nas contagens<br />

leucocitárias, po<strong>de</strong> ser reveladora <strong>de</strong> quadros<br />

<strong>de</strong> imunossupressão não previamente<br />

diagnosticados. As avaliações séricas <strong>de</strong><br />

imunoglobulinas IgM e IgG não são<br />

recomendadas para os casos mais comuns<br />

<strong>de</strong> lesões labiais recorrentes. Em casos <strong>de</strong><br />

aspecto e história clínica menos reveladora,<br />

a citologia esfoliativa po<strong>de</strong> ser um recurso<br />

<strong>de</strong> uso na clínica estomatológica.<br />

Terapia medicamentosa<br />

Infelizmente não há, até hoje, evidências<br />

científicas <strong>de</strong>finitivas a respeito <strong>de</strong> um<br />

manual terapêutico que previna a ocorrência<br />

ou diminua o curso clínico das lesões, a<br />

<strong>de</strong>speito <strong>de</strong> inúmeros relatos <strong>de</strong> casos com<br />

as mais distintas possibilida<strong>de</strong>s terapêuticas.<br />

Recomenda-se aos pacientes acometidos<br />

que procur<strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntificar o início do ciclo<br />

lesional e, neste momento, façam aplicações<br />

<strong>de</strong> aciclovir tópico <strong>em</strong> pomada. Não se<br />

justifica a adoção <strong>de</strong> terapia sistêmica para<br />

os pacientes com manifestações <strong>de</strong> herpes<br />

labial recorrente <strong>em</strong> estado <strong>de</strong> higi<strong>de</strong>z<br />

imunitária.Na primo-infecção que acomete<br />

a criança, a terapêutica é exclusivamente<br />

<strong>de</strong> suporte, mantendo-se uma ingestão<br />

alimentar a<strong>de</strong>quada, com repouso, analgesia<br />

não-opiácea e, <strong>em</strong> situações selecionadas,<br />

anestésicos tópicos. Nos pacientes com<br />

Aids é necessário discutir diagnósticos<br />

diferenciais <strong>de</strong> úlceras bucais e o uso <strong>de</strong><br />

antivirais sistêmicos <strong>em</strong> conjunto com a<br />

equipe <strong>de</strong> Infectologia.<br />

1.2.5.4.5 H<strong>em</strong>angiomas<br />

<strong>de</strong>finição<br />

Os h<strong>em</strong>angiomas, quanto à sua etiologia,<br />

são lesões que po<strong>de</strong>m representar distúrbios<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, estando presentes<br />

ao nascimento ou ainda po<strong>de</strong>m surgir<br />

tardiamente, comportando-se como uma<br />

neoplasia. Os h<strong>em</strong>angiomas po<strong>de</strong>m, portanto,<br />

apresentar<strong>em</strong>-se como neoplasia verda<strong>de</strong>ira,<br />

<strong>de</strong> caráter benigno, com estímulos <strong>de</strong><br />

crescimento ainda <strong>de</strong>sconhecidos e que po<strong>de</strong>m<br />

surgir <strong>em</strong> crianças e adultos. Apesar <strong>de</strong> o<br />

termo h<strong>em</strong>angioma sugerir neoplasia, parece<br />

que tal termo t<strong>em</strong> sido usado <strong>de</strong> maneira<br />

indiscriminada para as lesões vasculares não<br />

necessariamente neoplásicas.

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