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Manual de Especialidades em Saúde Bucal

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28 SECRETARIA DE ATENçãO à SAÚDE/MS<br />

aliada à i<strong>de</strong>ntificação precoce <strong>de</strong> alterações<br />

teciduais com potencial <strong>de</strong> malignização.<br />

As lesões com potencial <strong>de</strong> malignização<br />

po<strong>de</strong>m ser reconhecidas na boca e po<strong>de</strong>m servir<br />

ainda como parâmetro <strong>de</strong> triag<strong>em</strong> e seleção <strong>de</strong><br />

pacientes que necessit<strong>em</strong> <strong>de</strong> acompanhamentos<br />

clínico e laboratorial mais rigorosos. Tal fato<br />

torna-se mais relevante quando se verifica <strong>em</strong><br />

algumas estatísticas que 53,4% dos pacientes<br />

com câncer bucal apresentaram estadiamento<br />

III ou IV na admissão hospitalar. As taxas <strong>de</strong><br />

sobrevida para os estádios III e IV foram <strong>de</strong><br />

46,3% e 21,6% <strong>em</strong> 5 anos, <strong>em</strong> contraste com<br />

taxas <strong>de</strong> 79,5% e 59,7% para os estádios I e II<br />

respectivamente no Hospital Erasto Gaertner.<br />

As terapias <strong>de</strong> eleição para o câncer <strong>de</strong><br />

boca <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do estágio <strong>de</strong> evolução e<br />

tipo histológico do tumor. Configuram-se,<br />

entretanto, a cirurgia e a radioterapia como<br />

as manobras mais freqüentes <strong>de</strong> abordag<strong>em</strong><br />

nestes pacientes. A quimioterapia v<strong>em</strong> sendo<br />

gradativamente incorporada a alguns manuais<br />

terapêuticos. Tais terapias traz<strong>em</strong> consigo<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte multiprofissional<br />

(nutricionistas, fisioterapeutas, auxiliares<br />

<strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>, <strong>de</strong>rmatologista e/ou<br />

otorrinolaringologista), tanto no que concerne<br />

à morbida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>m provocar, quanto<br />

à própria complexida<strong>de</strong> da abordag<strong>em</strong><br />

cirúrgica e do planejamento oncológico<br />

(cirurgiões <strong>de</strong> cabeça e pescoço, oncologista,<br />

radioterapeuta e/ou cirurgião plástico).<br />

Justifica-se o envolvimento do CD <strong>de</strong>vido ao<br />

seu conhecimento s<strong>em</strong>iológico das estruturas<br />

da boca b<strong>em</strong> como à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r<br />

às <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong>ntárias e <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> sobre<br />

a mucosa bucal nos períodos pré, trans e póstratamento<br />

oncológico. Po<strong>de</strong>-se citar <strong>de</strong>ntre<br />

os processos mórbidos da boca, a redução <strong>de</strong><br />

fluxo salivar, disgeusia, limitação <strong>de</strong> abertura<br />

bucal, mucosite, candidíase, periodontites,<br />

cáries <strong>de</strong> radiação e osteorradionecrose. Todas<br />

estas implicam <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong>sconforto e<br />

perda da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />

O s t r a t a m e n t o s d e n t á r i o s e<br />

estomatológicos <strong>de</strong> paciente com neoplasia<br />

maligna da boca justificam-se, ainda, quando<br />

notamos que as alterações provocadas pelo<br />

câncer bucal po<strong>de</strong>m levar às infecções<br />

locais e sistêmicas, que po<strong>de</strong>m aumentar<br />

a morbida<strong>de</strong> da doença. A proliferação <strong>de</strong><br />

fungos e bactérias anaeróbias é estimulada<br />

por procedimentos imunossupressores<br />

locais e gerais tais como a radio e a<br />

quimioterapia.<br />

As Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>Bucal</strong> da UBS/<br />

SF <strong>em</strong> parceria com os CEO, portanto,<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong> centrar esforços <strong>em</strong> manobras<br />

<strong>de</strong> vigilância e reconhecimento <strong>de</strong><br />

pacientes que estejam incluídos no<br />

perfil epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong>scrito acima<br />

ou cujo laudo histopatológico <strong>de</strong>screva<br />

a presença <strong>de</strong> atipias da mucosa bucal.<br />

N<strong>em</strong> todos os pacientes apresentam os<br />

fatores <strong>de</strong> risco clássicos para o câncer<br />

bucal tais como tabagismo, etilismo,<br />

exposição solar e ida<strong>de</strong> acima <strong>de</strong> 40<br />

anos. Estes não <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser os únicos<br />

critérios para suspeita <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong><br />

malignização <strong>em</strong>bora se saiba que as<br />

lesões malignas e potencialmente malignas<br />

sejam mais freqüentes naqueles grupos.<br />

Pacientes i<strong>de</strong>ntificados como <strong>de</strong> “risco”<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong> receber exames preventivos para o<br />

câncer bucal ao menos duas vezes ao ano.<br />

Recomenda-se que o CEO funcione como<br />

o local <strong>de</strong> acolhimento (<strong>em</strong> consonância<br />

com a Atenção Básica nas UBS) dos<br />

pacientes que sejam i<strong>de</strong>ntificados através<br />

da estratégia sugerida. Espera-se ainda<br />

que o CEO possa ser um espaço on<strong>de</strong> o<br />

planejamento da atenção odontológica<br />

reabilitadora aconteça para que todos<br />

os indivíduos nas fases <strong>de</strong> pré e póstratamento<br />

oncológico sejam atendidos.<br />

1.2.5.7 lesões com potencial <strong>de</strong><br />

malignização<br />

1.2.5.7.1 leucoplasia<br />

<strong>de</strong>finição<br />

Placa esbranquiçada, <strong>de</strong> superfície<br />

rugosa localizada preferencialmente nas<br />

áreas <strong>de</strong> mucosa não ceratinizada. É uma<br />

<strong>de</strong>finição clínica e não histológica.

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