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Mabel Salgado Pereira Dom Helvécio Gomes de Oliveira, um ...

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era precedida pelos mensageiros, mascarados, que<br />

percorriam, a cavalo, as ruas da cida<strong>de</strong> convidando o<br />

povo e anunciando a realização do baile, il<strong>um</strong>inação e<br />

coreto <strong>de</strong> música, enquanto grupos visitavam as casas,<br />

recolhendo a esmola, que podia ser em espécie ou em<br />

prendas para serem leiloadas. Rezavam-se as missas nas<br />

madrugadas; ao encerramento realizavam-se as touradas<br />

e cavalhadas <strong>de</strong> tradição ibérica (ROMANCINI, 2005, p.<br />

42).<br />

Estas festivida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser analisadas no contexto do<br />

catolicismo tradicional, no qual a li<strong>de</strong>rança cabe aos leigos, não por<br />

<strong>de</strong>legação eclesiástica, mas pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> animar tais movimentos.<br />

Nos centros urbanos os melhores momentos festivos foram, geralmente,<br />

promovidos pelas Irmanda<strong>de</strong>s 47 , que através dos seus estatutos<br />

comprometiam-se em comemorar o dia do santo com todas as suas<br />

honrarias.<br />

No contexto cuiabano <strong>de</strong> 1903, sob o episcopado <strong>de</strong> <strong>Dom</strong> Carlos,<br />

<strong>de</strong> cunho reformador ultramontano, era com<strong>um</strong> a hierarquia eclesiástica<br />

consi<strong>de</strong>rar que estes grupos festivos viviam mergulhados na ignorância<br />

religiosa e na superstição, cuja mentalida<strong>de</strong> manifestava gran<strong>de</strong><br />

confusão entre o sobrenatural e as fronteiras do terrestre. Portanto,<br />

47 As Irmanda<strong>de</strong>s eram associações religiosas nas quais se reuniam os leigos em torno<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong> santo, funcionavam como agentes <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> grupal, congregando,<br />

simultaneamente, anseios comuns frente à religião e perplexida<strong>de</strong> frente à realida<strong>de</strong><br />

social. Cada Irmanda<strong>de</strong> tinha seu compromisso, ou estatuto, nos quais <strong>de</strong>screviam<br />

todas as obrigações e <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> seus membros, assim como seu funcionamento. Cf.<br />

BOSCHI, 1986.<br />

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