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Luciana Basili Dias Candidíase vulvovaginal em pacientes gestantes

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Discussão 81<br />

foram resistentes ao fluconazol (CIM ≥ 64µg/mL), segundo Sobel et al (2003). Para nenhum dos<br />

isolados foram encontrados valores de CIM entre 16 a 32 µg/mL, e para 42 (95%) de 44 foram<br />

encontrados valores ≤ 8µg/mL e portanto considerados susceptíveis. Em nosso estudo,<br />

detectamos susceptibilidade para o fluconazol, utilizando ambas as metodologias para os dois<br />

isolados de C. glabrata de <strong>pacientes</strong> <strong>gestantes</strong>. No entanto, para as não <strong>gestantes</strong>, de três isolados<br />

(C. glabrata) avaliados, um apenas mostrou-se susceptível dose-dependente ao fluconazol,<br />

quando <strong>em</strong>pregada à metodologia do Etest.<br />

Na literatura, encontramos trabalhos avaliando melhor a susceptibilidade de isolados<br />

sanguíneos de leveduras do gênero Candida, porém informações similares <strong>em</strong> relação a estes<br />

microrganismos <strong>em</strong> casos de vaginite sintomática são ainda escassas.<br />

Houang et al (1990), realizaram a mensuração dos níveis de fluconazol <strong>em</strong> secreções<br />

vaginais de <strong>pacientes</strong> que receberam dose única deste antifúngico igual a 150mg/mL. O pico de<br />

concentração de fluconazol nas secreções raramente excedeu 2,0µg/mL. Desta forma, no<br />

trabalho publicado por Sobel et al (2003), os autores correlacionaram a resposta terapêutica ao<br />

fluconazol utilizando valores de CIM ≤ 1 µg/mL como susceptíveis.<br />

De acordo com Sobel et al (2003), não deve ser recomendada à realização dos testes<br />

de susceptibilidade in vitro para todas as <strong>pacientes</strong> com vaginites severas ou recorrentes por<br />

leveduras do gênero Candida. Este procedimento estaria justificado apenas <strong>em</strong> situações de falha<br />

terapêutica para episódios individualizados. Vale ressaltar, que os mesmos autores suger<strong>em</strong> que<br />

quadros de vaginites por leveduras do gênero Candida, atribuídos a isolados de C. albicans<br />

resistentes ao fluconazol permanec<strong>em</strong> incomuns.<br />

Há dúvidas e lacunas ainda quanto ao entendimento de questões tais como: porque<br />

mulheres infectadas com isolados bastantes susceptíveis in vitro ocasionalmente não respond<strong>em</strong><br />

clinicamente e, muitas melhoram clinicamente, mas permanec<strong>em</strong> colonizadas com isolados de C.<br />

albicans recuperados pós-terapêutica com fluconazol. O mecanismo de ação fungistático dos<br />

azólicos pode permear estas considerações. Além disso, leveduras que exib<strong>em</strong> valores altos de<br />

CIM tend<strong>em</strong> a persistir na mucosa vaginal.<br />

Dados mais recentes obtidos por Ritcher et al (2005) revelam um total de 593<br />

leveduras isoladas a partir de 564 secreções vaginais, com a distribuição seguinte: C. albicans<br />

(420), C. glabrata (112), C. parapsilosis (30), C. krusei (12), Sacharomyces cerevisiae (9), C.<br />

tropicalis (8), C. lusitaniae (1) e um isolado de Trichosporon. De 429 mulheres que<br />

apresentaram culturas positivas, 84 (19%) tiveram múltiplas culturas positivas (233 isolados)<br />

durante o período do estudo. As espécies não albicans foram as mais comumente isoladas a partir

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