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Luciana Basili Dias Candidíase vulvovaginal em pacientes gestantes

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Introdução 12<br />

2.2.3. Fatores predisponentes<br />

A gravidez predispõe tanto a candidíase <strong>vulvovaginal</strong> primária quanto às recidivas. É<br />

especialmente mais freqüente a partir da 28ª s<strong>em</strong>ana de gestação. A infecção nesta situação<br />

supõe um desafio terapêutico importante provavelmente devido aos altos níveis de glicogênio<br />

produzido pelo epitélio vaginal estimulado pelos altos níveis de estrogênios gestacionais;<br />

favorecendo assim um el<strong>em</strong>ento nutritivo e facilitador tanto da reprodução como da<br />

multiplicação dos fungos. Níveis elevados de progesterona pod<strong>em</strong> apresentar efeito supressor<br />

sobre a imunidade celular, além de aumentar a expressão do gene responsável pela síntese<br />

celular do receptor epitelial destinado à ligação do fungo (Ziarrusta, 2002).<br />

Do mesmo modo, a utilização de anticoncepcionais orais de altas doses de<br />

estrogênios, predispõe o aparecimento de candidíase <strong>vulvovaginal</strong> (Ziarrusta, 2002). Estudos<br />

mostram que quando são administrados baixos níveis de estrogênios, o nível da infecção mostrase<br />

baixo. O mesmo autor sugere que a interrupção da administração de anticoncepcionais pode<br />

levar a cura de candidíase <strong>vulvovaginal</strong> (Sobel, 1992).<br />

Os dispositivos intra-uterinos também têm sido associados a episódios de candidíase<br />

<strong>vulvovaginal</strong>, provavelmente por agir<strong>em</strong> como reservatório (Ziarrusta, 2002). O dispositivo<br />

intra-uterino “Diu” pode propiciar o aparecimento de candidíase <strong>vulvovaginal</strong>, devido ao<br />

surgimento do biofilme na sua superfície externa, que acaba por proteger as leveduras da ação<br />

dos antifúngicos (Marrie & Costerton, 1983; Parewijck et al, 1988; Auler et al, 2001a; Chandra<br />

et al, 2001).<br />

Qualquer alteração nos níveis de glicose (especialmente <strong>em</strong> situações de<br />

hiperglic<strong>em</strong>ia – diabetes ou <strong>em</strong> qualquer outro estado que produz a elevação do glicogênio<br />

vaginal) pode promover uma candidíase <strong>vulvovaginal</strong>. O excesso de glicogênio, além de<br />

aumentar os substratos nutritivos para os fungos, promove o aumento da capacidade de adesão<br />

dos fungos (Ziarrusta, 2002).<br />

A utilização de antibióticos pode tanto aumentar a colonização quanto infecção por<br />

leveduras do gênero Candida. Os antibióticos ag<strong>em</strong> na microbiota vaginal, eliminando o<br />

principal mecanismo de defesa vaginal frente aos fungos (Ziarrusta, 2002).<br />

Doenças da tireóide, obesidade, corticoterapia, drogas imunossupressoras e infecção<br />

por HIV, parec<strong>em</strong> aumentar o risco de infecção causada por leveduras do gênero Candida (Sobel<br />

et al., 1998a; Val & Almeida Filho, 2001).

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