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Luciana Basili Dias Candidíase vulvovaginal em pacientes gestantes

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Introdução 20<br />

O mecanismo de ação primário de todos os derivados azólicos, incluindo tanto os<br />

imidazólicos quanto os triazólicos, envolve a inibição da biossíntese do ergosterol, que é o<br />

produto final da via metabólica de esteróis fúngicos. Isto ocorre através da inibição da enzima 14<br />

α-d<strong>em</strong>etilase, dependente do citocromo P-450, que participa da seqüência de eventos envolvida<br />

na conversão de lanosterol e ergosterol. Esta inibição resulta no acúmulo de uma série de<br />

precursores metilados, incluindo o lanosterol, e diminuição ou mesmo ausência do produto final<br />

da via biossintética. Em seguida, a substituição do ergosterol pelos precursores metilados<br />

determinará a formação de m<strong>em</strong>brana defectiva, com permeabilidade alterada (Lorens & Parks,<br />

1990; Shimokawa & Nakayama, 1992; Espinel-Ingroff & Pfaller, 1995; Franzot & Hamdan,<br />

1995; Kokjohn et al., 2003).<br />

Este mecanismo de ação, fundamentado na inibição enzimática, é responsável pela<br />

atividade fungistática dos derivados azólicos (Pye & Marriot, 1982; Bossche & Marichal, 1992).<br />

Em nível molecular, foi descrito que um dos átomos de nitrogênio do anel azólico se ligaria ao<br />

grupo h<strong>em</strong>e do citocromo P-450 fúngico, resultando na inibição da ativação deste citocromo e<br />

consequent<strong>em</strong>ente, impedindo a função da enzima (Bossche & Marichal, 1992; Lyman & Walsh,<br />

1992).<br />

Outros efeitos antifúngicos dos derivados azólicos têm sido descritos, parecendo<br />

provir, essencialmente, das modificações estruturais da m<strong>em</strong>brana plasmática, acarretadas pela<br />

inibição da biossíntese do ergosterol. Estes efeitos inclu<strong>em</strong>: alteração da atividade de enzimas<br />

ligadas à m<strong>em</strong>brana como a quitina-sintetase, interferência com o metabolismo respiratório,<br />

interferência na biossíntese de outros lipídios, inibição da formação de hifas e de tubo<br />

germinativo, entre outros (Watson et al., 1989; Barret-Bee et al., 1991; Bossche & Marichal,<br />

1992; Lyman & Walsh, 1992; Van Den Anker et al., 1995; Ferrari & Hamdan, 1998; Sheehan et<br />

al., 1999).<br />

Além disso, v<strong>em</strong> sendo aventado que os derivados azólicos poderiam exercer o efeito<br />

direto sobre os ácidos graxos da m<strong>em</strong>brana alterando sua estrutura, desorganizando-a,<br />

ocasionando perda de aminoácidos e proteínas e interferindo na tomada de nutrientes pela célula.<br />

Os derivados azólicos poderiam ainda provocar a inibição de enzimas oxidativas e peroxidativas,<br />

com resultante aumento na formação de peróxido intracelular (Saag & Dismukes, 1988; Bossche<br />

& Marichal, 1992; Lyman & Walsh, 1992; Sheehan et al., 1999).<br />

A toxicidade seletiva dos derivados azólicos é fato fundamentado pela evidência de<br />

que, <strong>em</strong>bora alguns processos metabólicos da célula humana também dependam de reações

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