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game of trohnes!

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299<br />

Fedor trepou os degraus sobre as mãos e os joelhos enquanto outra seta<br />

flutuava por cima da sua cabeça. Alguém o agarrou e o arrastou para dentro, e<br />

ouviu a porta fechar-se com estrondo atrás de si. Foi posto em pé e empurrado<br />

contra uma parede. Depois surgiu uma faca junto à sua garganta e uma cara<br />

barbuda apareceu tão perto da sua que conseguiria contar os pelos que o homem<br />

tinha no nariz.<br />

— Quem é você? O que veio fazer aqui? Agora corra, senão faço a<br />

você o mesmo que fiz a ele. — O guarda dirigiu a cabeça para um corpo que<br />

apodrecia no chão ao lado da porta, com a pele verde e repleta de vermes.<br />

— Sou nascido no ferro — respondeu Fedor, mentindo. O rapaz que foi<br />

antes foi nascido no ferro, é certo, mas Fedor veio ao mundo nas masmorras do<br />

Forte do Pavor. — Olha para a minha cara. Sou filho do Lorde Balon. O seu<br />

príncipe. — Teria dito o nome mas, sem que soubesse porquê, as palavras<br />

prenderam-se na garganta. Fedor, sou Fedor, rima com rancor. Mas tinha que<br />

esquecer aquilo por um tempo. Nunca nenhum homem se renderia a uma criatura<br />

como Fedor, por mais desesperada que fosse a situação em que se encontrasse.<br />

Tinha que fingir que era de novo um príncipe.<br />

O captor fitou sua cara, semicerrando os olhos, com a boca torcida de<br />

suspeita. Os seus dentes eram castanhos e o hálito fedia a cerveja e a cebola.<br />

— Os filhos do Lorde Balon foram mortos.<br />

— Os meus irmãos sim. Eu não. O Lorde Ramsay tomou-me cativo<br />

depois de Winterfell. Enviou-me para parlamentar com você. É você que<br />

comanda aqui?<br />

— Eu? — o homem baixou a faca e deu um passo para trás, quase<br />

tropeçando no cadáver. — Eu não, senhor. — A sua cota de malha estava<br />

enferrujada, os couros apodreciam. Nas costas de uma mão, uma ferida aberta<br />

sangrava. — Quem tem o comando é Raif Kenning. Foi o capitão que disse. Eu<br />

estou à porta, nada mais.<br />

— E quem é este? — Fedor deu um pontapé no cadáver.<br />

O guarda fitou o morto como se o estivesse vendo pela primeira vez.<br />

— Ele... ele bebeu a água. Tive que lhe cortar a goela para parar com<br />

os gritos que ele dava. Barriga má. Não se pode beber a água. É por isso que<br />

temos a cerveja. — O guarda esfregou a cara, os olhos vermelhos e inflamados.<br />

— Costumávamos arrastar os mortos para as caves. Estão todas inundadas lá em<br />

baixo. Agora ninguém quer ter esse trabalho, portanto, limitamo-nos a deixá-los<br />

onde caem.

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