FORMIGONI, Maria Lucia Oliveira de Souza. A intervenção ... - Unifesp

1.5. ORGANIZAÇÃO DOS DADOS E CONSTRUÇÃO DOS
PROTOCOLOS
1.5.1. ORGANIZAÇÃO DOS DADOS
A forma de organizar os dados deve fazer parte do planejamento
desde o início. Somente uma integração eficaz entre as pessoas que coletam os dados
e as que os analisam garante uma interpretação adequada dos resultados.
A organização dos dados implica inicialmente na criação de um
banco de dados. Sendo possível, este banco deve ser informatizado, o que facilitará
muito a análise posterior. Para a sua estruturação é necessário definir claramente
todas as variáveis que farão parte da avaliação. Muitas questões devem ser
consideradas ao elaborar o protocolo. Talvez, a mais importante delas seja a clareza
na formulação, de modo a não deixar margem a dúvidas ou interpretações dúbias. Se
as questões forem de múltipla escolha é importante estabelecer previamente se
existirá possibilidade de uma única escolha ou se serão permitidas múltiplas respostas
para uma mesma questão. Devem ser evitadas ao máximo respostas abertas, que
dificultam muito a análise e são sujeitas as grandes influências subjetivas do
avaliador.
Um bom planejamento da forma física do questionário pode evitar
erros na transcrição dos dados. Muitas vezes pessoas diferentes participam da coleta
dos dados, outras fazem sua organização e um terceiro grupo realiza as análises. A
clareza dos protocolos evita muitos erros. Não se deve supor que um digitador esteja
absolutamente inteirado do projeto e atento, a ponto de estar apto a fazer uma análise
crítica dos dados que está digitando.
Deve sempre existir uma forma codificada de resposta que permita se
saber, com certeza, se uma determinada questão se encontra sem resposta porque o
paciente não respondeu, não lhe foi perguntado ou se é um erro de transcrição. Para
isso devem ser criados códigos para dados perdidos.
1.5.2. SELEÇÃO DAS VARIÁVEIS
Ao planejar este estudo de avaliação, procuramos criar protocolos
que nos permitissem avaliar as características prévias das amostras estudadas, com a
finalidade de garantir a equivalência dos grupos e de analisar possíveis fatores
preceptores de sucesso. Esta análise encontra-se parcialmente relatada nos capítulos
de Avaliação Inicial, Intervenção Breve e Psicoterapia de Grupo (respectivamente
capítulos 2, 5 e 6).
Ao selecionar as variáveis a serem incluídas nos protocolos dos
seguimentos, as principais diretrizes deve ser a inclusão daquelas variáveis nas quais
se espera algum nível de mudança com o tratamento. Desta forma foram incluídas as
avaliações sobre consumo, diagnóstico de dependência pelo DSMIII-R, o índice de
severidade da adição e um levantamento dos problemas associados (físicos,
psíquicos, no trabalho/estudo, familiares e legais). Como na entrevista inicial (ver
capítulo 2) foi realizado um exame físico e psíquico completo e uma avaliação
laboratorial das enzimas hepáticas TGO, TGP e GGT e do VCM. No primeiro
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