FORMIGONI, Maria Lucia Oliveira de Souza. A intervenção ... - Unifesp

3 CONCLUSÃO/AVALIAÇÃO QUALITATIVA/PROPOSTA
A Psicoterapia de Grupo dentro do projeto de "Avaliação da
efetividade da técnica de Intervenção Breve" cumpriu seu objetivo principal que era
de ser o grupo controle para a avaliação da técnica de Intervenção Breve.
Os pacientes foram todos atendidos dentro das normas propostas pela
própria técnica e das limitações impostas pela pesquisa.
A avaliação qualitativa que fazemos do trabalho é de que
conseguimos organizar grupos de dependentes de drogas dentro de moldes bastante
satisfatórios para atender a essa demanda.
Reforçamos a idéia, já colocada, de que só pudemos atender a estes
pacientes com essa qualidade de atendimento porque tínhamos uma instituição toda
voltada e preparada para isso. Com isso queremos dizer que um terapeuta sozinho,
por mais conhecimentos teóricos ou técnicos que tenha da questão, não poderá
desenvolver um trabalho psicoterapêutico se a instituição não estiver também
trabalhada para isso.
Em relação aos grupos e suas constituições, diante dos dados obtidos
observamos que o grupo deve ser composto de um número menor de pacientes, que
devem iniciar juntos o tratamento. Penso que cinco pacientes seria um número ideal
para que o trabalho grupal pudesse ser mais bem aproveitado por todos eles.
Também o tempo limitado foi de bastante proveito, mas o trabalho deveria ser
dividido dentro deste tempo da seguinte forma:
1 a etapa - discussão sobre a abstinência, problemas físicos causados pela droga e
controle do uso da droga;
2 a etapa - discussão sobre os motivos do uso e as dificuldades para estabelecer
qualquer controle;
3 a etapa - discussão sobre os problemas de vida, independentes do uso da droga;
4 a etapa - encaminhamento para outras terapias, se houvessem necessidades.
Esta proposta vem da observação do que aconteceu de modo constante nos
grupos e também da necessidade de se poder colocar para cada abordagem terapeuta
um limite, isto é, uma terapia realizada em uma instituição tem limites e estes limites
devem ser sempre definidos de acordo com os limites e objetivos da própria
instituição.
Diante dessa experiência, pensamos também que o entendimento
dessa patologia deve ser feito realmente em etapas muito distintas, isto é, lidar com
abstinência ou controle de uso é uma questão que sempre deve vir antes da discussão
ou tratamento de qualquer problema emocional. Como a droga é concreta na vida
dessas pessoas, assim ela deve ser tratada, pois com a interferência abusiva da droga
não existe possibilidade de simbolização e de discussão da vida mental. A
psicoterapia de grupo serviria para o tratamento desta patologia desde que seus
parâmetros sejam bem definidos de acordo com a instituição onde ela se aplica e com
os objetivos que se pretende.
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