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microsociologia da sociabilidade na mobilidade urbana

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Microsociologia <strong>da</strong> sociabili<strong>da</strong>de 109<br />

veículos durante o dia, período em que se realizam a maior parte<br />

<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des cotidia<strong>na</strong>s. Nos anos de 1995 e 1996, aconteceram<br />

mais acidentes com vítimas fatais durante o dia; nos anos de 1997<br />

e 2000, os acidentes com vítimas fatais aconteceram em igual número<br />

durante o dia e durante a noite. Já em 1998 e 1999 aconteceram<br />

mais acidentes com vítimas fatais durante a noite. Como se vê, no<br />

tocante aos acidentes com vítimas fatais, a probabili<strong>da</strong>de de<br />

ocorrerem mais durante o dia ou durante a noite é igual, podendo<br />

haver variação do ano em que a noite ou o dia são líderes <strong>na</strong><br />

estatística. De 1995 a 2000 ocorreram em média 39,8 acidentes<br />

com vítimas fatais durante o dia. E, 307,1 acidentes com vítimas<br />

não fatais durante o dia. Os acidentes com <strong>da</strong>nos materiais<br />

totalizaram 1.015,3. A média dos acidentes com vítimas fatais durante<br />

a noite foi de 38,8. Já os acidentes com vítimas não fatais durante a<br />

noite foi 165,8 e dos acidentes com <strong>da</strong>nos materiais durante a noite<br />

foi 474,1.<br />

Em todos os anos aqui tratados, o veículo mais envolvido<br />

em acidentes de trânsito é o automóvel. O automóvel é o tipo<br />

predomi<strong>na</strong>nte <strong>na</strong> frota de veículos de São Luís, portanto, se constituí<br />

no tipo de veículo auto-motor que mais se envolve em acidentes.<br />

Este tipo de veículo é o que mais circula pela ci<strong>da</strong>de.<br />

A grande urbanista Jane Jacobs atribuiu ao automóvel à<br />

condição de ser um dos agentes corrosivos <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des. A lógica<br />

que deveria predomi<strong>na</strong>r <strong>na</strong> mobili<strong>da</strong>de, seria a de ser orienta<strong>da</strong> pelo<br />

princípio de não gerar a necessi<strong>da</strong>de de deslocamentos sobre a malha<br />

viária urba<strong>na</strong>. As viagens precisam ser reduzi<strong>da</strong>s ao menor número.<br />

A necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> auto-estra<strong>da</strong> deveria ficar limita<strong>da</strong> ao mínimo<br />

necessário de uma urbe. Nas suas palavras: “Atualmente, todos os<br />

que prezam as ci<strong>da</strong>des estão incomo<strong>da</strong>dos com os automóveis.” 13<br />

O carro, como fator gerador <strong>da</strong> sociabili<strong>da</strong>de conflituosa,<br />

poderia ser identificado pela quanti<strong>da</strong>de de mortes provoca<strong>da</strong>, pelo<br />

stress, que ocasio<strong>na</strong> graças aos estacio<strong>na</strong>mentos forçados, pelo<br />

assassi<strong>na</strong>to simbólico dos “outros”, pela acentuação <strong>da</strong> desigual<strong>da</strong>de<br />

social e muitos outros exemplos de conflito, não deixa outra<br />

alter<strong>na</strong>tiva, a não ser, a reprodução deste modelo de locomoção<br />

13<br />

Jacobs, 2000, pp. 377

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