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microsociologia da sociabilidade na mobilidade urbana

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Microsociologia <strong>da</strong> sociabili<strong>da</strong>de 93<br />

mundial. Na sua obra “O capital” 3 , Marx oferece uma interpretação<br />

acerca do processo pelo qual os valores são submetidos <strong>na</strong> circulação.<br />

Os produtos são revalorizados devido à própria ação do transportar.<br />

A dimensão <strong>da</strong> circulação irá exercer um grande impacto, pois o<br />

próprio ato de transportar-se é responsável por imprimir sobre o<br />

bem uma nova aferição valorativa. A mobili<strong>da</strong>de oferece uma nova<br />

dimensão, qual seja, agrega e incorpora um novo valor. Este valor é<br />

atribuído ao próprio movimento desempenhado pelo transporte que<br />

se processa em razão do efeito concreto <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça de lugar. O ato<br />

de transportar imprime uma metamorfose aos valores. Porém, Marx<br />

considera que, tão somente o transporte de valores, os produtos<br />

i<strong>na</strong>nimados: os produzidos e os negociados. O problema do transporte<br />

de pessoas, dos trabalhadores, dos moradores de uma ci<strong>da</strong>de, os<br />

acio<strong>na</strong>dores <strong>da</strong>s operações de produção e reprodução ain<strong>da</strong> não<br />

estavam conceitualmente incluídos em sua análise. Ele enfatiza o<br />

papel dos transportes <strong>na</strong> dimensão relativa à produção.<br />

Ampliando a nossa introdução, iremos chamar alguns teóricos<br />

contemporâneos. Inicialmente, destacamos, Manuel Castells, (1983,<br />

pp. 236-255) em que esse apresenta a questão <strong>da</strong> troca intra-urba<strong>na</strong><br />

como um campo a ser explorado pela sociologia, ao buscarmos a<br />

identificação de quem e como estes são translados – por exemplo,<br />

as trocas - são efetuados para o desenvolvimento de ações e relações<br />

sociais em uma ci<strong>da</strong>de. Pode-se identificar a regulari<strong>da</strong>de dos fluxos<br />

intra-urbanos. Uma outra contribuição teórica, aqui aponta é de<br />

Eduardo A. Vasconcellos (1996, 1999, passim) quando propõe a<br />

criação de uma sociologia <strong>da</strong> circulação, afim de <strong>da</strong>r relevo à dimensão<br />

do transportar-se como uma questão que vai além <strong>da</strong> engenharia<br />

de tráfego. Para esse teórico, é necessário a<strong>na</strong>lisar os conflitos<br />

existentes no trânsito de uma ci<strong>da</strong>de, ao considerar “o usuário cativo<br />

de transportes públicos e proprietários de automóveis, o morador e<br />

motorista, proprietários de estabelecimentos, motoristas e<br />

passageiros de ônibus, e ao considerar o sistema de transporte como<br />

um meio coletivo de consumo” (Vasconcellos, 1999, pp. 37-64).<br />

Para a socióloga Emilia Rodrigues Araújo (2004) a questão deve ser<br />

incorpora<strong>da</strong> à sociologia como um dos seus campos de especialização,<br />

e propõe “projecto de criação do paradigma <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong>de”, uma<br />

3<br />

Marx 1983 pp. 108,109 e 110.

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