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microsociologia da sociabilidade na mobilidade urbana

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Os desafios para o uso do automóvel 81<br />

Assim, a análise mais detalha<strong>da</strong> de dinâmica <strong>da</strong> circulação urba<strong>na</strong> mostra<br />

que existem dois conflitos básicos a ela inerentes. O primeiro deles é o<br />

conflito físico, de disputa pelo espaço entre corpos em movimento, e que é<br />

o tipo de conflito mais evidente, que recebe conseqüentemente a atenção<br />

prioritária <strong>da</strong> engenharia de tráfego, como ativi<strong>da</strong>de orde<strong>na</strong>dora e<br />

regulamentadora <strong>da</strong> utilização do espaço. No entanto, existe um outro conflito,<br />

não aparente, e que não costuma ser a<strong>na</strong>lisado dentro <strong>da</strong> técnica tradicio<strong>na</strong>l:<br />

trata-se do conflito político, ou seja, que envolve os interesses e a<br />

necessi<strong>da</strong>des dos atores. (Vasconcellos, p. 50)<br />

Na atual situação <strong>da</strong> circulação urba<strong>na</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de São Luís<br />

são necessárias intervenções que visam dirimir tanto o conflito físico<br />

que se caracteriza por uma disputa de espaço, onde carros ocupam<br />

de forma arbitrária espaços desti<strong>na</strong>dos a pedestres, estes por sua<br />

vez arriscam-se no asfalto ao invés de utilizares os passeios e faixas<br />

de segurança. Há ain<strong>da</strong> o conflito entre os próprios veículos, seja <strong>na</strong><br />

disputa entre ônibus versus carros de passeio, bem como entre motos<br />

e os demais veículos.<br />

Quanto ao conflito entre os diversos atores do trânsito:<br />

usuários de transportes coletivos, do transporte particular, pedestres<br />

e terceiros que possam a vir ser parte do sistema viário e suas<br />

necessi<strong>da</strong>des de locomoção há de se ressaltar que não há uma forma<br />

de atender a simultaneamente a todos, visto que entre os mesmo<br />

não papéis estáticos desempenhados no trânsito e sim uma miríade<br />

de papeis de acordo com situação em que a pessoa se encontra<br />

apesar haver “tendência à repetição de certos papéis, como por<br />

exemplo, o trabalhador que sempre an<strong>da</strong> de ônibus ou a do<strong>na</strong> de<br />

casa de classe média alta que só an<strong>da</strong> de carro...” (Vasconcellos, p.<br />

52).<br />

Há de se fazer então, uma análise crítica sobre os atores e as<br />

formas de circulação que estão à disposição destes para que assim<br />

possa ser desenvolvi<strong>da</strong> uma engenharia de tráfego atrela<strong>da</strong> a uma<br />

política pública de planejamento urbano e de trânsito no intuito de<br />

se dirimir as tensões atuais entre o humano e o automóvel.<br />

Este não deve ser visto ape<strong>na</strong>s como um meio de locomoção<br />

entre dois ou mais pontos, mas com um elemento que possui uma<br />

autonomia no sistema de trânsito e uma vi<strong>da</strong> própria pelo status<br />

que foi se configurando por ser um item fun<strong>da</strong>mental <strong>na</strong> dinâmica<br />

social urba<strong>na</strong>. “A automobilização transforma-se em um suporte

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