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microsociologia da sociabilidade na mobilidade urbana

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Os desafios para o uso do automóvel 75<br />

A participação do automóvel <strong>na</strong> configuração <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de<br />

Nas déca<strong>da</strong>s subseqüentes com o aumento <strong>da</strong> frota de<br />

veículos, o traçado <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de foi sendo modificado e expandido para<br />

se adequar aos automóveis. Na déca<strong>da</strong> de 1940, o ludovicense<br />

imbuído do espírito do “progresso” tinha no carro um elemento que<br />

representava a concepção <strong>da</strong> ideologia desenvolvimentista.<br />

Entretanto em que pese essa retórica São Luís era ain<strong>da</strong> uma<br />

ci<strong>da</strong>de de ruas estreitas calça<strong>da</strong>s com pedras de cantaria em sua<br />

grande maioria. “As mesmas não haviam sido projeta<strong>da</strong>s para os<br />

automóveis e logo se mostraram pouco compatíveis com a utilização<br />

dos últimos” (Silva, p. 33).<br />

Além dos velhos casarões, assombrados tivemos como herança, essas ruas<br />

que, não obstante serem bem calça<strong>da</strong>s, não correm nelas, mais de dois<br />

automoveis em paralelo. (O Globo – São Luis, 13/07/1948, s.p).<br />

Entretanto, progresso pede passagem, e a concepção antiga<br />

de urbanização tor<strong>na</strong>-se um elemento de atraso frente ao uso dos<br />

carros. As ruas mesmo bem calça<strong>da</strong>s, não servem para uma ci<strong>da</strong>de<br />

que aspira ser uma ver<strong>da</strong>deira “New York” de vias expressas. O<br />

automóvel, símbolo <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de de locomoção solicita seu espaço,<br />

o que significa a criação de largas ruas e aveni<strong>da</strong>s.<br />

Um exemplo <strong>da</strong> influência <strong>da</strong> concepção urba<strong>na</strong> pauta<strong>da</strong> em<br />

grandes e largas aveni<strong>da</strong>s e seu poder de modificação <strong>da</strong> paisagem<br />

urba<strong>na</strong> existente pode ser constatado <strong>na</strong> observação <strong>da</strong> Rua Afonso<br />

Pe<strong>na</strong>, local que sofreu poucas alterações, mas que perdeu os dois<br />

primeiros prédios à esquer<strong>da</strong> <strong>da</strong> imagem, demolidos quando <strong>da</strong><br />

abertura <strong>da</strong> Aveni<strong>da</strong> Magalhães de Almei<strong>da</strong>, <strong>na</strong> déca<strong>da</strong> de 1940.<br />

2<br />

Em que pese às diversas conceituações sobre o que seria a ci<strong>da</strong>de, neste artigo o<br />

termo está sendo utilizado no sentido de uma área urbaniza<strong>da</strong>, que se diferencia<br />

de vilas e outras enti<strong>da</strong>des urba<strong>na</strong>s através de vários critérios, os quais incluem<br />

população, densi<strong>da</strong>de populacio<strong>na</strong>l ou estatuto legal. Para um outro conceito de<br />

ci<strong>da</strong>de, aconselha-se uma leitura de Max Weber, “Conceito e Categorias <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de”<br />

(Weber, 1979), onde o autor ressalta diversas mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des de ci<strong>da</strong>de que houveram<br />

no passado denotando suas distintas origens.

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