microsociologia da sociabilidade na mobilidade urbana
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Microsociologia <strong>da</strong> sociabili<strong>da</strong>de 97<br />
motores elétricos, a vapor e de combustão inter<strong>na</strong>. O conflito entre<br />
os veículos de tração animal e motorizado foi um tema comum <strong>na</strong>s<br />
primeiras déca<strong>da</strong>s do século <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>”. (Giucci, 2004, pp.<br />
37).<br />
Na oportuni<strong>da</strong>de lançamos algumas notícias acerca <strong>da</strong>s<br />
primeiras manifestações do automóvel nos primórdios do trânsito<br />
<strong>na</strong> São Luís do começo do século XX.<br />
Os primeiros condutores de automóveis foram os filhos<br />
abastardos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de ludovicense, esse equipamento era símbolo<br />
de moderni<strong>da</strong>de para os seus primeiros usuários. Assim, antes do<br />
início <strong>da</strong> fabricação em massa de carros populares o automóvel era<br />
um item de consumo de luxo e que conferia destaque social ao<br />
proprietário, o qual ostentava pelas ruas seus privilégios em termos<br />
de mobili<strong>da</strong>de, diferenciando-se dos demais. Até hoje o bem-estar<br />
econômico é simbolizado pela troca freqüente do carro ain<strong>da</strong><br />
seminovo por um veículo mais moderno, como percebemos em nossa<br />
socie<strong>da</strong>de.<br />
O automóvel foi introduzido no Maranhão por Joaquim Moreira Alves Santos,<br />
o Nhozinho Santos. “O tempo era o do fraque e <strong>da</strong> cartola! Carruagens e<br />
tílburis circulavam pelas ruas de São Luís. Em novembro de 1905,<br />
regressando à terra <strong>na</strong>tal, formado técnico em indústria têxtil, <strong>na</strong> ci<strong>da</strong>de de<br />
liverpool - Inglaterra, Nhozinho Santos trouxe <strong>na</strong> bagagem a maravilha<br />
tecnológica <strong>da</strong> época: um automóvel inglês SPEEDWELL, modelo Phaeton<br />
(<strong>na</strong> open touring car ou carro descapotável para passeio), de quatro lugares,<br />
motor De Dion Bouton, monocilíndrico, a gasoli<strong>na</strong>. Antevendo o sucesso<br />
que o automóvel faria em São Luís, tomou a iniciativa de ensi<strong>na</strong>r empregados<br />
<strong>da</strong> [fábrica] Fabril a dirigir. Os dois primeiros habilitados foram Sebastião<br />
Raimundo dos Santos e Otaciano Pereira. Ambos tor<strong>na</strong>ram-se Chauffeurs<br />
profissio<strong>na</strong>is, desempenhando essa ativi<strong>da</strong>de até quando a i<strong>da</strong>de permitiu.<br />
Sebastião foi proprietário de automóvel de praça. Seu último carro, um<br />
reluzente Mercury, cinza claro, ano 1951, fazia ponto no Posto Vitória. Otácio,<br />
nome com o qual Otaciano ficou conhecido, trajava impecável far<strong>da</strong> branca,<br />
com botões dourados e inseparável képi <strong>da</strong> mesma cor. Ao longo de muitos<br />
anos, foi motorista particular do industrial Adhemar Maia de Aguiar. Este<br />
também comprou um dos Peugeot e o outro foi vendido para o comerciante<br />
José <strong>da</strong> Cunha Santos Guimarães. Em 1914, já havia empresa local<br />
explorando os serviços de aluguel de automóveis. 5<br />
5<br />
Jor<strong>na</strong>l O Estado do Maranhão, São Luís, 13 de novembro de 2005, Caderno<br />
Alter<strong>na</strong>tivo, pp. 3