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microsociologia da sociabilidade na mobilidade urbana

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54<br />

Maria <strong>da</strong>s Graças do Nascimento Prazeres<br />

como de praxe, os bondes elétricos conduziram passageiros ilustres<br />

do Estado e do Município, além de algumas autori<strong>da</strong>des eclesiásticas,<br />

e partiu <strong>da</strong> estação São Jerônimo, passando pelas principais vias,<br />

até seu ponto de chega<strong>da</strong> no Ver-o-Peso (Stiel, 1984, p.22).<br />

A capital cearense também não deixou de festejar a chega<strong>da</strong><br />

dos bondes elétricos. Ao som de música e aplausos, Fortaleza via<br />

mais uma i<strong>na</strong>uguração no transporte público em 9 de outubro de<br />

1913. O pequeno acervo de bondes puxados à burro que<br />

transportavam a população foi vendido para a empresa Teixeira<br />

Leite, que prestava serviços em São Luís do Maranhão (Stiel, 1984,<br />

p.124).<br />

Em Recife, a eletrificação dos bondes demorou a ser instala<strong>da</strong>,<br />

e chegou-se até mesmo a companhia instalar em seus bondes<br />

lâmpa<strong>da</strong>s elétricas abasteci<strong>da</strong>s por acumuladores, para tentar<br />

contor<strong>na</strong>r a idéia de não se ter os bondes, ato que a população<br />

passou a ironizar, chamando os veículos de “eletroburros” (Sette<br />

apud Stiel, 1984, p.292). Apesar de to<strong>da</strong> a demora, os bondes<br />

elétricos foram i<strong>na</strong>ugurados em 13 de maio de 1914, operados pela<br />

empresa Per<strong>na</strong>mbuco Tramways and Power Company Limited sob<br />

os sons dos foguetes e <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> de música, que festejava a<br />

i<strong>na</strong>uguração dos tramways em Recife. 5<br />

Desta forma, percebe-se que as principais ci<strong>da</strong>des brasileiras<br />

reestruturaram seu transporte urbano ain<strong>da</strong> em fins do século XIX e<br />

início do século XX, modernizando os bondes, quando a eletrici<strong>da</strong>de<br />

passa a ser a força motriz dos mesmos. Ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> terceira déca<strong>da</strong><br />

do século XX são instalados os bondes elétricos em São Luís,<br />

momento no qual, grande parte <strong>da</strong>s capitais brasileiras já contava<br />

com os elétricos. Assim, enquanto as ci<strong>da</strong>des mais “moder<strong>na</strong>s” do<br />

Brasil deslizavam com veloci<strong>da</strong>de sob as benesses <strong>da</strong> eletrici<strong>da</strong>de,<br />

<strong>na</strong> capital maranhense a população ain<strong>da</strong> se locomovia<br />

vagarosamente no ritmo dos passos dos “burrinhos lazarentos” .6<br />

5<br />

http://www.fun<strong>da</strong>j.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.Navigation<br />

ServletpublicationCode=16&pageCode=299&textCode=3073&<strong>da</strong>te= currentDate,<br />

acesso em 2 de julho de 2008.<br />

6<br />

Termo encontrado nos Livros Leis e Decretos do Estado do Maranhão. Imprensa<br />

Oficial (1923 p.311), fazendo menção às más condições dos animais utilizados <strong>na</strong><br />

tração dos bondes.

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