microsociologia da sociabilidade na mobilidade urbana
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Na trilha <strong>da</strong> modernização 61<br />
Para <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong>de a administração dos serviços foi criado<br />
em 1947 15 o Serviço de Água, Esgotos, Luz, Tração Elétrica e Prensa<br />
de Algodão (SAELTPA), que também não correspondia às expectativas<br />
<strong>da</strong> população, e os meios de comunicação foram mais uma vez<br />
utilizados para tais reclamações, como se vê nesta nota de jor<strong>na</strong>l:<br />
O fato é que desde a entrega dos serviços do Estado estes têm se deteriorado<br />
progressivamente, e até peças conde<strong>na</strong><strong>da</strong>s pela anterior administração estão<br />
novamente em uso (Jor<strong>na</strong>l do Povo, 05-05-1950).<br />
Após longo período de crise no transporte urbano, a<br />
administração dos bondes voltou a an<strong>da</strong>r nos trilhos por ocasião <strong>da</strong><br />
nomeação de um novo administrador o Sr. Eduardo Via<strong>na</strong> Pereira.<br />
Uma de suas primeiras medi<strong>da</strong>s “foi resolver os problemas <strong>da</strong>s baixas<br />
arreca<strong>da</strong>ções nos bondes”, através <strong>da</strong> conscientização dos<br />
funcionários responsáveis pela fiscalização. Após a execução desta<br />
medi<strong>da</strong> percebeu-se um aumento de 40% <strong>da</strong> receita referente ao<br />
transporte público. Esta verba que havia sido usurpa<strong>da</strong> fi<strong>na</strong>lmente<br />
passou a ser investi<strong>da</strong> <strong>na</strong> melhoria deste serviço, e enfim, a população<br />
ludovicense podia contar com um sistema de transporte público,<br />
cômodo, ágil e seguro.<br />
Contudo, Eduardo Via<strong>na</strong> não ficou por muito tempo<br />
responsável pelo SAELTPA e o quadro vergonhoso à que se tinha<br />
visto antes voltava a ser novamente a dura reali<strong>da</strong>de do transporte<br />
público de São Luís. Dia após dia, os bondes iam sendo sucateados<br />
e a população sofria sem um sistema de transporte capaz de suprir<br />
suas necessi<strong>da</strong>des. Esta defasagem possibilitou que alguns<br />
empresários ligados a políticos locais se interessassem pelo transporte<br />
e logo começaram a lançar seus olhares ambiciosos sobre tal sistema.<br />
Daí surge as primeiras iniciativas de se colocar os ônibus nesta capital,<br />
como se lê nesta nota do Jor<strong>na</strong>l Pequeno:<br />
Valter Fontura, o eterno afilhado dos poderosos, continua abusando <strong>da</strong> boa<br />
vontade do nosso povo, fazendo as viagens <strong>na</strong> linha S. Pantaleão de acordo<br />
com suas convivências pessoais. O conhecido proprietário de ônibus comete<br />
os maiores absurdos e não sofre nem sequer censura por parte do atual<br />
prefeito. Apesar dessa “mamãezinha” escan<strong>da</strong>losa, Valter Fontura ain<strong>da</strong> brinca<br />
de “cabra-cega” com o nosso povo, objetivando sempre o recheiamento de<br />
sua bolsa (Jor<strong>na</strong>l Pequeno, 22-12-1965).<br />
15<br />
Ano em que Sebastião Acher <strong>da</strong> Silva assume o governo do Estado, colocando a<br />
SAELTPA sob a responsabili<strong>da</strong>de do secretário major Tasso de Moraes Rego (Buzar,<br />
1998, p.69).