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o outro possível: a poesia de armando freitas filho em ... - UninCor

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10<br />

INTRODUÇÃO<br />

No percurso <strong>de</strong> meus estudos literários, questões relativas à <strong>poesia</strong> e ao<br />

cont<strong>em</strong>porâneo <strong>em</strong>ergiram, com freqüência, mesmo que os enfoques tenham gradativamente<br />

adquirido <strong>outro</strong>s contornos, <strong>em</strong> momentos distintos <strong>de</strong> minhas reflexões.<br />

No período <strong>em</strong> que lecionei na escola pública e particular, entre os anos <strong>de</strong> 1999 a<br />

2006, ocupava-me <strong>em</strong> trabalhar os poetas mo<strong>de</strong>rnos, como Vinícius <strong>de</strong> Moraes e Carlos<br />

Drummond <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>. Inquietava-me a falta <strong>de</strong> conhecimento dos alunos <strong>em</strong> relação aos<br />

poetas, a não presença da <strong>poesia</strong> no material didático e o pouco incentivo dos <strong>outro</strong>s<br />

professores na leitura do gênero. Por esses motivos buscava trabalhar com projetos a parte, ou<br />

seja, fora das exigências curriculares, chegando inclusive a receber pr<strong>em</strong>iação, como o 4º<br />

lugar na II Mostra <strong>de</strong> Inovações Pedagógicas, realizado pelo Sesc-BH/ 2000.<br />

Acreditava firm<strong>em</strong>ente na importância <strong>de</strong> obras poéticas ser<strong>em</strong> en<strong>de</strong>reçadas a<br />

qualquer ida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> especial aos adolescentes e me preocupava <strong>em</strong> <strong>de</strong>limitar características da<br />

<strong>poesia</strong>, amparada pelos estudos <strong>de</strong> especialistas da área <strong>de</strong> Língua Portuguesa.<br />

No ano <strong>de</strong> 2007, quando ingressei no mestrado <strong>em</strong> Letras, na UNINCOR, <strong>de</strong>ntro<br />

do convênio da FAPEMIG, essas incertezas começaram a ce<strong>de</strong>r espaço a sucessivos<br />

questionamentos, que me lançaram na procura <strong>de</strong> novas posições referentes não apenas ao<br />

conceito <strong>de</strong> <strong>poesia</strong>, mas sobretudo a questão do cont<strong>em</strong>porâneo. Novas pesquisas instigaramme,<br />

igualmente, a prosseguir <strong>em</strong> minhas indagações.<br />

Durante o período letivo, surgiram questões relacionadas à <strong>poesia</strong>, vi-me diante da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> certos conceitos ligados à crítica poética. Contudo aumentava o<br />

meu interesse <strong>em</strong> tentar uma interlocução com alguns poetas mo<strong>de</strong>rnos e o instigante foi que<br />

ao invés <strong>de</strong> estudar Carlos Drummond isoladamente, optei por trabalhar com Armando Freitas<br />

Filho, poeta que conviveu um período <strong>de</strong> sua vida com Drummond.<br />

Armando Freitas Filho publicou seu primeiro livro “Palavra” <strong>em</strong> 1963.<br />

Influenciado pela <strong>poesia</strong> práxis, publicou “Dual” (1966) e “Marca Registrada” (1970).<br />

Continua publicando até os dias <strong>de</strong> hoje. Em seus primeiros livros, <strong>de</strong>dica po<strong>em</strong>as a<br />

Drummond e, explicitamente, cita alguns versos <strong>de</strong>sse poeta <strong>em</strong> suas epígrafes. Contudo, <strong>em</strong><br />

2006 com a publicação <strong>de</strong> “Numeral/Nominal” AFF dialoga abertamente com o poeta<br />

“pegando-o pela gola” 1 .<br />

As possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relações que o poeta Armando Freitas Filho estabelece nas<br />

1 Fala <strong>de</strong> Armando Freitas Filho <strong>em</strong> entrevista concedida a Socieda<strong>de</strong> Psicanalítica Freudiana, no Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

<strong>em</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2007.

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