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o outro possível: a poesia de armando freitas filho em ... - UninCor

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59<br />

<strong>de</strong> supl<strong>em</strong>ento.<br />

“O observador no escritório” título dado por CDA, agora é modificado por “O<br />

observador do observador no escritório”, há um interlocutor no centro <strong>de</strong>ssa observação.<br />

O título “O observador do observador no escritório” do po<strong>em</strong>a <strong>de</strong> AFF surge a<br />

partir <strong>de</strong> um livro <strong>de</strong> CDA “O observador no escritório” que é um livro <strong>de</strong> m<strong>em</strong>órias. O poeta<br />

AFF coloca-se <strong>em</strong> posição <strong>de</strong> observação e seu po<strong>em</strong>a é construído <strong>em</strong> cima <strong>de</strong> várias<br />

imagens. T<strong>em</strong> CDA no centro e fica como na marg<strong>em</strong> para captar o que os olhos vê<strong>em</strong>. “No<br />

escritório” r<strong>em</strong>ete a um lugar on<strong>de</strong> há uma concentração a partir do uso do papel e lápis, não<br />

um lugar <strong>de</strong>scontraído, mas tenso e conflitante, é no po<strong>em</strong>a, o lugar <strong>em</strong> que o eu - lírico se<br />

coloca <strong>em</strong> observação.<br />

O observador do observador, no escritório<br />

Drummond é o cara: se abisma<br />

ímpar, sabendo que viajar, <strong>de</strong>spedaça.<br />

O que fica para trás, o que não se arrumou<br />

na frente, sensível ao que a primeira mão<br />

per<strong>de</strong>, e a segunda, segura, tenta.<br />

Auto-estrada pedregosa, <strong>de</strong> ultrapassag<strong>em</strong><br />

ou <strong>de</strong>sastre, <strong>de</strong> dura travessia, que ferve<br />

do lado do mar, meigo e mordaz.<br />

Na expressão “o que fica para trás” parece dialogar com as m<strong>em</strong>órias, com o que<br />

ficou e que “não se arrumou” as coisas que ainda necessitam <strong>de</strong> explicação. Há uma<br />

intertextualida<strong>de</strong> parodística 68 que se <strong>de</strong>sdobra no adjetivo “pedregosa”, o qual, refere-se ao<br />

significante “pedra” <strong>de</strong> “No meio do caminho” <strong>de</strong> Drummond. Concluindo, po<strong>de</strong>-se dizer que<br />

o poeta parodia CDA a partir do título e t<strong>em</strong>a <strong>de</strong> seu po<strong>em</strong>a, mas s<strong>em</strong>pre num sentido <strong>de</strong><br />

diferenciação, <strong>de</strong> supl<strong>em</strong>ento.<br />

Em “Aporia” <strong>de</strong> AFF e “Tercetos na máquina” percebe-se, primeiramente,<br />

indícios da paródia. O poeta mantém quase o mesmo título, a forma/ estrutura poética e o<br />

mesmo sentido <strong>de</strong> CDA <strong>em</strong> “Áporo”, e “A máquina do mundo” do que é observado, <strong>de</strong>duzse:<br />

o eu - lírico parodia CDA: usando do título, forma, mesma estrutura.<br />

Analisa-se primeiro “Tercetos na máquina” <strong>em</strong> comparação com “A máquina do<br />

mundo”:<br />

Em “Tercetos na máquina” e “A máquina do mundo”<br />

68 Segundo Afonso Romando <strong>de</strong> Santana, há três tipos <strong>de</strong> paródia: verbal (alteração <strong>de</strong> uma palavra), formal<br />

(altera o estilo e efeitos tecnicos- <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> zombaria) e a t<strong>em</strong>ática( caricatura da forma e do espírito <strong>de</strong> um<br />

autor) . Nesse sentido, a paródia seria a t<strong>em</strong>ática, pois o eu – lírico apropria-se do espírito poético <strong>de</strong> CDA.

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