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o outro possível: a poesia de armando freitas filho em ... - UninCor

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69<br />

continuação “Numeral” <strong>de</strong> “Numeral/ Nominal”, o qual, não t<strong>em</strong> nenhum po<strong>em</strong>a intertextual<br />

com CDA. A primeira parte é marcada por um constante diálogo com <strong>outro</strong>s poetas: Cabral,<br />

Rosa, Machado, até chegar a CDA.<br />

Permeando a or<strong>de</strong>m cronológica dos dois livros, cada um <strong>de</strong>les dividido <strong>em</strong> duas<br />

partes, observa-se a maior concentração do diálogo que se trava com CDA na segunda parte<br />

<strong>de</strong> Numeral/ Nominal e na primeira <strong>de</strong> Raro Mar, o final do livro <strong>de</strong> 2003 dá seqüência ao<br />

início do livro <strong>de</strong> 2006. É observado sequencialmente que os po<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Numeral/ Nominal<br />

são construídos com versos mais curtos, já os <strong>de</strong> Raro Mar são marcados pelo verso mais<br />

longo, chegando a trazer a prosa poética. Pensa-se na recusa à fragmentação e pela escolha do<br />

verso mais corrente, s<strong>em</strong> quebra, s<strong>em</strong> paradas e/ou divisões.<br />

Após essa sondag<strong>em</strong>, foram escolhidos para análise <strong>de</strong>ste capítulo os po<strong>em</strong>as<br />

‘DNA, CDA’ e ‘Releitura’. Houve uma diferença t<strong>em</strong>poral entre a publicação <strong>de</strong> um livro<br />

para <strong>outro</strong>. A diferença estabeleceu-se da seguinte forma: os po<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Numeral/ Nominal<br />

parec<strong>em</strong> <strong>de</strong>screver imagens mais concretas, já os <strong>de</strong> Raro Mar apresentam imagens mais<br />

abstratas, permeados por um movimento t<strong>em</strong>poral mais <strong>de</strong>morado, são mais <strong>de</strong>talhes, é um<br />

t<strong>em</strong>po que se retorna e que exige um olhar mais preparado. São marcados por um estágio <strong>de</strong><br />

leitura e releitura mais maduros. O fator <strong>de</strong> madureza encontrado po<strong>de</strong> ser entendido pelas<br />

constantes leituras e releituras a qual passa o eu – lírico, também justificadas pelo título do<br />

po<strong>em</strong>a ‘Releitura’.<br />

O t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> convivência na <strong>poesia</strong> proporcionou uma <strong>de</strong>mora 76 e influenciou<br />

muito o eu - lírico, <strong>de</strong>ssa influência surg<strong>em</strong> imagens <strong>de</strong> alterida<strong>de</strong> que o levam a uma<br />

transformação que po<strong>de</strong> ser observada pelo significante ‘máquina e pedra’, pois ao longo da<br />

pesquisa receb<strong>em</strong> conotações diversas.<br />

A máquina/ pedra do 1º capítulo, <strong>em</strong> especial, no po<strong>em</strong>a ‘Manual da máquina<br />

CDA’ é <strong>de</strong> pedra e pensamento, é bruta e precisa ser lapidada. Já no po<strong>em</strong>a ‘DNA, CDA’ é a<br />

pedra sua, seu próprio ato <strong>de</strong> escrita, o fazer poético é entendido como uma máquina <strong>em</strong><br />

ativida<strong>de</strong>/ <strong>em</strong> ofício, e <strong>em</strong> ‘Espelho e cego’ há um jogo “máquina quebrada da pedra” 77 . A<br />

máquina/ pedra se parte após “explorar o plano” 78 . Dá-se a enten<strong>de</strong>r que o plano seria a<br />

<strong>poesia</strong> <strong>de</strong> CDA, logo, após análise minuciosa e levando-se <strong>em</strong> conta o t<strong>em</strong>po que foi gasto<br />

para entendê-la, visto que se refere a tantas releituras, <strong>de</strong>ixando o eu – lírico diferente,<br />

transformado.<br />

76 Hei<strong>de</strong>gger, 2001, p. 129.<br />

77 Raro Mar. Último verso da <strong>poesia</strong> Espelho e cego. 2006, p. 20.<br />

78 Raro Mar. Verso da <strong>poesia</strong> Espelho e cego. 2006, p. 20.

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