o outro possÃvel: a poesia de armando freitas filho em ... - UninCor
o outro possÃvel: a poesia de armando freitas filho em ... - UninCor
o outro possÃvel: a poesia de armando freitas filho em ... - UninCor
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
44<br />
mo<strong>de</strong>rnismo, <strong>em</strong> consonância à <strong>poesia</strong> armandiana.<br />
A análise busca uma probl<strong>em</strong>atização dos t<strong>em</strong>as e estruturas imagéticas e<br />
estilísticas da <strong>poesia</strong> <strong>de</strong> AFF, na tentativa <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r sua poética na pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>,<br />
pois o eu lírico da <strong>poesia</strong> armandiana busca uma abertura ao verso livre, característica pós –<br />
mo<strong>de</strong>rna, <strong>em</strong> contraste aos versos <strong>de</strong>cassílabos herdados do classicismo, presentes na <strong>poesia</strong><br />
<strong>de</strong> CDA.<br />
É utilizado o termo pós-mo<strong>de</strong>rnismo na concepção <strong>de</strong>senvolvida por Hutcheon<br />
(1991), Lyotard (1986) e Jameson (1991), como uma ampla formação cultural artística <strong>de</strong><br />
caráter paradoxal.<br />
Hutcheon (1991, p.20) argumenta que o pós-mo<strong>de</strong>rnismo “é fundamentalmente<br />
contraditório, <strong>de</strong>liberadamente histórico e inevitavelmente político”.<br />
Lyotard (1986, p. 08) expõe, enquanto condição da cultura nesta era,<br />
caracterizando-se pela incredulida<strong>de</strong> perante o metadiscurso filosófico-metafísico, com suas<br />
pretensões at<strong>em</strong>porais e universalizantes.<br />
Jameson (1991, p.25) perscruta que o pós-mo<strong>de</strong>rnismo não é só contestado, mas é<br />
intrinsecamente conflitante e contraditório.<br />
O pós - mo<strong>de</strong>rnismo, por sua vez, <strong>em</strong> seus <strong>de</strong>sdobramentos, costuma ser<br />
caracterizado pela eliminação do estatuto estético da arte que a separaria da vida cotidiana, ou<br />
que a transcen<strong>de</strong>ria, o fim das diferenças entre alta e baixa cultura, ou “cultura popular”,<br />
ecletismo, mistura <strong>de</strong> códigos, paródia, pastiche, reavaliação da própria arte como discurso<br />
entre discursos, mas acima <strong>de</strong> tudo <strong>de</strong>scrença e <strong>de</strong>sajuste <strong>em</strong> relação ao mundo atual.<br />
Destruição da aura do indivíduo e <strong>de</strong> sua integrida<strong>de</strong>.<br />
Pós – mo<strong>de</strong>rno quer dizer, aproximadamente, o movimento <strong>de</strong> pensamento<br />
cont<strong>em</strong>porâneo que rejeita totalida<strong>de</strong>s, valores universais, gran<strong>de</strong>s narrativas históricas,<br />
sólidos fundamentos para a existência humana e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecimento objetivo. O<br />
pós – mo<strong>de</strong>rnismo é cético a respeito da verda<strong>de</strong>, da unida<strong>de</strong> e do progresso, opõe-se ao que<br />
vê como elitismo na cultura, ten<strong>de</strong> ao relativismo cultural e celebra o pluralismo, a<br />
<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> e a heterogeneida<strong>de</strong>.<br />
2.3.1 O jogo do fragmentário e não – fragmentário<br />
A cultura do pós-mo<strong>de</strong>rnismo, segundo Hutcheon (1991, p.23) “t<strong>em</strong> um<br />
relacionamento contraditório com aquilo que costumamos classificar como nossa cultura