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o outro possível: a poesia de armando freitas filho em ... - UninCor

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entre o passado e o presente, entre o velho e o novo, é que proporciona expressão formal a<br />

uma crença na mudança <strong>de</strong>ntro da continuida<strong>de</strong>” (1991, p.54) observa-se uma aproximação<br />

com o que Jameson fala sobre convivência – seria o diálogo entre o velho e o novo do qual<br />

fala Hutcheon. Embora a crítica prefira adotar paródia intertextual ao invés do termo pastiche.<br />

Outro crítico ao discutir a questão do pastiche se aproxima do que Jameson<br />

aborda. Santiago (1989, p.108) ao abordar a questão da permanência do discurso da tradição<br />

no pós-mo<strong>de</strong>rnismo, encara o mo<strong>de</strong>rnismo <strong>de</strong>ntro da tradição da ruptura. E comenta que “um<br />

dos discursos mais privilegiados do mo<strong>de</strong>rnismo (...) t<strong>em</strong> sido a paródia”.<br />

Para continuar a discussão, precisa-se esclarecer o que Santiago enten<strong>de</strong> por<br />

mo<strong>de</strong>rnismo:<br />

Por favor, não se assust<strong>em</strong> se, <strong>de</strong> repente, (...) <strong>em</strong> lugar <strong>de</strong> falar mo<strong>de</strong>rno (isto é, da<br />

tradição mo<strong>de</strong>rna que t<strong>em</strong> início no romantismo, ou <strong>em</strong> finais do século XVIII),<br />

esteja, ainda que <strong>de</strong> maneira meio inconsciente, adiantando a questão para o que<br />

ainda <strong>de</strong>ve vir, ou está chegando, isto é, o pós-mo<strong>de</strong>rno. (SANTIAGO, 1989, p.109)<br />

Para o crítico (Ibid, p.110), “há uma permanência sintomática da tradição <strong>de</strong>ntro<br />

do mo<strong>de</strong>rno e do mo<strong>de</strong>rnismo”. Essa ‘permanência sintomática’ aproxima-se do que seja a<br />

convivência (Jameson) entre o velho e o novo (Hutcheon), também como uma espécie <strong>de</strong><br />

continuida<strong>de</strong> (Hutcheon).<br />

Silviano comenta que o papel da tradição foi tão forte que contaminou um poeta já<br />

feito como CDA, este que é um poeta do t<strong>em</strong>po presente, vê - se abordando <strong>em</strong> seu po<strong>em</strong>a<br />

“Máquina do mundo” o episódio clássico: o canto nono <strong>de</strong> “Os Lusíadas”.<br />

E questiona “Qual é a razão para esse retorno da tradição hoje?” po<strong>de</strong> ser que<br />

probl<strong>em</strong>as ainda mal<strong>de</strong>finidos e malcaracterizados surjam <strong>em</strong> torno do que seja o pósmo<strong>de</strong>rnismo.<br />

Segundo Santiago (1989), CDA ao voltar ao classicismo e refletir sobre o<br />

momento presente o <strong>de</strong>sloca num questionamento político, do discurso sobre o momento da<br />

aurora.<br />

Tanto Jameson quanto Santiago dispensam o termo “paródia” e apropriam-se do<br />

estilo do pastiche, pois esse para eles busca uma convivência não – <strong>de</strong>strutiva com o passado.<br />

Santiago (1989, p. 116) ainda aborda que “o artista pós-mo<strong>de</strong>rno incorpora a<br />

tradição e o passado <strong>de</strong> uma maneira on<strong>de</strong> a confiabilida<strong>de</strong> seria a tônica, respaldada pelo<br />

pluralismo”. Ao contrário <strong>de</strong> que “a paródia (Ibid, p.124) ao fazer ironia dos valores do<br />

passado, faz com que o presente rompa as amarras com o passado, cortando a linha da

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