o outro possÃvel: a poesia de armando freitas filho em ... - UninCor
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71<br />
perspectiva da análise literária, o probl<strong>em</strong>a é até que ponto, e como, a filosofia levinasiana 83<br />
<strong>de</strong> relacionamento ao Outro- tida como estudo- permite iluminar e compreen<strong>de</strong>r melhor a<br />
<strong>poesia</strong> <strong>de</strong> AFF.<br />
A questão da releitura e da alterida<strong>de</strong>, levantada anteriormente, coloca <strong>em</strong> pauta<br />
el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> análise filosófica extr<strong>em</strong>amente importantes para a análise do objeto <strong>de</strong>sta<br />
pesquisa. No interior <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>nsa análise, uma questão específica chama a atenção, por<br />
colocar <strong>em</strong> foco textos poéticos altamente dialógicos, nos quais é impossível não reconhecer a<br />
presença <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> alterida<strong>de</strong>: a questão do t<strong>em</strong>po como el<strong>em</strong>ento fundamental no<br />
relacionamento com o <strong>outro</strong>.<br />
Não é difícil perceber que o fator t<strong>em</strong>poral contribui para o amadurecimento do<br />
relacionamento ao <strong>outro</strong> que é visto por imagens na <strong>poesia</strong>.<br />
Nesse trabalho, porém, não preten<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>senvolver, n<strong>em</strong> aprofundar <strong>em</strong> áreas<br />
como a Filosofia ou a Ética, e n<strong>em</strong> entrar <strong>em</strong> <strong>de</strong>talhes técnicos, qualificando conceitos, como:<br />
hipóstase, transcendência, Outro, Eu e si, evento...<br />
A intenção é somente mostrar quão fascinante é o estudo poético, permeado pela<br />
alterida<strong>de</strong>, especialmente pela palavra Outro, palavra frequent<strong>em</strong>ente usada para <strong>de</strong>screver os<br />
contatos e influências humanas. O primordial é mostrar que nada se encontra fora do alcance<br />
do conviver humano e que tais sentimentos po<strong>de</strong>m extravasar claramente <strong>em</strong> formas literárias,<br />
como: a <strong>poesia</strong> e a prosa poética.<br />
2.4.2 Estágios <strong>de</strong> releitura<br />
Para aprofundar ainda mais a análise, toma-se o po<strong>em</strong>a Releitura 84 , visto que nele<br />
é percebido um estágio avançado do poeta. Pelo título, o poeta recorda algumas passagens e<br />
recortes que já tinham sido feitos na <strong>poesia</strong> <strong>de</strong> CDA, o fato é reforçado pelo uso constante <strong>de</strong><br />
prefixos <strong>de</strong> sentido repetitivo. Indicando uma fase mais madura, experiente, parece que o<br />
poeta olha <strong>de</strong> cima, observa por um ângulo mais largo, mais amplo. Consegue julgar com<br />
clareza a impressão causada pela <strong>poesia</strong>, e por suas leituras. “Releitura” r<strong>em</strong>ete a uma<br />
passag<strong>em</strong> pelos fragmentos que marcaram e, com o t<strong>em</strong>po, foi necessário recordar. O poeta<br />
apenas não recorda, mas conduz o leitor adiante, como se estivesse, também, sendo conduzido<br />
a ir adiante, ambos, <strong>em</strong> trânsito pela vida, a caminho do Outro. A discussão baseou-se nas<br />
palavras-chave do po<strong>em</strong>a “Releitura”: trânsito, <strong>outro</strong>, transformação.<br />
83 Emmanuel Levinas – o filosofo que será usado para análise.<br />
84 Raro Mar, 2006, p. 30.