profissional é o indivíduo que acaba construin<strong>do</strong> não só consciência, mas tambémcompromisso. Isso é uma das coisas importantes hoje, o compromisso com o meio ambiental,social.Gostaria ainda <strong>de</strong> chamar atenção para outro aspecto importantíssimo <strong>de</strong>sse processo:muitas vezes a gente não tem consciência <strong>de</strong> como se dá a construção <strong>do</strong> nosso corpo, <strong>do</strong>nosso conhecimento. Convi<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s a trabalhar arduamente para percebermos essesprocessos. Ninguém se forma sozinho, to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> se forma no convívio e interação no seumeio. To<strong>do</strong>s os corpos que existem no planeta captam, processam e expressam energias. Osseres vivos captam sóli<strong>do</strong>s, líqui<strong>do</strong>s e gasosos, processam, metabolizam, constroem seuscorpos e excretam o que não precisam, e nessa inter<strong>de</strong>pendência, nessas ca<strong>de</strong>ias, nessasligações, uns precisam <strong>do</strong>s outros, então <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma visão transdisciplinar, dacompreensão <strong>de</strong> nós seres humanos, trabalhamos esses três movimentos básicos: eu meformo dialogan<strong>do</strong> comigo, com meu pensamento, meu sentimento, minha vonta<strong>de</strong>, meu corpo,me conheço. Se eu dialogo com o outro, se eu troco, interajo, eu conheço o outro, quantomais eu me conheço, mais fácil fica <strong>de</strong> conhecer o outro e vice-versa; assim, vou construin<strong>do</strong>esse hetero-conhecimento, to<strong>do</strong>s precisamos <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s.E há um terceiro movimento, a eco-formação, nós precisamos <strong>do</strong> convívio com anatureza. Qual o indivíduo que po<strong>de</strong> viver sem ar puro, sem água potável, sem nutrientes, nãoos produtos altamente processa<strong>do</strong>s e industrializa<strong>do</strong>s que já não têm vitaminas, nem enzimas,nem sais minerais, mas os alimentos in natura que efetivamente nutrem nossas células e dãovida a nossos corpos. Quem consegue viver sem afeto? Afetivida<strong>de</strong>, amor... Precisamos nosalimentar e excretar, é da vida, e o que excremento <strong>de</strong> um po<strong>de</strong> servir <strong>de</strong> alimento para ooutro. Nós temos que enten<strong>de</strong>r essas regras para respeitar a biodiversida<strong>de</strong>.Dentro <strong>de</strong>ssa ótica, não basta só conhecermos o ambiente natural para saber intervirnele, nós precisamos conhecer nosso ambiente social, e hoje vivemos o problema sério <strong>de</strong> nosacomodarmos ao mo<strong>de</strong>lo que está aí, aceitamos os padrões, aceitamos o mecanismo eestamos ten<strong>do</strong> pouca possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança e transformação. Um <strong>de</strong>talhe que me chamaatenção, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> mecanismo <strong>do</strong> consumismo: temos uma moda para as garotas, da“barriguinha <strong>de</strong> fora”, que é um prazer olhar, só que ninguém pára para pensar no dano àsaú<strong>de</strong> das meninas que usam a cintura <strong>de</strong>sprotegida no inverno, o frio no individuo <strong>do</strong> sexofeminino é prejudicial nesta região, então é o dano à saú<strong>de</strong> em função da moda. Nossaspinturas, nossa maquiagem, quantos metais pesa<strong>do</strong>s, ou chumbo no nosso batom para po<strong>de</strong>rfixar? Nós <strong>de</strong>sconhecemos os riscos <strong>do</strong>s produtos químico-sintéticos, processa<strong>do</strong>s naalimentação, na maquiagem. Precisamos conhecer as leis, mecanismos da nossa organizaçãosocial, os joguinhos <strong>de</strong> que participamos, os riscos que eles acarretam... Os problemas sãomuito gran<strong>de</strong>s.Mas o ser humano é capaz <strong>de</strong> se comunicar, expressar, se unir, <strong>de</strong> formar re<strong>de</strong>s. E estáaí a gran<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>, Muita gente está fazen<strong>do</strong> gran<strong>de</strong>s coisas, mas não aparece, to<strong>do</strong>mun<strong>do</strong> está fazen<strong>do</strong> alguma coisa. Temos a socieda<strong>de</strong> civil organizada fazen<strong>do</strong> coisas,empresários conscientes queren<strong>do</strong> mudar essa situação, universida<strong>de</strong>s lutan<strong>do</strong> para criarinformações corretas. Dentro <strong>de</strong>sse caos, to<strong>do</strong> tem muita coisa sen<strong>do</strong> feita, o que precisamosagora é nos unir, i<strong>de</strong>ntificar essas ações, nos conectar, não só virtualmente, maspresencialmente, porque nosso processo <strong>de</strong> mudança e transformação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das vivências,se não vivermos a prática <strong>de</strong> ética, <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> compromisso <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong> compromissocom a verda<strong>de</strong>, não vamos po<strong>de</strong>r mudar. Porque o ser humano hoje vive condicionamentos <strong>de</strong><strong>de</strong>pendência, <strong>de</strong> obediência, <strong>de</strong> omissão, e precisamos reverter, precisamos <strong>de</strong> consumi<strong>do</strong>resresponsáveis, <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res responsáveis com o eco-empreendimento, precisamostrabalhar o eco-merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho.Po<strong>de</strong>mos criar merca<strong>do</strong>s paralelos responsáveis, temos vários merca<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> economiaformal e informal, temos po<strong>de</strong>r político legal e ilegal, se pu<strong>de</strong>mos construir esses paralelos<strong>de</strong>ntro da ilegalida<strong>de</strong>, por que não po<strong>de</strong>mos construir um paralelo consciente? Então convocoto<strong>do</strong>s a conhecermos mais a nós mesmos, conhecermos o outro, e percebermos que nossasdiferenças são nossas gran<strong>de</strong>s riquezas, se fossemos to<strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>linhos iguais, o que faríamos?As nossas diferenças <strong>de</strong> potencial, <strong>de</strong> expressão, fazem nossa riqueza. Então, mãos à obra,vamos nos conhecer, conhecer nossa socieda<strong>de</strong>, nossa natureza e apren<strong>de</strong>r a interagir comela.12
- MESA-REDONDA 2 –RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS NO ESTADO DE SÃO PAULOComposição da mesa‣ Helena Carrascosa – DPP/SMA‣ Demóstenes Barbosa Silva – AES/Tietê‣ Fernan<strong>do</strong> Veiga – The Nature Conservancy‣ Edilaine Dick - Apremavi‣ Waldir Mantovani – Escola <strong>de</strong> Artes, Ciências e Humanida<strong>de</strong>s - USP‣ Walter <strong>de</strong> Paula Lima – Esalq/USPHelena Carrascosa – DPP/SMAVamos falar aqui sobre diversos aspectos <strong>do</strong> tema “Recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas noesta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo”. Temos contribuições da universida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> ONGs e <strong>de</strong> uma empresaprivada. A partir disso acabaremos ten<strong>do</strong> a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer experiências e conceitos.Passo logo a palavra ao Demóstenes, que vai nos contar sobre o projeto da empresa AESTietê.Demóstenes Barbosa Silva – AES/TietêTrouxemos uma experiência que estamos construin<strong>do</strong> no vale <strong>do</strong> rio Tietê, relacionada aoesforço <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong> reflorestamento <strong>de</strong> matas ciliares que foram <strong>de</strong>gradadas no passa<strong>do</strong>,assim como <strong>de</strong> outras áreas propícias para matas ciliares que se formaram a partir daconstrução <strong>de</strong> reservatórios para as hidrelétricas no Tietê.Este tema é <strong>de</strong> crucial importância no Brasil e no mun<strong>do</strong>, reflorestar é uma das açõesrecomendadas pelos cientistas para que a gente contenha e talvez reverta o processo <strong>de</strong>aquecimento global pela emissão e concentração <strong>de</strong> gases <strong>do</strong> efeito estufa. E o Brasil temesta<strong>do</strong> nas manchetes <strong>do</strong>s jornais <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong>, pelo processo intenso <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong>suas florestas. Sabemos que as florestas têm um papel fundamental para o <strong>de</strong>senvolvimentosustentável. Um <strong>de</strong>sses papéis, razão pela qual os cientistas recomendam que lancemosprogramas muito vigorosos <strong>de</strong> reflorestamento é, obviamente, o fato <strong>de</strong> o crescimento dasárvores remover carbono da atmosfera, uma ação contrária àquela que causou o aquecimentoglobal até hoje, que é o lançamento <strong>de</strong> gases que provocam o efeito estufa, entre os quais, oCO2 (que respon<strong>de</strong> por 80% <strong>do</strong> efeito <strong>do</strong> aquecimento global).A Amazônia está na manchete internacional e o <strong>de</strong>smatamento é o problema – pelaredução da área florestada e pelas queimadas para ce<strong>de</strong>r espaço à agropecuária. De formacontrária, o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo está na vanguarda <strong>do</strong>s movimentos no Brasil. Aplau<strong>do</strong> ogoverno <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> por ter baixa<strong>do</strong> um <strong>de</strong>creto estabelecen<strong>do</strong> que só aceitará o uso <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iracertificada; isso po<strong>de</strong> contribuir sobremaneira para reduzir esse processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento.Apesar <strong>de</strong>sta manchete negativa relativa ao Brasil, po<strong>de</strong>mos fazer algo diferente. Tenhocerteza que algumas ONGs também têm programas belíssimos <strong>de</strong> regeneração <strong>de</strong> áreasflorestais e precisamos protagonizar uma ação regenera<strong>do</strong>ra no Brasil. Estamos numa era emque regenerar sistemas físicos, ecossistemas (gran<strong>de</strong>s e importantes bases <strong>do</strong> equilíbrioambiental), é muito importante. Estamos numa era <strong>de</strong> regeneração.Só para lembrar, em 1992, no Brasil, criou-se a Convenção Global <strong>de</strong> MudançasClimáticas e <strong>de</strong>la se originou o Protocolo <strong>de</strong> Kyoto. Foi uma proposta apresentada porbrasileiros que resultou no mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento limpo (MDL), o merca<strong>do</strong> que po<strong>de</strong>trazer recursos <strong>do</strong> hemisfério norte para regenerar áreas no hemisfério sul, com o13
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