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Anais Encontro Água & Floresta - SIGAM - Governo do Estado de ...

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(Não esquecen<strong>do</strong> nunca <strong>de</strong> que atrás <strong>de</strong>ssa pergunta existe uma pessoa). Há <strong>de</strong>ficiência norepasse da pesquisa sobre os produtos trabalha<strong>do</strong>s.Essa é a área on<strong>de</strong>, a meu ver, precisamos avançar; avançar bastante na aproximaçãoda universida<strong>de</strong> e das instituições <strong>de</strong> pesquisa com o produtor, nosso interlocutor e que vaifazer com que a gestão ambiental seja colocada em prática. Se pensarmos na produção <strong>de</strong>água, ela não é feita nos centros urbanos, mas no meio rural, e aí se <strong>de</strong>stacam principalmenteos riscos e as incertezas comerciais <strong>de</strong>ssas relações, pois existem questões das condiçõesintrínsecas da proprieda<strong>de</strong>, como: topografia, tipo <strong>de</strong> solo, recursos hídricos e coberturavegetal, que se juntam a um baixo po<strong>de</strong>r aquisitivo, difícil acesso ao crédito rural e um altopreço <strong>do</strong>s insumos. Essas questões compõem o pano <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> nosso interlocutor. Aquelesque me prece<strong>de</strong>ram já colocaram essa situação que pu<strong>de</strong> aprofundar: é preciso chegar maisperto <strong>de</strong> nosso parceiro em qualquer projeto <strong>de</strong> recuperação da bacia, que é o produtor rural.Assim, po<strong>de</strong>remos começar a falar da problemática ambiental, que ao nosso ver, precisaser compreendida a partir <strong>de</strong>ssas inter-relações da socieda<strong>de</strong>, que até hoje têm si<strong>do</strong>perversas, e com os seus aspectos próprios começam a <strong>de</strong>linear questões <strong>do</strong> meio físiconatural.O produtor rural só ara morro abaixo porque não foi passada para ele uma outra técnica.E não é só ir lá e falar para ele, ou dar a ele um trator; é preciso que haja essa interação paramodificação <strong>de</strong> paradigma. Temos que fazer essa modificação no micro, no pequeno. Mas issoé complica<strong>do</strong> porque <strong>de</strong>manda tempo, <strong>de</strong>mora; um trabalho <strong>de</strong> educação ambiental para queas pessoas comecem a fazer to<strong>do</strong> esse envolvimento leva cerca <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos e meio. Quan<strong>do</strong>to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> começa a aparecer na fotografia: Sabesp, prefeitura, professor, aluno, vocêcomeça a ver que este processo <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos e meio é precisa ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s nós.Nesse senti<strong>do</strong>, a problemática ambiental em sua complexida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> sercompreendida segun<strong>do</strong> a técnica <strong>de</strong> uma única ciência, ela convoca diversos campos <strong>do</strong> saber.Nós interagimos no limite das nossas áreas <strong>de</strong> conhecimento. Essas áreas <strong>de</strong> interface fazemcom que nós também repensemos as nossas relações institucionais e interdisciplinares <strong>de</strong> talforma que nenhuma área <strong>do</strong> conhecimento específico tem competência para <strong>de</strong>cidir sobre ela,embora muitos tenham o que dizer - e precisamos aprimorar esse “muitos têm o que dizer”.Vejo não só em relação à ciência, ao outro, precisamos melhorar esse mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> conhecerinterdisciplinar e <strong>de</strong> inter-relacionamento.Precisamos ter comprometimento com o ato pedagógico, um ato <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>sseconhecimento, feito na dialética entre a teoria e a prática: fazer, experienciar, tornar a fazer,para que esse reconhecimento da realida<strong>de</strong> implique em assumir a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r.Se nós não caminharmos para isso e para aquela questão mais pontual da pessoa, nãoconseguiremos avançar, porque aí nós jogaríamos o problema para as instituições públicas,que por sua vez retornam para o cidadão, e aí fica aquela discussão intensa e nada <strong>de</strong>concreto é feito. Nesse senti<strong>do</strong>, a gestão ambiental é um processo <strong>de</strong> mediação <strong>de</strong> interesses econflitos. Esse processo <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> e re<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> continuamente procura englobar com osdiferentes atores sociais medidas práticas e alteran<strong>do</strong> a qualida<strong>de</strong> ambiental num <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>momento e distribuin<strong>do</strong> na socieda<strong>de</strong> os custos e benefícios <strong>de</strong>correntes da ação daquelesagentes.Toda concepção meto<strong>do</strong>lógica que organiza o processo <strong>de</strong> ensino e aprendiza<strong>do</strong> nosprogramas <strong>de</strong> educação continuada <strong>do</strong>s profissionais <strong>de</strong> área ambiental <strong>de</strong>veria se basear noexercício das premissas acima. Se não fizermos isso, teremos uma lacuna muito gran<strong>de</strong> entreos projetos que estão se operacionalizan<strong>do</strong> e o conhecimento.Vou colocar para reflexão. Essa conformação geológica <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Paraíba sobre a qualeu falei no início nos faz pensar que os anos <strong>de</strong> ciclo <strong>de</strong> exploração predatória faz com que osolo não cumpra sua função hidrológica <strong>de</strong> reservar essa água para disponibilizá-la ao longo <strong>do</strong>tempo. Então, urge pensar que precisamos racionalizar, reutilizar os centros urbanos erepensar essas práticas nas nossas áreas <strong>de</strong> cabeceira. E há uma outra coisa: nós estamos emdéficit hídrico.Feitas essas consi<strong>de</strong>rações tanto na educação ambiental, quanto ligadas ao produtorrural, o sentimento <strong>de</strong> pertencimento <strong>do</strong>s atores em relação ao processo é condição essencial<strong>de</strong> capacitação que está voltada ao atendimento <strong>de</strong> suas <strong>de</strong>mandas, com objetivo <strong>de</strong> levar aoempo<strong>de</strong>ramento que subsidiará a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão coletiva. É fato que os projetosambientais <strong>de</strong>vem estabelecer processos participativos; a participação tem o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong>51

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