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Anais Encontro Água & Floresta - SIGAM - Governo do Estado de ...

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A mesma situação <strong>de</strong> Taubaté acontece em São José <strong>do</strong>s Campos e Jacareí, com 200 milhabitantes, que precisa <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 100 milhões <strong>de</strong> reais para fazer coleta e tratamento <strong>de</strong>100% <strong>de</strong> seu esgoto. Fica evi<strong>de</strong>nte que o setor <strong>de</strong> recursos hídricos e os comitês <strong>de</strong> baciashidrográficas têm <strong>de</strong> ajudar os municípios a fazer tratamento <strong>de</strong> esgoto, dar um apoio nosenti<strong>do</strong> <strong>de</strong> oferecer um pouco, e então o município coloca mais e executa aquela obra. Isso écorreto, e o comitê tem que continuar com essa política <strong>de</strong> auxiliar. Mas a responsabilida<strong>de</strong>pelo saneamento não é <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> recursos hídricos, e sim <strong>do</strong> sistema <strong>de</strong> saneamento, <strong>do</strong>Ministério das Cida<strong>de</strong>s, <strong>do</strong>s governos estaduais, das companhias <strong>de</strong> saneamento. A cobrançapelo uso da água não veio para suprir as falhas <strong>do</strong> saneamento, ela é um instrumento quecomeçou no Paraíba <strong>do</strong> Sul, existe também no Ceará e agora nas bacias <strong>do</strong> Piracicaba-Capivari-Jundiaí, servin<strong>do</strong> <strong>de</strong> auxílio à gestão.Aqui em São Paulo, a água subterrânea vai custar um pouco mais caro <strong>do</strong> que a águasuperficial. Usamos a cobrança para criar uma diferenciação: estamos dizen<strong>do</strong> que queremospreservar as águas subterrâneas, que é um recurso estratégico, uma água mais limpa e,portanto, com um preço maior. Então, a valoração entra como um instrumento <strong>de</strong>planejamento <strong>de</strong> gestão: colocamos que a água para abastecimento industrial é um poucomais cara que a água para <strong>do</strong>micílios. A própria Constituição já diz que a água paraabastecimento da população é priorida<strong>de</strong> número 1. Para uso alternativo, como em postos <strong>de</strong>gasolina e loteamentos isola<strong>do</strong>s, essa água é ainda mais cara.Eis o gran<strong>de</strong> objetivo da cobrança: preservar os corpos d’água. Temos hoje uma gran<strong>de</strong>pressão <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s comitês para usar dinheiro em saneamento. Por outro la<strong>do</strong>, temos outrasgran<strong>de</strong>s priorida<strong>de</strong>s, que na área urbana não são muito sentidas, ligadas ao programa dasnossas bacias hidrográficas no meio rural, um gran<strong>de</strong> problema que não é muito perceptível.Um exemplo são os dirigentes industriais, que não estão erra<strong>do</strong>s em reivindicar o saneamento,mas talvez não percebam o benefício que po<strong>de</strong>ríamos ter orientan<strong>do</strong> investimentos constantesao longo <strong>de</strong> décadas para a recuperação <strong>de</strong>ssas bacias hidrográficas na zona rural. Sãoprogramas <strong>de</strong> longos perío<strong>do</strong>s, recuperan<strong>do</strong> nascentes, projetos feitos em concordância comos produtores rurais, pois normalmente o que sentimos é que eles topam fazer preservação <strong>de</strong>nascentes.Esse tema não é complica<strong>do</strong> para eles como é complica<strong>do</strong> o problema daquela faixa aolongo <strong>do</strong>s corpos d’água, os 30 metros que <strong>de</strong>veriam existir ao longo da calha <strong>do</strong> rio. Isso já émais <strong>de</strong>lica<strong>do</strong>, um problema que encontra mais resistência, pois essa faixa pega a melhor área<strong>do</strong> produtor rural, <strong>de</strong> várzea. Temos que enten<strong>de</strong>r como esse pessoal vive, como é a cultura<strong>de</strong>les, e não adianta conversar com o produtor rural numa linguagem que ele não entenda, épreciso ser capacita<strong>do</strong> para trabalhar com as entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>les, fazer as reuniões nos horários elocais certos.Temos <strong>de</strong> olhar a bacia hidrográfica <strong>de</strong> forma abrangente. De nada adianta um programa<strong>de</strong> recursos hídricos e <strong>de</strong> nascentes para o produtor, se não enten<strong>de</strong>rmos como ele conseguesobreviver, se ele tira leite, como vai cuidar <strong>do</strong> ver<strong>de</strong>; é necessário trabalhar <strong>de</strong> formaintegrada. Não cabe ao comitê <strong>de</strong> bacia hidrográfica enxergar-se como o único ator com direitoou obrigação <strong>de</strong> fazer esse trabalho; o comitê <strong>de</strong> bacia hidrográfica é um instrumento <strong>de</strong> queas outras entida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m se utilizar. A proteção da zona rural é a Secretaria da Agriculturaque conhece bem, por suas realida<strong>de</strong>s. Os sindicatos, as universida<strong>de</strong>s, têm programas, comoo da Unitau para a bacia hidrográfica <strong>do</strong> rio Una, que é uma das mais <strong>de</strong>gradadas <strong>de</strong> toda aregião, com alto comprometimento <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong> transporta<strong>do</strong>. Isso motivou até a Sabesp, 15 anosatrás, a quase acabar com a captação <strong>de</strong> água <strong>do</strong> rio Una. Era tanto sedimento, que na época<strong>de</strong> chuvas era impossível para as bombas da Sabesp trabalharem. A Unitau fez um trabalho <strong>de</strong>diagnóstico disso tu<strong>do</strong>, trouxe para nós a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> convencer o produtor rural a fazerrecomposição <strong>de</strong> vegetação ciliar e, ao saber <strong>de</strong>ssa dificulda<strong>de</strong>, trabalhamos para superá-la.Essa é uma priorida<strong>de</strong> que está começan<strong>do</strong> a tomar corpo <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> comitê. Há ummovimento chama<strong>do</strong> ‘Nascentes <strong>do</strong> Paraíba’ muito interessante, li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelo professorLázaro, que pega esse pessoal to<strong>do</strong> <strong>de</strong> professores, forma<strong>do</strong>res <strong>de</strong> opinião e vai à nascente <strong>do</strong>Paraitinga. Chegan<strong>do</strong> lá, to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> vê a área não-florestada on<strong>de</strong> nasce o rio. Então, essemovimento <strong>de</strong> nascentes está conseguin<strong>do</strong> passar para o comitê uma visão, um mote para apreservação das nascentes. Numa primeira estratégia, é muito bom encamparmos isso, egradativamente partir para as matas ciliares, como no programa da SMA, que está sen<strong>do</strong>implanta<strong>do</strong> em fase inicial na bacia <strong>do</strong> Ribeirão <strong>de</strong> Guaratinguetá, em Cunha e Paraibuna.53

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