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Anais Encontro Água & Floresta - SIGAM - Governo do Estado de ...

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coloca em outro saquinho. Tu<strong>do</strong> isso é lixo! Estamos começan<strong>do</strong> um movimento para que ossupermerca<strong>do</strong>s cobrem as bolsas <strong>de</strong> plástico. Não tem jeito, precisa cobrar. To<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>respeita o uso <strong>do</strong> cinto porque tem multa.Mas o assunto <strong>de</strong> hoje é carbono. O merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono <strong>de</strong> fato é muito bonito no papel,numa apresentação, mas na vida como ela é, é um pouco diferente. Há <strong>do</strong>is gran<strong>de</strong>s merca<strong>do</strong>s<strong>de</strong> carbono para três produtos principais, que são: o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> permissões, que foi chama<strong>do</strong><strong>de</strong> ‘allowances’; o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> ‘joint implementantion’- operações conjuntas; e o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong>projetos MDL. O nosso merca<strong>do</strong> brasileiro, como merca<strong>do</strong> emergente e país <strong>do</strong> não-Anexo I,não tem a obrigação <strong>de</strong> reduzir suas emissões em 5,2% com base em 1990. Aliás, esse 5,2%com base em 1990 é uma piada <strong>de</strong> mau gosto, porque não resolve nada: segun<strong>do</strong> os melhorescálculos, a redução precisaria ser em torno <strong>de</strong> 60% para que tivéssemos um planeta melhordaqui a 30, 50 anos. Mas melhor isso <strong>do</strong> que nada.Assim, não adianta pensarmos no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> permissões, nem no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> ‘jointimplementation’, esses não são nossos merca<strong>do</strong>s, temos que focar em projetos <strong>de</strong> MDL. Após2012, certamente o Brasil será um país com obrigação <strong>de</strong> redução das emissões. Quan<strong>do</strong>começamos Kyoto, estávamos no 19 o a 20 o lugar como país mais polui<strong>do</strong>r. Hoje disputamoscom a Índia o 4 o e 5 o lugar. A China, dizem, já é tranqüilamente o terceiro lugar, e logo será omaior polui<strong>do</strong>r <strong>do</strong> planeta, porque a China existe em cima <strong>de</strong> uma mina <strong>de</strong> carvão - toda aenergia <strong>de</strong>les vem <strong>do</strong> carvão mineral, o mais polui<strong>do</strong>r <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s eles.Os projetos <strong>de</strong> MDL po<strong>de</strong>m ser por reflorestamento. Quan<strong>do</strong> começou o Protocolo <strong>de</strong>Kyoto, a gran<strong>de</strong> novida<strong>de</strong> era o seqüestro <strong>de</strong> carbono pelas florestas, ao se falar <strong>de</strong> reduçãodas emissões. Um aterro sanitário capta CH 4 (gás metano) para queimá-lo e jogá-lo naatmosfera como CO 2 (gás carbônico). O metano tem um forçamento radioativo 21 vezessuperior ao CO 2 , o que significa dizer que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aquecimento global <strong>do</strong> metano é 21vezes maior que a <strong>do</strong> gás carbônico. Esta diferença é um crédito <strong>de</strong> carbono: é preferívelemitir um gás menos poluente.Uma indústria <strong>de</strong> móveis que na sua cal<strong>de</strong>ira queima o diesel e troca esse combustívelpor biomassa, como restos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira da própria indústria, gera uma diferença que significaum crédito <strong>de</strong> carbono. Mas se a indústria <strong>de</strong> móveis já começar queiman<strong>do</strong> biomassa, nãoterá o crédito <strong>de</strong> carbono, porque isso é Business as Usual (BAU). Uma coisa é o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong>Kyoto, chama<strong>do</strong> ECX, que são as bolsas européias comprometidas com a sustentabilida<strong>de</strong>;outra é o merca<strong>do</strong> CCX, que é a bolsa <strong>de</strong> Chicago, sem compromisso com a sustentabilida<strong>de</strong>.Em Chicago, por exemplo, florestamento da Klabin, Aracruz, está incluí<strong>do</strong>, porque umafloresta <strong>de</strong> eucalipto negociada na bolsa <strong>de</strong> Chicago tem corte raso a casa sete anos. Kyoto, aocontrário, analisa ciclo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> produto: aquela ma<strong>de</strong>ira cortada <strong>do</strong> eucalipto precisará terseu <strong>de</strong>stino analisa<strong>do</strong>. Irá para fábrica <strong>de</strong> celulose, vai virar papel? E o ciclo <strong>de</strong> vida dacelulose e <strong>do</strong> papel provavelmente será negativo.Para aqueles que efetivamente trabalham com sustentabilida<strong>de</strong>, não se po<strong>de</strong> trabalharcom esse critério na Bolsa <strong>de</strong> Chicago, tem que estar na ECX, nas bolsas européias, e adiferença <strong>de</strong> preço é muito gran<strong>de</strong>. Enquanto em Chicago a tonelada <strong>de</strong> carbono está por volta<strong>de</strong> 4,5 dólares, nas Bolsas ECX o preço já chegou a 28 euros e hoje está por volta <strong>de</strong> 15 euros,<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> projeto. No merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono, é preciso muita atenção, porqueexistem critérios, técnicas e mensurações.39

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