com carinho, cada criança da área a<strong>do</strong>tou uma árvore. De manha vão lá molhar a árvore, oque nem precisava porque o rio está na zona radicular da planta, mas que é importante pelaresponsabilida<strong>de</strong> e pelo papel <strong>do</strong> cuidar, pela criança e pelo cuida<strong>do</strong> que a árvore recebe.Então os usuários <strong>de</strong>vem ser envolvi<strong>do</strong>s na governança <strong>do</strong>s recursos hídricos, ocrescimento econômico não po<strong>de</strong> continuar acarretan<strong>do</strong> <strong>de</strong>gradação. A água <strong>de</strong> abastecimentohumano e os serviços <strong>de</strong> saneamento são cruciais para a estabilida<strong>de</strong> urbana. E a gestãointegrada <strong>do</strong>s recursos hídricos, assim como os programas <strong>de</strong> educação ambiental, <strong>de</strong>vem serbasea<strong>do</strong>s em soluções integradas, ninguém vai resolver o problema sozinho.Uma questão importante é o que temos feito quan<strong>do</strong> pensamos no uso da água e não naoferta. O corpo usa água e recebe água, se eu comparo o corpo humano a uma contabancária, não po<strong>de</strong>mos só nos preocupar com o que gastamos, mas também com o que entra:se o salário fica melhor, e não se meus filhos não po<strong>de</strong>m ir ao cinema. Tenho que mepreocupar com os <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s, e vejo que as políticas <strong>de</strong> gestão integrada pensam muito nouso, partem <strong>do</strong> contrário, em vez <strong>de</strong> se prepararem cada vez melhor para terem mais <strong>de</strong>pósitona conta. Nossa oferta <strong>de</strong> água para esse corpo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das condições da floresta, davegetação, <strong>do</strong> solo a ser manti<strong>do</strong>: tenho que me preocupar com o quanto vou tirar <strong>de</strong>ssecorpo, ao mesmo tempo em que forneço água, e o que tem aconteci<strong>do</strong> é que tenho avança<strong>do</strong>sobre essa fronteira e <strong>de</strong>struí<strong>do</strong> a vegetação, que é a base hídrica. Isso aumenta cada vezmais: pela agricultura <strong>de</strong> cerqueira, essa que não tem EIA-Rima, que não é igual à agriculturairrigada, na qual há o trabalho <strong>de</strong> provar que não se está afetan<strong>do</strong> o ambiente e a<strong>do</strong>tarpraticas sustentáveis; e pela pecuária, que tem avança<strong>do</strong> bastante.Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os agricultores reverterem essa situação, asseguran<strong>do</strong> tanto águapara o suprimento <strong>do</strong>méstico, irrigação ou abastecimento, quanto para funções sanitárias,garantin<strong>do</strong> água para produção alimentar e, ao mesmo tempo, asseguran<strong>do</strong> a redução dapoluição. Protegen<strong>do</strong> mananciais, bacias hidrográficas, pelas práticas <strong>de</strong> balanço harmônicoentre oferta e consumo, pensan<strong>do</strong> na conta pelos <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> conservação e uso racional. Épreciso pensar no <strong>de</strong>pósito bancário, e não na retirada.Quais os percursos para uma educação que leve à sustentabilida<strong>de</strong>? O que as nações emdificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem fazer, fornecer água à população ou o governo ajudar a combater a pobrezae a fome? Claro que são as duas necessida<strong>de</strong>s básicas. É preciso que as nações mais<strong>de</strong>senvolvidas assegurem o melhor uso possível, a<strong>do</strong>tem o que chamaram <strong>de</strong> maior produçãopor cada gota <strong>de</strong> água, conservem as fontes, importem alimentos e usem as águas com opropósito da melhoria da agregação <strong>de</strong> valor <strong>de</strong> cultivos.No nosso trabalho, temos busca<strong>do</strong> a educação para a mudança <strong>de</strong> paradigma, quecomeça com a eliminação <strong>do</strong> que não serve no mun<strong>do</strong> atual. Nessa dinâmica <strong>do</strong> movimento <strong>de</strong>um gestor que vai fazer gestão integrada <strong>de</strong> recursos humanos, <strong>de</strong>vemos pensar queestratégia será usada. Primeiro, começar a fazer perguntas, começar a eliminar o que não estábom e manter o que está bom, o que <strong>de</strong>ve ser fortaleci<strong>do</strong>, potencializa<strong>do</strong>. A primeira respostaé a eficiência, que é a melhoria evitan<strong>do</strong> as perdas quantitativas, que são muitas. E <strong>de</strong>pois aeficácia, com redução das perdas qualitativas, fazen<strong>do</strong> reciclagem, melhor uso, fazen<strong>do</strong> reúsoe utilizan<strong>do</strong> os instrumentos <strong>de</strong> gestão da política <strong>de</strong> águas. O Plano Nacional <strong>de</strong> RecursosHídricos ficou pronto, os ca<strong>de</strong>rnos setoriais mostram que potencialida<strong>de</strong>s locais <strong>de</strong>vem serenfocadas. E a eficácia, junto com a eficiência, olha o quantitativo com o qualitativo.A principal questão é como sou afeta<strong>do</strong> pela água que recebo e como causo transtornoaos outros e à qualida<strong>de</strong> da água que a minha utilização lança nos corpos <strong>de</strong> recursos hídricos.Se eu não sei o que os outros me causam e o que causo aos outros, não tenho postura parareclamar os meus direitos, nem <strong>de</strong> evitar certos problemas, um terceiro patamar é aefetivida<strong>de</strong>, que é agregar a eficiência e a eficácia ao contexto <strong>do</strong>s cursos <strong>de</strong> água, da bacia,<strong>do</strong> olhar da sustentabilida<strong>de</strong>. Qual o uso <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> para a água cuja finalida<strong>de</strong> fornece o melhorresulta<strong>do</strong> ao usuário, ao consumi<strong>do</strong>r e ao meio ambiente?Quan<strong>do</strong> o afluxo <strong>de</strong> água é reduzi<strong>do</strong> pelas captações, o gran<strong>de</strong> risco da redução <strong>de</strong> águaé causar danos aos hábitats banha<strong>do</strong>s, mangues, fauna, flora e seres humanos. Os gestores <strong>de</strong>‘água azul’ têm observa<strong>do</strong> só uma parte da realida<strong>de</strong>, to<strong>do</strong>s seus esforços e interesses têm seconcentra<strong>do</strong> em gestão <strong>do</strong>s recursos hídricos <strong>do</strong> planeta, excluin<strong>do</strong> toda a água envolvida naprodução agrícola, que infiltra naturalmente no solo e se constitui em água disponível aoscultivos e ecossistemas - conceituada como ‘água ver<strong>de</strong>’. É o principal recurso hídricoenvolvi<strong>do</strong> nos cultivos <strong>de</strong>correntes da chuva, na pecuária, na produção <strong>de</strong> biomassa <strong>do</strong>secossistemas naturais.46
Uma nova abordagem <strong>de</strong>ve orientar nosso olhar – que vê somente a água azul comorecurso econômico - a consi<strong>de</strong>rar também a água ver<strong>de</strong>. Esse olhar <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>consi<strong>de</strong>ra a conservação <strong>do</strong> solo não só pelo controle da erosão, mas pela dinâmica da água,observan<strong>do</strong> quais pontos <strong>de</strong> alimentação e recarga po<strong>de</strong>m levar ao <strong>de</strong>senvolvimentosustentável.É necessária a educação ambiental para perceber a importância da conservaçãointegrada entre água, solo, vegetação. Um uso eficiente, eficaz e efetivo, que olha o ‘prédio’inteiro, com to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> moran<strong>do</strong>, reduzin<strong>do</strong> o avanço <strong>de</strong> impactos da agricultura <strong>de</strong> cerqueiroe da pecuária. Ter uma consciência reflexiva, evitar o emagrecimento, o a<strong>do</strong>ecimento, aesterilização, a obesida<strong>de</strong>, o aborto e a morte <strong>do</strong> corpo hídrico. E fazer o uso construtivo equalitativo, evitar as perdas e atuar na alfabetização ambiental, enten<strong>de</strong>r e respeitar o ciclohidrológico, crian<strong>do</strong> uma ‘consciência hídrica’, não pensar só no uso.Por que há gran<strong>de</strong>s vazios no atendimento a saneamento que não são preenchi<strong>do</strong>s, porque a educação associada a como ampliar a produtivida<strong>de</strong> não é a<strong>do</strong>tada mais rapidamente,como perceber as nuances <strong>de</strong> diversas utilizações e sua sinergia na sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>secossistemas, e na segurança alimentar?Lidan<strong>do</strong> com a drenagem urbana e as cheias – acho importante falar disso, pois aspopulações estão muito vulneráveis às cheias, e existe um estreito vínculo entre esse uso, asformas <strong>de</strong> ocupação e as cheias. Estu<strong>do</strong>s recentes mostram a causa das cheias tanto poralterações climáticas como por falhas <strong>de</strong> infra-estrutura que não respeitam a dinâmica e essevalor da natureza.Edílson <strong>de</strong> Paula Andra<strong>de</strong> – Comitê das Bacias Hidrográficas <strong>do</strong> Rio Paraíba <strong>do</strong> SulRicar<strong>do</strong> Novaes – Laboratório <strong>de</strong> Educação Ambiental – Teia / USPEstava muito ansioso pelo dia <strong>de</strong> hoje, e <strong>de</strong>pois que vi meus parceiros <strong>de</strong> mesa, fiqueisem saber o que falar com pessoas que enten<strong>de</strong>m muito <strong>de</strong> recursos hídricos e <strong>de</strong> bacia. Tinhaduas possibilida<strong>de</strong>s: <strong>de</strong>fendi minha tese <strong>de</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> sobre a gestão no Paraíba <strong>do</strong> Sul, e issoé um la<strong>do</strong>, quero mostrar um pouco os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ssa tese, principalmente sobre a construçãoda relação muitas vezes conflituosa entre o comitê paulista e o fe<strong>de</strong>ral; e <strong>de</strong>pois, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>Laboratório <strong>de</strong> Educação e Ambiente da USP, há uma série <strong>de</strong> projetos discutin<strong>do</strong> a questão daeducação ambiental e recursos hídricos, as quais gostaria <strong>de</strong> compartilhar, sobre meto<strong>do</strong>logias<strong>de</strong> educação ambiental.Conversei com muitas pessoas para montar esse projeto, pessoas envolvidas com ahistória <strong>de</strong>sse comitê. Também tive a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar na Prefeitura <strong>de</strong> São José <strong>do</strong>sCampos entre 1993 e 1997, quan<strong>do</strong> estava sen<strong>do</strong> monta<strong>do</strong> o comitê paulista, entãoacompanhei um pouco a luta em torno <strong>de</strong>sse processo, e logo <strong>de</strong>pois a montagem <strong>do</strong> comitêfe<strong>de</strong>ral. Como enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong>safios, limites e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fazer uma gestão integrada <strong>de</strong>bacias? Vemos que há pequenas armadilhas no sistema quan<strong>do</strong> analisamos uma baciacomplexa como a <strong>do</strong> Paraíba <strong>do</strong> Sul. Se fosse para implementarmos um projeto-piloto, talvezfosse melhor escolher uma bacia com menos complexida<strong>de</strong>.Esta bacia está presente nos esta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Minas Gerais, São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro, eenvolve a questão <strong>de</strong> <strong>do</strong>minialida<strong>de</strong> e pacto fe<strong>de</strong>rativo, a questão <strong>de</strong> como fazer uma gestãointegrada. Há um comitê paulista e um fe<strong>de</strong>ral, com interfaces sobrepostas. A confusão é quequan<strong>do</strong> esse mo<strong>de</strong>lo foi construí<strong>do</strong>, apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a ser monta<strong>do</strong> durante sua própriamontagem, aparecem algumas armadilhas que têm atrapalha<strong>do</strong> a gestão <strong>de</strong>sse sistema. Abacia hidrográfica é a unida<strong>de</strong> territorial para a implementação da Política Nacional <strong>de</strong>Recursos Hídricos. O que é esta bacia? Pega a vertente da Mantiqueira, Serra <strong>do</strong> Mar, até<strong>de</strong>saguar no RJ, ou seja, é a bacia como um to<strong>do</strong>, não se fala <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rativas. Emcompensação, não existe bacia hidrográfica enquanto um ente político-administrativo, existeesta<strong>do</strong>, município, União. Como fazer então uma gestão integrada <strong>de</strong> bacia se não tem umente, e qual o papel <strong>de</strong> um comitê? Isto está relaciona<strong>do</strong> à política municipal, estadual, com a47
- Page 2 and 3: FICHA TÉCNICA - Anais Encontro Ág
- Page 4 and 5: Ao falar da questão da integraçã
- Page 6: A questão do comando e controle se
- Page 9 and 10: Para saneamento, existem fontes de
- Page 11 and 12: É importante que prestemos atenç
- Page 13 and 14: - MESA-REDONDA 2 -RECUPERAÇÃO DE
- Page 15 and 16: Com isso, tratamos de calcular mate
- Page 17 and 18: do mundo e tomando corpo, é que es
- Page 19 and 20: Esse é o princípio central do pag
- Page 21 and 22: interessadas, fazer a visita às pr
- Page 23 and 24: amplas, e é essa forma ampla de ol
- Page 25 and 26: iocentrismo, em que os organismos i
- Page 27 and 28: ser adaptativa e minimamente inclus
- Page 29 and 30: hidrográfica, porque a evolução,
- Page 31 and 32: diferente de ser funcionário, que
- Page 33 and 34: Na década de 80 iniciaram-se os de
- Page 35 and 36: o pagamento pelos serviços de biod
- Page 37 and 38: e isso em termos de projeto é min
- Page 39 and 40: coloca em outro saquinho. Tudo isso
- Page 41 and 42: acionalizar muita água nessa regi
- Page 43 and 44: sociedade, não valorizamos, porque
- Page 45: essa ótica. O país passa a ser pe
- Page 49 and 50: unidade, a água tem uso múltiplo,
- Page 51 and 52: (Não esquecendo nunca de que atrá
- Page 53 and 54: A mesma situação de Taubaté acon
- Page 55 and 56: lírio-do-brejo. Esta macrófita é
- Page 57 and 58: Xavier - PDITS-SFX (2003), consider
- Page 59 and 60: Com a crescente urbanização, vive
- Page 61 and 62: 19.157.022 m³, no ano de 2003. Pes
- Page 63 and 64: Ambiente, o ZEE passou a ter força
- Page 65 and 66: Título:Forma de apresentação:O b
- Page 67 and 68: Título:Forma de apresentação:Sus
- Page 69 and 70: de observação e experimentação.
- Page 71 and 72: podendo não haver acidificação.
- Page 73 and 74: açúcar, do café, da pecuária e,
- Page 75 and 76: Educação Básica em Escolas Públ
- Page 77 and 78: Título:Forma de apresentação:A V
- Page 79 and 80: sustentabilidade, educação ambien
- Page 81 and 82: Título:Forma de apresentação:Pol
- Page 83 and 84: do art. 1o, incs. I e II da mesma l
- Page 85 and 86: vulnerável e essencial à vida, el
- Page 87 and 88: público e das indústrias provenie
- Page 89 and 90: acia do rio Una. Os pontos de colet
- Page 91 and 92: surgiu a idéia de realização des
- Page 93 and 94: A bacia do Paraíba do Sul, situada