Estamos inician<strong>do</strong> a segunda fase <strong>do</strong> projeto, na qual justamente analisamos cenáriosregionais, recomposição da mata ciliar, composição <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínios <strong>de</strong> reserva legal e culturasque po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> biomassa para combustível, na área contínua à APP da mata ciliar, comoeucaliptos, que po<strong>de</strong>m ser transforma<strong>do</strong>s em pallets para serem usa<strong>do</strong>s como combustível.Outra possibilida<strong>de</strong> é o plantio <strong>de</strong> seringueiras ou outras espécies que contribuam pararetirada <strong>de</strong> carbono da atmosfera e agreguem uma ativida<strong>de</strong> econômica no curto prazo paraessas regiões, já que um <strong>do</strong>s problemas <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono florestal é que to<strong>do</strong>o investimento tem <strong>de</strong> ser feito em um ano: fazer as covas, roçar, plantar, adubar. E voureceber esses créditos em um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> trinta anos. Portanto, ainda não existe uma cotação<strong>de</strong> merca<strong>do</strong> para os créditos <strong>de</strong> carbono florestal. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incorporação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>seconômicas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses projetos é essencial, porque os projetos <strong>de</strong> MDL florestal têm umaviabili7da<strong>de</strong> econômica um tanto complicada.Warwick Manfrinato – Esalq-USP e Plant Planejamento e Ambiente LtdaA absorção <strong>de</strong> carbono é um serviço ambiental. Na época <strong>do</strong> meu <strong>do</strong>utora<strong>do</strong>, em SãoCarlos, procurei ver como tratar a questão da valoração <strong>do</strong>s serviços ambientais localmente.Existe uma cida<strong>de</strong> vizinha a São Carlos, Ribeirão Bonito, com um <strong>do</strong>s maiores índices <strong>de</strong>cobertura vegetal <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo. O custo <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> água nessa cida<strong>de</strong> é 200vezes menor <strong>do</strong> que o custo <strong>de</strong> tratamento em São Paulo: esse é um índice prático davaloração <strong>do</strong> serviço ambiental.Vou apresentar um trabalho que temos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> em parceria com a SecretariaEstadual <strong>do</strong> Meio Ambiente (SMA), que busca viabilizar projetos <strong>de</strong> pequena escala emMecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo (MDL) florestal, que, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s projetos <strong>de</strong> MDL, sãosem dúvida os mais complexos. Por exemplo, para monitorar os créditos <strong>de</strong> carbono <strong>de</strong> umprojeto <strong>de</strong> aterro sanitário, preciso <strong>de</strong> um medi<strong>do</strong>r <strong>de</strong> vazão e <strong>de</strong> um analisa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> gases. Paramedir os créditos <strong>de</strong> carbono <strong>de</strong> um projeto florestal, é preciso <strong>de</strong>senvolver uma meto<strong>do</strong>logia<strong>de</strong> monitoramento na qual vou dividir o reflorestamento em estratos. Dentro <strong>de</strong> cada estrato,tenho <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar uma amostra representativa <strong>do</strong> que é aquela população, e <strong>de</strong> tempos emtempos medir o diâmetro <strong>de</strong>ssas árvores <strong>de</strong>ntro da amostra, verifican<strong>do</strong> o incremento <strong>de</strong>biomassa. Isso é caro, não é tão simples e tem um índice <strong>de</strong> imprecisão um pouco menor <strong>do</strong>que um medi<strong>do</strong>r <strong>de</strong> vazão. E biometria é uma ciência mais <strong>de</strong>senvolvida para florestashomogêneas, como pinus e eucalipto, <strong>do</strong> que para as heterogêneas. O MDL tem contribuí<strong>do</strong>para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> meto<strong>do</strong>logias e novos estu<strong>do</strong>s nesse senti<strong>do</strong>.Nesse projeto em parceria com a Secretaria Estadual <strong>do</strong> Meio Ambiente, o objetivo éanalisar como o MDL po<strong>de</strong>ria contribuir com a recuperação das matas ciliares no esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> SãoPaulo. O primeiro passo foi adaptar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Everson, que em função <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s comochuva, tipo <strong>de</strong> solo e tipo <strong>de</strong> cobertura vegetal, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar mais ou menos o estoque <strong>de</strong>biomassa em <strong>de</strong>terminadas regiões. Temos uma estimativa <strong>de</strong> quais regiões <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> SãoPaulo teriam os lugares em que o <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> biomassa (as florestas) é maior. Em uma regiãoon<strong>de</strong> a floresta é maior, em termos <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um projeto numaárea <strong>de</strong> floresta mais exuberante torna-se mais atrativo.Nesse mo<strong>de</strong>lo, pegamos da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> solo, pluviosida<strong>de</strong>, radiação e topografia e atribuímosum índice a cada um, obten<strong>do</strong> um mapa <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> biomassa potencial, com umgradiente <strong>do</strong> maior para o menor. Em função <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong> campo, atribuo valores a essasáreas; assim, posso obter os valores <strong>de</strong> biomassa no esta<strong>do</strong>, estabelecen<strong>do</strong> um mínimo e ummáximo.A segunda etapa <strong>do</strong> projeto é, <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> programa <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> mata ciliares daSMA, i<strong>de</strong>ntificar uma área on<strong>de</strong> a recuperação da mata ciliar acumule mais carbono. Foii<strong>de</strong>ntificada uma microbacia na região <strong>de</strong> Socorro, a cobertura vegetal nessa região, além daárea que necessitaria <strong>de</strong> reflorestamento. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono se dá em funçãoda quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> biomassa que haverá no futuro, em função daquele mapa <strong>de</strong>linea<strong>do</strong> e <strong>do</strong> quese tem hoje. Um <strong>de</strong>talhe <strong>de</strong>sse trabalho é a i<strong>de</strong>ntificação da ocupação <strong>do</strong> solo nas matasciliares.Aplican<strong>do</strong> a meto<strong>do</strong>logia, <strong>de</strong>terminamos o acúmulo <strong>de</strong> biomassa acima e abaixo <strong>do</strong> solo eo acúmulo total, ou seja, quanto carbono eu absorveria na recomposição <strong>do</strong>s 122 hectares <strong>de</strong>matas ciliares. Concluímos que haveria 11 mil toneladas <strong>de</strong> carbono absorvidas da atmosfera,36
e isso em termos <strong>de</strong> projeto é minúsculo. Existem projetos <strong>de</strong> granja <strong>de</strong> suínos que têm maiscrédito <strong>de</strong> carbono <strong>do</strong> que isso em um ano. A questão da escala é muito importante para umprojeto <strong>de</strong> MDL florestal. Mais <strong>do</strong> que a escala, é integrar outras coisas ao projeto quepensávamos estritamente para matas ciliares. Hoje nossa idéia é a abordagem em umamicrobacia: num mesmo projeto tratar da mata ciliar, <strong>de</strong> reserva florestal, e em algumasoportunida<strong>de</strong>s, os sistemas agroflorestais, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da vocação regional.Estamos inician<strong>do</strong> a segunda fase <strong>do</strong> projeto, na qual justamente analisamos cenáriosregionais, recomposição da mata ciliar, composição <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínios <strong>de</strong> reserva legal e culturasque po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> biomassa para combustível, na área contínua à APP da mata ciliar, comoeucaliptos, que po<strong>de</strong>m ser transforma<strong>do</strong>s em pallets para serem usa<strong>do</strong>s como combustível.Outra possibilida<strong>de</strong> é o plantio <strong>de</strong> seringueiras ou outras espécies que contribuam pararetirada <strong>de</strong> carbono da atmosfera e agreguem uma ativida<strong>de</strong> econômica no curto prazo paraessas regiões, já que um <strong>do</strong>s problemas <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> carbono florestal é que to<strong>do</strong>o investimento tem <strong>de</strong> ser feito em um ano: fazer as covas, roçar, plantar, adubar. E voureceber esses créditos em um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> trinta anos. Portanto, ainda não existe uma cotação<strong>de</strong> merca<strong>do</strong> para os créditos <strong>de</strong> carbono florestal. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incorporação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>seconômicas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses projetos é essencial, porque os projetos <strong>de</strong> MDL florestal têm umaviabilida<strong>de</strong> econômica um tanto complicada.Victor Kamphorst – Conselho <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Banco RealVou disseminar um pouco <strong>do</strong> conhecimento que adquirimos no Banco Real, construin<strong>do</strong> oprograma <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> banco, que teve início há 8 anos. A idéia começou quan<strong>do</strong> obanco quis <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser o vilão <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, pois em todas as coisas ruins que acontecem nomerca<strong>do</strong>, sempre há um banco culpa<strong>do</strong>. Passou a investir num comportamento sustentável,on<strong>de</strong> ética, integrida<strong>de</strong>, profissionalismo, trabalho em equipe e respeito passaram a ser nossosvalores corporativos; ou seja, criou-se um banco <strong>de</strong> valor. Assim, já tivemos <strong>de</strong>missões porquestões éticas, profissionais e <strong>de</strong> integrida<strong>de</strong>. Tolerância zero.Em nossa política <strong>de</strong> risco socioambiental, to<strong>do</strong>s os clientes passaram a ter <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>rum questionário socioambiental, e radicalizamos em algumas coisas. Não trabalhamos comempresas que tenham <strong>de</strong>núncias comprovadas <strong>de</strong> envolvimento com trabalho infantil, nemcom empresas que tenham ligação com trabalho escravo. Não trabalhamos com empresas queem sua matéria-prima tenham o amianto, ou com empresas que fabriquem armas oumunições <strong>de</strong> qualquer espécie, ao contrário da nossa matriz, que aceita como cliente umaempresa que fature no máximo 30% em armas. No Brasil, radicalizamos, <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> tercomo cliente a Avibrás, nossa segunda maior cliente. E radicalizamos ao não trabalhar comempresas que ensejem a prostituição. Com 1.620 agências, vocês po<strong>de</strong>m imaginar quantossex shops, cabarés e ren<strong>de</strong>z-vous eram clientes <strong>do</strong> banco. Cerca <strong>de</strong> 800, e to<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong>ser clientes.Temos uma lista <strong>de</strong> 22 setores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s num ‘watch list’, que são obriga<strong>do</strong>s arespon<strong>de</strong>r esse questionário socioambiental. Se acharmos que há alguma coisa errada, vamosvisitar para conversar com essa empresa e tirarmos nossa visão. Se acharmos queefetivamente há alguma coisa errada, <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> trabalhar.Por outro la<strong>do</strong>, o tripé ambiental, social e econômico da sustentabilida<strong>de</strong> tem que estarpresente em tu<strong>do</strong>, porque sustentabilida<strong>de</strong> é um assunto <strong>de</strong> negócio. No banco também temosuma área que cuida <strong>de</strong> projetos sociais, mas carida<strong>de</strong> é outro <strong>de</strong>partamento. Temos 41projetos sociais para os quais damos suporte financeiro. No ano passa<strong>do</strong>, 970 municípiosmandaram projetos sociais para o banco, e entre os escolhi<strong>do</strong>s, havia mais ou menos 25projetos sociais em que sequer o en<strong>de</strong>reço existia; ou seja, há pessoas que continuamentetentam passar a perna. Então visitamos to<strong>do</strong>s e monitoramos, mas a parte financeira é nossa,a contabilida<strong>de</strong> é nossa, para termos certeza <strong>de</strong> que cada centavo é efetivamente investi<strong>do</strong> noprojeto social e levará aos resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s.Levamos muito a sério essa questão da sustentabilida<strong>de</strong> ser negócio. Somos apaixona<strong>do</strong>spor lucro. A<strong>do</strong>ramos lucro e isso é o que nos sustenta, é o que permite retribuir cada vez maispara a comunida<strong>de</strong> que nos sustenta, porque enten<strong>de</strong>mos que nosso lucro precisa serdistribuí<strong>do</strong> para três entida<strong>de</strong>s: o funcionário, o acionista e a comunida<strong>de</strong> - sem ela nãoexistimos.37
- Page 2 and 3: FICHA TÉCNICA - Anais Encontro Ág
- Page 4 and 5: Ao falar da questão da integraçã
- Page 6: A questão do comando e controle se
- Page 9 and 10: Para saneamento, existem fontes de
- Page 11 and 12: É importante que prestemos atenç
- Page 13 and 14: - MESA-REDONDA 2 -RECUPERAÇÃO DE
- Page 15 and 16: Com isso, tratamos de calcular mate
- Page 17 and 18: do mundo e tomando corpo, é que es
- Page 19 and 20: Esse é o princípio central do pag
- Page 21 and 22: interessadas, fazer a visita às pr
- Page 23 and 24: amplas, e é essa forma ampla de ol
- Page 25 and 26: iocentrismo, em que os organismos i
- Page 27 and 28: ser adaptativa e minimamente inclus
- Page 29 and 30: hidrográfica, porque a evolução,
- Page 31 and 32: diferente de ser funcionário, que
- Page 33 and 34: Na década de 80 iniciaram-se os de
- Page 35: o pagamento pelos serviços de biod
- Page 39 and 40: coloca em outro saquinho. Tudo isso
- Page 41 and 42: acionalizar muita água nessa regi
- Page 43 and 44: sociedade, não valorizamos, porque
- Page 45 and 46: essa ótica. O país passa a ser pe
- Page 47 and 48: Uma nova abordagem deve orientar no
- Page 49 and 50: unidade, a água tem uso múltiplo,
- Page 51 and 52: (Não esquecendo nunca de que atrá
- Page 53 and 54: A mesma situação de Taubaté acon
- Page 55 and 56: lírio-do-brejo. Esta macrófita é
- Page 57 and 58: Xavier - PDITS-SFX (2003), consider
- Page 59 and 60: Com a crescente urbanização, vive
- Page 61 and 62: 19.157.022 m³, no ano de 2003. Pes
- Page 63 and 64: Ambiente, o ZEE passou a ter força
- Page 65 and 66: Título:Forma de apresentação:O b
- Page 67 and 68: Título:Forma de apresentação:Sus
- Page 69 and 70: de observação e experimentação.
- Page 71 and 72: podendo não haver acidificação.
- Page 73 and 74: açúcar, do café, da pecuária e,
- Page 75 and 76: Educação Básica em Escolas Públ
- Page 77 and 78: Título:Forma de apresentação:A V
- Page 79 and 80: sustentabilidade, educação ambien
- Page 81 and 82: Título:Forma de apresentação:Pol
- Page 83 and 84: do art. 1o, incs. I e II da mesma l
- Page 85 and 86: vulnerável e essencial à vida, el
- Page 87 and 88:
público e das indústrias provenie
- Page 89 and 90:
acia do rio Una. Os pontos de colet
- Page 91 and 92:
surgiu a idéia de realização des
- Page 93 and 94:
A bacia do Paraíba do Sul, situada