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Anais Encontro Água & Floresta - SIGAM - Governo do Estado de ...

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Para saneamento, existem fontes <strong>de</strong> investimentos aos montes, e já se sabe como tratara água, basta uma <strong>de</strong>cisão política, ter o recurso e fazer o procedimento. Mas a ação <strong>de</strong>plantio das árvores nas áreas <strong>de</strong> nascentes é algo que leva tempo e que interfere emproprieda<strong>de</strong>s rurais, e na maior parte das vezes o proprietário não está aberto a isso.Entretanto, um <strong>do</strong>s mecanismos fala<strong>do</strong>s aqui (e São Paulo está <strong>de</strong> parabéns, pois estásain<strong>do</strong> na frente) é a questão <strong>do</strong> pagamento ambiental. Nas discussões sobre cobrança fe<strong>de</strong>ralfoi coloca<strong>do</strong> para o setor rural que ele não <strong>de</strong>veria pagar a água, ou <strong>de</strong>veria pagar menos.Muitas vezes um segmento da socieda<strong>de</strong> está sen<strong>do</strong> prejudica<strong>do</strong> num processo e não sabe porquê, ele não participa, é chama<strong>do</strong> e não vai. Você, com sua consciência, po<strong>de</strong> ajudar noprocesso. Para terem uma idéia, o Ceivap havia feito um cálculo <strong>de</strong> que o agricultor <strong>de</strong> arrozpecisaria pagar 300 reais por hectare por ano pelo uso da água. Mas ele não produz isso <strong>de</strong>arroz, em termos <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s financeiros. O agricultor teoricamente é um ‘produtor <strong>de</strong> água’,porque é a pessoa que precisa ter o local on<strong>de</strong> a água se infiltra. Aqui na cida<strong>de</strong> vemos tu<strong>do</strong>impermeabiliza<strong>do</strong>; nós po<strong>de</strong>mos impermeabilizar aqui e queremos a água na nossa porta, maso agricultor não po<strong>de</strong> impermeabilizar a área <strong>de</strong>le, aliás, se cortar uma única árvore já épenaliza<strong>do</strong>. A partir <strong>de</strong>ssa questão <strong>do</strong> pagamento ambiental, então, colocamos um coeficiente<strong>de</strong> pagamento agroambiental que foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no comitê <strong>de</strong> bacia, e essa cobrança queera 300 reais acabou sain<strong>do</strong> por 4 reais.Além da escola, <strong>de</strong>sses eventos e tu<strong>do</strong> que se possa fazer em termos <strong>de</strong> projeto, ainstância principal on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos atuar são os comitês <strong>de</strong> bacia. Gostaria até <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar umasituação que ocorre aqui no Vale: estão se crian<strong>do</strong> os comitês municipais <strong>de</strong> água, algo nãoprevisto em termos <strong>de</strong> legislação, mas já há cerca <strong>de</strong> 16 comitês <strong>de</strong>sses na região, o que<strong>de</strong>monstra que a questão da conscientização ambiental está se perpetuan<strong>do</strong>, as pessoas estãose reunin<strong>do</strong> no seu local para discutir essas ações, para interferir no planejamento <strong>do</strong>município, e isso é fundamental. Esse grupo que está aqui hoje também tem essa função <strong>de</strong>interferir no sistema, pois se <strong>de</strong>ixarmos para um único governante <strong>de</strong> um município, ele diz‘quero que faça ali e acabou’, muitas vezes gasta recursos e a obra traz só malefício.Quero chamar atenção também para o aspecto das matas ciliares: precisamos plantar,proteger topos <strong>de</strong> morros, nascentes, mas temos que fazer com algum cuida<strong>do</strong>. É preciso levarem conta se é <strong>de</strong> montante para jusante, trabalhar as cabeceiras primeiro.Para encerrar, gostaria <strong>de</strong> lembrar que nem to<strong>do</strong>s os comitês têm uma câmara técnica<strong>de</strong> educação ambiental. Se você tiver participação num comitê, solicite a criação <strong>de</strong> umacâmara técnica <strong>de</strong> educação ambiental, se não houver ninguém para coor<strong>de</strong>nar essa ação,coor<strong>de</strong>ne você mesmo. Se ela já existir, participe, pois precisamos <strong>do</strong> engajamento <strong>de</strong> to<strong>do</strong>snessas ativida<strong>de</strong>s.Muitas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong> áreas foram feitas em cima <strong>de</strong> políticasgovernamentais, uma hora era a cana, <strong>de</strong>pois o café, agora é o eucalipto, e muitas vezes oagricultor diz ‘não tenho nada com isso, não vou fazer o que estão exigin<strong>do</strong> que eu faça’.Então vejo a questão <strong>do</strong> pagamento ambiental como uma das ferramentas para que possamosimplementar essas ações. No caso <strong>do</strong> cultivo <strong>de</strong> eucalipto, por exemplo, com sua retiradaseletiva, é possível promover a formação <strong>de</strong> um sub-bosque, e a partir <strong>de</strong> <strong>do</strong>is cultivos pararaos poucos <strong>de</strong> cultivar o eucalipto. A área adquire um perfil para proteção.Vejo que esses são <strong>de</strong>safios da educação ambiental. No site www.agro.unitau.brencontram-se as informações <strong>do</strong>s projetos da Universida<strong>de</strong>, como o <strong>de</strong> reposição florestal e o<strong>de</strong> ressocialização associa<strong>do</strong> à escola primária, além <strong>do</strong>s cursos <strong>de</strong> especialização.Esse projeto <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> matas ciliares da Secretaria <strong>do</strong> Meio Ambiente é muitoimportante e leva tempo. Mais uma coisa com a qual <strong>de</strong>vemos nos preocupar em relação àeducação ambiental é como medir seu efeito a posteriori, se o que apren<strong>de</strong>mos num curso,num evento, se surtiu efeito. Se efetivamente, alguém que fez nosso curso está atuan<strong>do</strong> naárea e ten<strong>do</strong> a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir.Marília Tozoni-Reis – Departamento <strong>de</strong> Educação – Unesp BotucatuPalestra cancelada.9

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