Parte A Panorama Descritivo - Fundação Luso-Americana
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destes dois grupos. Esta situação altera-se no ensino secundário,<br />
altura em que estes dois grupos se contam entre os<br />
grupos com taxas de abandono mais baixas, ao mesmo tempo<br />
que as demais nacionalidades registam um aumento acentuado<br />
de abandono escolar. Estes valores substanciam a afirmação<br />
feita por um informador-chave de uma ONG, que avaliou<br />
esta situação da seguinte maneira: “…aqui, ao nível da<br />
escolaridade obrigatória, no início 80% dos miúdos são africanos,<br />
mas por altura do final do ensino secundário, no<br />
último ano, eles reduzem-se a uns meros 12%” (Entrevista,<br />
cit. em Baganha, 1998).<br />
Os dados referentes aos alunos que abandonam a escola no<br />
decurso do ano lectivo (Tabela 15), mostram que há uma<br />
percentagem elevada de alunos filhos de pais estrangeiros que<br />
não chegam a completar o ano escolar. No geral, esta percentagem<br />
é pelo menos três vezes mais elevada que a média<br />
nacional e atinge a generalidade dos alunos filhos de pais<br />
estrangeiros. Olhando para os dois níveis de ensino, verifica-<br />
-se que o número dos casos de desistência escolar é bastante<br />
superior à média em ambos os níveis escolares. Se tomarmos<br />
esta percentagem como indicador do insucesso escolar, torna-<br />
-se significativo o facto de, no ensino secundário, quase um<br />
terço dos alunos filhos de pais estrangeiros não terminarem<br />
o ano lectivo em que se matricularam.<br />
As diferenças observadas apontam para a existência de um<br />
padrão comportamental extremamente divergente entre a<br />
população estrangeira e a população nacional. Não conhecemos<br />
com rigor as causas determinantes dessa diferença,<br />
uma vez que elas se podem dever a um grau de mobilidade<br />
muito superior por parte da população estrangeira, a uma<br />
entrada mais precoce no mercado de trabalho, e/ou ainda ao<br />
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