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Parte A Panorama Descritivo - Fundação Luso-Americana

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6. RECOMENDAÇÕES PARA “BOAS PRÁTICAS”<br />

Em termos de capital humano e de acesso a bens sociais, os<br />

portugueses ocupam uma posição intermédia entre dois grupos<br />

de estrangeiros. Acima deles encontra-se um grupo constituído<br />

por outros europeus e por brasileiros, abaixo um grupo<br />

esmagadoramente constituído por cidadãos dos PALOP. Seja<br />

qual for o indicador considerado, o escalonamento sócio-<br />

-económico destes três grupos é bem claro: aos europeus e<br />

brasileiros seguem-se os portugueses, por sua vez seguidos<br />

pelos cidadãos dos PALOP. Além disso, a própria dimensão<br />

assumida pelas diferenças entre os três grupos constitui o alicerce<br />

da hipótese segundo a qual ambos os grupos de estrangeiros<br />

vivem “segregados” na sociedade portuguesa, ainda<br />

que se trate de formas extremamente distintas de segregação.<br />

O fosso entre o primeiro grupo e o segundo (ou seja, os europeus<br />

e brasileiros por um lado, e por outro os portugueses pode<br />

ser atribuído às diferenças de capital humano existentes entre<br />

os dois grupos e que tem uma clara expressão nas diferenças<br />

observadas no estatuto e estrutura profissional dos dois grupos<br />

54 . Tal diferenciação, quando associada a rendimentos mais<br />

elevados e a um acesso a infra-estruturas sócio-culturais de maior<br />

qualidade (como sejam escolas internacionais, clínicas e serviços<br />

médicos privados, clubes e associações, publicações próprias,<br />

e habitação em condomínios residenciais fechados), promoveu<br />

a auto-segregação de um número significativo de membros do<br />

primeiro grupo e à consequente ausência de interacção com<br />

uma parte substancial da sociedade portuguesa.<br />

<strong>Parte</strong> da diferenciação existente entre o segundo e o terceiro<br />

grupos (formados, respectivamente, por portugueses e por<br />

cidadãos dos PALOP) pode igualmente ser atribuída a dife-<br />

[81]<br />

54 Não obstante<br />

serem,<br />

provavelmente,<br />

o factor de maior<br />

peso para a<br />

determinação das<br />

diferenças<br />

observadas,<br />

as diferenças de<br />

capital humano<br />

não são o único<br />

factor em<br />

presença. Como<br />

se pode ver pelos<br />

trabalhos de<br />

Peixoto (1999),<br />

há um número<br />

considerável<br />

de elementos<br />

deste grupo<br />

directamente<br />

ligados<br />

a estratégias<br />

internacionais<br />

de empresas<br />

internacionais<br />

e transnacionais,<br />

as quais oferecem<br />

aos seus<br />

empregados<br />

e respectivas<br />

famílias<br />

condições de<br />

emprego especiais<br />

e altamente<br />

compensadoras<br />

no caso<br />

de aceitarem<br />

transferir-se para<br />

Portugal<br />

por períodos<br />

de tempo<br />

determinados.

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