Parte A Panorama Descritivo - Fundação Luso-Americana
Parte A Panorama Descritivo - Fundação Luso-Americana
Parte A Panorama Descritivo - Fundação Luso-Americana
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
estar muito mais implicados no crime de tráfico do que nos<br />
outros dois tipos, enquanto a população nacional tende a<br />
estar muito mais envolvida no consumo ou no tráfico e consumo.<br />
No que respeita ao ano de 1997, pode ver-se que os<br />
estrangeiros se encontram sobre-representados no crime de<br />
tráfico, havendo nesse grupo um predomínio dos africanos.<br />
Envolvimento dos estrangeiros em crimes relacionados com a droga, 1997<br />
1997 Total Consumo (%) Tráfico<br />
e consumo (%)<br />
Tráfico (%)<br />
Total 4 292 52.1 4.2 43.6<br />
Estrangeiros 542 36.3 2.2 61.4<br />
Africanos 192 20.8 2.1 77.1<br />
Fonte: Sumários de Informação Estatística, in Seabra (1999: 14).<br />
Resumindo, parece que os estrangeiros tendem a estar mais<br />
envolvidos nos crimes relacionados com a droga, mais severamente<br />
punidos, circunstância que poderá explicar a sua<br />
sobre-representação na população acusada, condenada e aprisionada.<br />
Contudo, sendo o tráfico de droga um comércio<br />
internacional organizado e dado que não temos maneira de<br />
determinar se os estrangeiros nele envolvidos eram imigrantes<br />
ou pessoas em trânsito, torna-se necessário uma investigação<br />
mais aprofundada para confirmar esta hipótese.<br />
A segunda hipótese a que aludimos aponta no sentido de<br />
uma discriminação institucional dos estrangeiros e baseia-se<br />
no pressuposto de que, sendo a Justiça cega, não deveria haver<br />
qualquer diferença entre as taxas de condenação por tipo de<br />
crime quando se compara a população estrangeira com a portuguesa<br />
(Tabela 26). A verdade, porém, é que a comparação<br />
destas duas populações mostra que as taxas de condenação<br />
[67]