Parte A Panorama Descritivo - Fundação Luso-Americana
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5. TENDÊNCIAS NO SENTIDO DA FORMAÇÃO<br />
DE UMA CLASSE ÉTNICA<br />
5.1. Segregação Residencial e Condições de Habitação<br />
Como já referido anteriormente, a grande maioria das comunidades<br />
imigrantes (e em particular dos PALOP) encontra-se<br />
concentrada na Área Metropolitana de Lisboa, com especial<br />
incidência nos arredores da capital (Baganha, 1998). A tendência<br />
central é a de uma concentração em “ilhas” situadas<br />
nas zonas mais degradadas de Lisboa e/ou nos concelhos adjacentes<br />
– Loures, Oeiras, Amadora, Almada e Seixal.<br />
As condições de vida nestas zonas de maior concentração<br />
espacial dos imigrantes são, frequentemente, extremamente<br />
fracas, não apenas por causa das condições de habitação, muitas<br />
vezes associada à construção ilegal, mas também devido<br />
à falta de infra-estruturas sociais e de serviços públicos e à<br />
dificuldade de acesso a transportes públicos. Em 1991, e a<br />
nível nacional, 6,4% da população estrangeira a residir em<br />
Portugal morava em barracas ou alojamentos não-clássicos<br />
(Tabela 17). A percentagem de imigrantes a viver nestas condições<br />
era especialmente elevada no caso dos originários dos<br />
PALOP (16%), não obstante as grandes variações verificadas<br />
entre as diversas nacionalidades em apreço. Assim, a percentagem<br />
dos imigrantes a residir neste tipo de habitação era<br />
de 22% para os cabo-verdianos e “somente” 6% para os angolanos.<br />
Com apenas 0,2%, os imigrantes provenientes do Brasil<br />
e da Europa apresentavam uma percentagem de pessoas a<br />
viver em barracas bastante abaixo da média nacional (0,6%).<br />
Na Área Metropolitana de Lisboa – onde, como já ficou dito,<br />
reside a maioria desta população estrangeira –, a percenta-<br />
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