Parte A Panorama Descritivo - Fundação Luso-Americana
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INTRODUÇÃO<br />
A dispersão generalizada de informação sobre as diferenças<br />
de oportunidades, quer a nível económico, quer no acesso a<br />
um conjunto de bens e serviços que asseguram diferentes<br />
níveis de bem-estar – e que podem ir desde o acesso a água<br />
potável, a um ambiente relativamente saudável e sem grandes<br />
perturbações sociais e políticas até ao acesso à educação,<br />
à saúde, à habitação e a um rendimento mínimo – e a existência<br />
de redes globais de tráfico e de transporte de imigrantes<br />
farão crescer drasticamente a pressão migratória dos<br />
países pobres para os países ricos.<br />
O diferencial de bem-estar dos indivíduos a viver em países<br />
com diferentes níveis de desenvolvimento (a raiz de todas as<br />
migrações económicas) não advém somente das diferenças<br />
salariais, mas também de diferenças substanciais no conjunto<br />
de bens colectivos providenciados pelos respectivos países.<br />
Dadas as (existentes) disparidades a nível mundial, a livre<br />
entrada induziria fluxos ilimitados, levando a um afundamento<br />
no sentido da equalização mundial e, também, a uma<br />
queda violenta nos níveis de emprego e consumo nos países<br />
mais desenvolvidos (Zolberg, 1989: 409), dadas estas consequências,<br />
não admira que a esmagadora maioria das forças<br />
políticas não defenda uma política de porta aberta.<br />
De facto, todos os Estados no exercício dos seus direitos de<br />
soberania definem políticas migratórias mais ou menos restritivas<br />
ao estabelecerem e controlarem quem pode entrar e<br />
permanecer no seu território e, subsequentemente, pertencer<br />
ao todo nacional. No exercício destes direitos, os Estados<br />
promulgam e implementam legislação que visa regulamentar<br />
os seguintes aspectos da relação cidadão estrangeiro/Estado<br />
[7]