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Espécies Exóticas Invasoras no Nordeste do Brasil - Cepan

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atinge o lençol freático profun<strong>do</strong> e pode exaurirreservas vitais de água em ambientes onde esserecurso é escasso (Andrade et al., 2008), o quetende a prejudicar o funcionamento <strong>do</strong>ecossistema e reduzir a disponibilidade de águapara populações humanas e atividades agrícolas.A disseminação de espécies exóticasinvasoras também pode representar problemase custos à saúde humana em função da entradade patóge<strong>no</strong>s e parasitas exóticos. O platelmintoSchistosoma mansoni, agente causa<strong>do</strong>r daesquistossomose e provavelmente originário daÁfrica, foi dissemina<strong>do</strong> pelo mun<strong>do</strong> e já infectoumais de 80 milhões de pessoas (Morgan et al.,2001), sen<strong>do</strong> 3 milhões só <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> (Who,1998). Três caracóis de água <strong>do</strong>ce (Biomphalariaglabrata, B. tenagophila e B. straminea) são osresponsáveis por sua transmissão <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Natentativa de controle biológico das populaçõesdesses caracóis, foi introduzi<strong>do</strong> o caracol-damalásia(Mela<strong>no</strong>ides tuberculata), que competepor alimento com os caracóis hospedeiros edevora seus ovos. Entretanto, o caracol-damalásiaé um hospedeiro intermediário deoutros parasitas, especialmente um trematódeocausa<strong>do</strong>r da paragonimíase (Paragonimus sp.),que também afeta o homem (Reaser et al., 2005).O esforço mundial para tentar conter a gripesuína (AH1N1), que hoje já é considerada umapandemia, é outro exemplo de dispersão de<strong>do</strong>enças exóticas — só em maio de 2009, ogover<strong>no</strong> brasileiro disponibilizou 147 milhões dereais para ações preventivas.A introdução de espécies exóticas pode serfacilmente observada <strong>no</strong>s centros urba<strong>no</strong>s <strong>do</strong><strong>Brasil</strong>, onde, por exemplo, árvores e arbustosexóticos têm si<strong>do</strong> amplamente utiliza<strong>do</strong>s <strong>no</strong>paisagismo (Santos et al., 2008). A frequentepresença de espécies exóticas em centrosurba<strong>no</strong>s funciona como um importante centroirradia<strong>do</strong>r de invasões biológicas (Dehnen-Schmutz et al., 2007) e pode ser consideradauma das principais causas de homogeneizaçãobiológica em escala global (McKinney, 2006). Atradição de usar espécies exóticas naarborização de ruas, praças e parquesdesvaloriza a riqueza da biodiversidade <strong>do</strong>smunicípios e descaracteriza a composiçãonatural, favorecen<strong>do</strong> o desenvolvimento de umacultura cada vez mais distanciada <strong>do</strong> ambientenatural circundante. De mo<strong>do</strong> geral, diferentescidades brasileiras utilizam um conjunto similarde espécies exóticas nas arborizações públicas.Quan<strong>do</strong> são utilizadas árvores exóticasreconhecidamente invasoras, cujas sementes sãodispersas por aves e morcegos, os riscos deinvasão e da consequente perda debiodiversidade são maiores.Em função da grande escala e <strong>do</strong> aumento<strong>do</strong>s problemas associa<strong>do</strong>s às espécies exóticasinvasoras, a atenção da sociedade global voltadapara esse tema vem sen<strong>do</strong> cada vez maior (vejaCDB, 2010). A experiência internacional mostraque a estratégia mais eficiente para enfrentar oproblema é evitar <strong>no</strong>vas introduções (Ziller et al.,2007), uma vez que, trabalhan<strong>do</strong>-se comestratégias de prevenção, os custos são me<strong>no</strong>rese as chances de resolver os problemas sãomaiores quan<strong>do</strong> comparadas às estratégias decontrole pós-invasão. Os custos de controle deuma espécie exótica invasora são crescentes como passar <strong>do</strong> tempo, e, por vezes, em estágiosavança<strong>do</strong>s de invasão, torna-se praticamenteimpossível a sua erradicação. Por isso, éimportante que gover<strong>no</strong>s estaduais e municipaisreconheçam o quanto antes as ameaças dasinvasões biológicas <strong>no</strong>s seus territórios paraa<strong>do</strong>tar medidas de prevenção e controle dasespécies exóticas invasoras, em concordânciacom a Estratégia Nacional sobre <strong>Espécies</strong>13

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