Jovens tendem a se alimentar deplantas vivas, enquanto indivíduosvelhos ou muito peque<strong>no</strong>s tendem ase alimentar de folhas mortas (Gisd,2009; Fischer et al., 2006).rapidamente em muitos lugares <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong>. Emáreas urbanas, onde parece ser mais comum,pode ocupar ro<strong>do</strong>vias e caminhos, chegan<strong>do</strong> aponto de causar transtor<strong>no</strong> à movimentaçãopública (Gisp, 2005). O caracol-gigante-africa<strong>no</strong>é frequente em jardins e, principalmente, emterre<strong>no</strong>s baldios, onde tem abrigo, alimento epode procriar livremente. Na cidade deParnamirim, Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Norte, em5 meses de esforços de captura,aproximadamente 4 mil kg de caracol foramcoleta<strong>do</strong>s e destruí<strong>do</strong>s (Thiengo et al., 2007). Nazona rural, o caracol-gigante-africa<strong>no</strong> proliferaem culturas agrícolas de pequena escala e áreasaban<strong>do</strong>nadas. A Floresta Atlântica também temsi<strong>do</strong> invadida pelo caracol (Fischer et al., 2006),sen<strong>do</strong> uma espécie muito abundante <strong>no</strong> litoral<strong>do</strong> Paraná.Entre as características que podem explicar oalto poder de invasão <strong>do</strong> caracol-giganteafrica<strong>no</strong>estão a alta taxa reprodutiva, a altacapacidade de sobrevivência em condiçõesadversas e a grande variedade de vegetais <strong>do</strong>squais pode se alimentar. Uma fêmea <strong>do</strong> caracolgigante-africa<strong>no</strong>pode pôr até 1,2 mil ovos emum a<strong>no</strong> (Gisp, 2005). Com apenas 6 meses deidade, o animal já está apto a se reproduzir,alcançan<strong>do</strong> até 9 a<strong>no</strong>s de vida (Gisd, 2009).No <strong>Brasil</strong>, há alguns estu<strong>do</strong>s querelatam impactos decorrentes oupotenciais da invasão <strong>do</strong> caracolgigante-africa<strong>no</strong>.Na agricultura,registraram-se perdas de até 30% naprodução em pequenas propriedades— isto é, me<strong>no</strong>res de 10 hectares (Thiengo et al.,2007). No Vale <strong>do</strong> Ribeira, <strong>no</strong> sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> deSão Paulo, o caracol causou perdas na produçãode banana e complicações indiretas pelautilização indiscriminada de moluscicida(Thiengo et al., 2007).A proliferação <strong>do</strong> caracol tem si<strong>do</strong> alertadatambém como um problema de saúde pública,pois o caracol-gigante-africa<strong>no</strong> é vetor <strong>do</strong>nematódeo Angiostrongylus cantonensis,causa<strong>do</strong>r da meningite eosi<strong>no</strong>fílica <strong>no</strong> homem e,possivelmente, <strong>do</strong> Angiostrongylus costaricensis,causa<strong>do</strong>r da angiostrongilíase ab<strong>do</strong>minal (Teleset al., 1997).Quanto aos impactos sobre a biodiversidade<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, sabe-se que espécies nativas decaracóis grandes, especialmente <strong>do</strong> gêneroMegalobulimilus, estão sofren<strong>do</strong> da<strong>no</strong>s naFloresta Atlântica <strong>do</strong> Paraná, onde o caracolgigante-africa<strong>no</strong>invade ambientes de florestasconservadas (Fischer et al., 2006). Outrosgêneros de caracol, como o Orthalicus spp. e oThaumastus spp., também são potencialmenteameaça<strong>do</strong>s (Thiengo et al., 2007; Eston et al.,2006). O caracol-gigante-africa<strong>no</strong> já estápresente em algumas Unidades de Conservaçãode proteção integral <strong>no</strong> País (Eston et al., 2006;47
Faraco e Lacerda, 2004), a exemplo da ReservaBiológica União, em Casimiro de Abreu, <strong>no</strong> Riode Janeiro, área importante para a conservação<strong>do</strong> mico-leão-<strong>do</strong>ura<strong>do</strong>.Ratazana, rato-marrom – Rattus <strong>no</strong>rvegicusAlgumas espécies de rato são comensais dehuma<strong>no</strong>s e têm si<strong>do</strong> introduzidas onde o homemtem chega<strong>do</strong> e se estabeleci<strong>do</strong>. Essas espécies sedispersaram por toda a Europa entre os séculosXVI e XVIII e hoje estão em to<strong>do</strong>s os continentes,exceto na Antártica (Myers e Armitage, 2004).Foram introduzidas acidentalmente em diversospaíses através <strong>do</strong>s navios de explora<strong>do</strong>res ecoloniza<strong>do</strong>res europeus e certamente foramresponsáveis pela extinção de várias espécies emilhas de to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> (Amori e Clout, 2003). No<strong>Brasil</strong>, a ratazana supostamente chegou com osprimeiros explora<strong>do</strong>res europeus. As principaisespécies de rato comensal e invasor são o ratopreto(Rattus rattus), a ratazana (R. <strong>no</strong>rvegicus) eo camun<strong>do</strong>ngo (Mus musculus).A ratazana é a maior das 3 principais espéciesde rato invasor e pode ocorrer onde houvercomida e abrigo, sen<strong>do</strong> muito frequente nasredes de esgoto e <strong>no</strong>s porões de edifícios (Gisp,2005; Myers e Armitage, 2004). Hácaracterísticas na ratazana que podemexplicar sua alta capacidade de invasão esua facilidade de estabelecimento. Aprimeira é que a espécie é capaz de sealimentar de quase tu<strong>do</strong>. Nas cidades,alimenta-se principalmente de restos decomidas das pessoas, mas em ambientesnaturais pode se alimentar de matériaorgânica vegetal (de folha a raiz) e animal(de mamíferos a zooplânctons), fungos edetritos em geral (Gisd, 2009; Myers eArmitage, 2004).A ratazana tem atividade principalmente<strong>no</strong>turna, é ótima nada<strong>do</strong>ra (por isso tambémconhecida por rato-d’água) e tem altacapacidade para aprender rotas que levam alugares ricos em alimentos. Os maioresindivíduos podem atingir 40 cm de comprimentoe até 500 g de peso. Podem aumentar apopulação rapidamente, reproduzin<strong>do</strong>-se até 7vezes por a<strong>no</strong>, com perío<strong>do</strong> de gestação deaproximadamente 23 dias. Uma única fêmeapode gerar 60 filhotes por a<strong>no</strong>, que podem sercuida<strong>do</strong>s em ninhos compartilha<strong>do</strong>s; isto é, se amãe é morta, outras fêmeas continuam a cuidar<strong>do</strong>s filhotes, que se tornam independentes após4 ou 5 semanas (Myers e Armitage, 2004).Como nas invasões por ratos frequentementemais de uma espécie está envolvida, é difícildiferenciar o impacto causa<strong>do</strong> por cada espécie.De uma forma geral, foi estima<strong>do</strong> que cadaindivíduo adulto de rato invasor <strong>no</strong>s Esta<strong>do</strong>sUni<strong>do</strong>s gera um custo ao país de 15 dólares pora<strong>no</strong>. Soman<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os ratos <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s,o custo total seria de mais de 19 bilhões dedólares ao a<strong>no</strong> (Pimentel et al., 2005). Partedesse alto custo é resultante de da<strong>no</strong>s emculturas agrícolas, contaminação de reservas dealimentos por fezes e urina e da<strong>no</strong>s a cabos48
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