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Espécies Exóticas Invasoras no Nordeste do Brasil - Cepan

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7.3.Maiores ameaças de plantasNim – Azadirachta indicaA espécie popularmente conhecida como nimé uma árvore nativa da Índia e <strong>do</strong> su<strong>do</strong>esteasiático que foi introduzida <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> na décadade 1980 pelo Instituto Agronômico <strong>do</strong> Paraná(Iapar) por meio de sementes originárias dasFilipinas e, posteriormente, teve seu cultivoimplanta<strong>do</strong> nas regiões Norte, <strong>Nordeste</strong>, Sudestee Centro-Oeste (Bittencourt, 2006).O nim é amplamente utiliza<strong>do</strong> como umaespécie para agroflorestas, uma vez que suassementes contêm substâncias que podem serusadas na produção de pesticidas naturais, nãoagressivos ao meio ambiente (Gisp, 2005).Entretanto, essa espécie mostrou-se altamenteinvasora em outras partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> onde foiintroduzida. Em Gana, na África Ocidental, asperdas na agricultura e os impactos ambientaisprovoca<strong>do</strong>s por esta espécie excedem qualquerbenefício econômico (Gisp, 2005). A espécierepresenta um fator de prejuízo a fazendeiros, aquem faltam recursos para realizar o controleem áreas invadidas, que incluem áreas de cultivoagrícola e de uso pastoril, trazen<strong>do</strong> impactoseconômicos e sociais. A Reserva de Fauna ShaiHills Game, em Gana, tinha, já em 2005, 60% desua área completamente <strong>do</strong>minada pelo nim apartir de um processo de invasão (InstitutoHórus, 2009 – Bright Kankam, com. pessoal).Atualmente, a espécie é invasora emecossistemas diversos, desde campos e Cerra<strong>do</strong>saté ecossistemas florestais, bem como em áreasdegradadas, pastagens e áreas agrícolas, ten<strong>do</strong>grande potencial de invasão e de impacto sobreecossistemas naturais na savana estépica(Caatinga; Instituto Hórus, 2009). No <strong>Brasil</strong>, aespécie também já tem se dissemina<strong>do</strong> emformações vegetais tropicais, como na FlorestaAmazônica, e é hoje uma ameaça à diversidadebiológica na Bacia <strong>do</strong> Rio Xingu, onde já épossível observar processos de invasão emflorestas ciliares (G. Durigan, com pess.). NaRegião <strong>Nordeste</strong>, há 259 ocorrências de nimregistradas na Base Nacional de Da<strong>do</strong>s sobre<strong>Espécies</strong> <strong>Exóticas</strong> <strong>Invasoras</strong>, incluin<strong>do</strong> oArquipélago de Fernan<strong>do</strong> de Noronha.O nim tem capacidade para alterar aestrutura de ecossistemas abertos, causan<strong>do</strong>significativa perda de espécies porsombreamento e pela alta densidadepopulacional. Libera fitoquímicos <strong>no</strong> solo e inibea germinação de espécies nativas (alelopatia),exercen<strong>do</strong> <strong>do</strong>minância ao longo <strong>do</strong> tempomesmo em ambientes florestais. Pode aindaalterar o regime hídrico local (Gist, 2009),especialmente em regiões de baixa pluviosidade.A eficácia <strong>no</strong> controle é pouco viável, dada adispersão por aves e morcegos.Mamona – Ricinus communisA mamona é uma espécie arbustiva bastantecomum em to<strong>do</strong> o <strong>Brasil</strong>, principalmente <strong>no</strong><strong>Nordeste</strong> brasileiro. As informações a respeitode sua origem ainda permanecem controversas,uma vez que muitos pesquisa<strong>do</strong>res acreditamque essa espécie seja originária <strong>do</strong> continenteafrica<strong>no</strong>, com a Etiópia e a região <strong>do</strong> leste daÁfrica aponta<strong>do</strong>s como os centros de diversidade(Moshkin, 1986), enquanto outros afirmam ser aÁsia o centro de origem dessa espécie (Hemerly,1981).66

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