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Espécies Exóticas Invasoras no Nordeste do Brasil - Cepan

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et al., 2009). Estu<strong>do</strong>s sobre produção decamarão-rosa já estão em andamento <strong>no</strong><strong>Nordeste</strong> e devem ser incentiva<strong>do</strong>s para criaralternativas reais ao camarão-branco (Souza etal., 2009). Novos estu<strong>do</strong>s são necessários paragerar a base técnica para a produção <strong>do</strong>scamarões alternativos em grande escala.Vale destacar que, de maneira geral, o cultivode camarão tem desperta<strong>do</strong> grande preocupaçãoem escala mundial quanto a outros impactosambientais negativos, como a destruição demanguezais e a poluição de águas estuarinascom efluentes <strong>do</strong>s viveiros (Moss et al., 2001;Naylor et al., 2000; Páez-Osuna, 2001). Essesimpactos têm estimula<strong>do</strong> a a<strong>do</strong>ção peloscarcinicultores de medidas mitiga<strong>do</strong>ras (Boyd,2003; Hopkins et al., 1995), o que deve serfomenta<strong>do</strong> e cobra<strong>do</strong> pelos órgãos defiscalização <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Guias de melhores práticaspara a carcinicultura já existem e estão sen<strong>do</strong>utiliza<strong>do</strong>s por organizações certifica<strong>do</strong>ras eagências de fiscalização ambiental em diversospaíses (Boyd, 2003; vejawww.aquaculturecertification.org; veja tambémBoas Práticas de Manejo (BPMs) emwww.embrapa.br).Caracol-gigante-africa<strong>no</strong> – Achatina fulicaO caracol-gigante-africa<strong>no</strong> (Achatina fulica) é,como seu <strong>no</strong>me indica, nativo da África. Suadistribuição vem se expandin<strong>do</strong> desde o séculoXIX, graças a interesses huma<strong>no</strong>s. Atualmente,ocorre em pelo me<strong>no</strong>s 43 países distribuí<strong>do</strong>s empraticamente to<strong>do</strong>s os continentes (Gisd, 2009)por causa de introduções voluntárias. Achatinafulica tem si<strong>do</strong> considera<strong>do</strong> o caracol terrestremais introduzi<strong>do</strong>, com maior amplitude deinvasão e a principal praga entre os caracóis(Raut e Barker, 2002). Além disso, é considera<strong>do</strong>uma das 100 piores espécies invasoras <strong>do</strong>mun<strong>do</strong> (Lowe et al., 2000).No <strong>Brasil</strong>, o caracol-gigante-africa<strong>no</strong> foiintroduzi<strong>do</strong> <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 1988, <strong>no</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong>Paraná, quan<strong>do</strong> alguns espécimes foramcompra<strong>do</strong>s em uma feira de agricultura (Teles eFontes, 2002 apud Thiengo et al., 2007). Emborasem a devida licença para importação e cultivo,algumas pessoas rapidamente se organizaramem cooperativas e passaram a produzir ocaracol-gigante-africa<strong>no</strong> em instalações <strong>no</strong>squintais de casa, com o interesse de vendê-locomo alimento análogo ao escargot verdadeiro(Helix pomatia e H. aspersa) (Thiengo et al.,2007). No entanto, o empreendimento parece tersi<strong>do</strong> mal planeja<strong>do</strong> <strong>do</strong> ponto de vista econômicoe <strong>do</strong>s hábitos de consumo <strong>do</strong>s brasileiros,resultan<strong>do</strong> em fracasso nas vendas. Semmerca<strong>do</strong>, milhões de caracóis foram soltos emdiversos ambientes e esta<strong>do</strong>s, o que causourápida invasão em to<strong>do</strong> o País. Atualmente, ocaracol-gigante-africa<strong>no</strong> já ocorre em pelome<strong>no</strong>s 23 <strong>do</strong>s 26 esta<strong>do</strong>s brasileiros (Thiengo etal., 2007). No Esta<strong>do</strong> de Alagoas, por exemplo, ainvasão <strong>do</strong> caracol-gigante-africa<strong>no</strong> preocupa aSecretaria de Esta<strong>do</strong> da Saúde, que publicou aNota Técnica nº 01/2007 (disponível emhttp://portal.saude.al.gov.br/suvisa/<strong>no</strong>de/256,acessa<strong>do</strong> em 14 de maio de 2009) informan<strong>do</strong>sobre a proliferação <strong>do</strong> caracol, as possíveis<strong>do</strong>enças transmitidas e formas de controle. Alémdisso, a <strong>no</strong>ta informa que técnicos dessasecretaria estão visitan<strong>do</strong> alguns municípios como objetivo de identificar a ocorrência da espéciee orientar a população sobre sua captura e suaeliminação.Longe de seus inimigos naturais, o caracolgigante-africa<strong>no</strong>tem aumenta<strong>do</strong> sua população46

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